Em
parecer, relator defendeu continuidade do processo de Dilma.
Votação do parecer será na tarde da próxima segunda-feira (11).
Votação do parecer será na tarde da próxima segunda-feira (11).
Após a leitura do parecer do relator do processo de
impeachment, Jovair Arantes (PTB-GO), um pedido de vista coletivo (feito por
vários deputados) encerrou a sessão desta quarta-feira (6) da comissão especial
destinada a dar parecer sobre o procedimento de afastamento da presidente Dilma
Rousseff.
A discussão do parecer, que defende a continuidade do processo, será iniciada na próxima sexta (8), e poderá entrar pelo fim de semana. Isto porque existem, até o momento, 113 deputados inscritos para falar.
Mais parlamentares poderão se inscrever no início da próxima
reunião da comissão. Os membros do colegiado têm 15 minutos para pronunciamentos,
enquanto não membros têm 10. A votação do relatório será na próxima segunda
(11).
Durante
a sessão desta quarta, o deputado Alessandro Molon (Rede - RJ) chegou a propor
um acordo para que a discussão fosse iniciada já nesta quinta (7).
Mas
deputados da oposição disseram que o acordo poderia ser questionado, porque, em
caso de pedido de vista, a discussão precisa ser interrompida por duas sessões
do plenário da Câmara.
Deputados
governistas criticaram a possibilidade de fazer debates durante o fim de
semana. Diante do impasse sobre o formato da análise do parecer, o presidente
da comissão especial, Rogério Rosso (PSD-DF), decidiu que seguirá o prazo
do pedido de vista e iniciará a discussão na sexta, com possibilidade de ter sessões
no sábado e no domingo.
“Não
tem escrito que o Congresso Nacional não pode trabalhar no fim
de semana. Tentamos fazer um entendimento e não tem sido fácil. Molon colocou
uma proposta, mas não tem acordo”, justificou Rosso.
Parecer.
Por
quase cinco horas, o relator do processo de impeachment leu parecer favorável à
abertura do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Ao final,
depois de ler as 128 páginas do documento, ele falava com dificuldade e com a
voz frágil.
Concluída a leitura, deputados favoráveis ao afastamento de Dilma levantaram cartazes com os dizeres “Impeachment já” enquanto parlamentares contrários portavam cartazes com a inscrição “Impeachment sem crime é golpe”.
Os
parlamentares pró-impeachment cantaram o Hino Nacional enquanto os governistas
gritavam: “Golpistas, golpistas!”
Um dos
principais pontos em que o relatório se baseia para justificar a abertura do
processo são as chamadas "pedaladas fiscais", nome dado ao atraso do
repasse pela União aos bancos públicos do dinheiro para pagar benefícios
sociais de diversos programas federais.
A prática é interpretada por alguns
como um empréstimo dos bancos ao Tesouro, o que é vedado pela Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Jovahir Arantes
sustentou que o atraso nos repasse do Tesouro Nacional para os bancos públicos
"não eram apenas meros atrasos ou aceitáveis descompassos de fluxos de
caixa, mas constituíram engenhoso mecanismo de ocultação de déficit fiscal, com
valores muito expressivos a partir de 2013".
O relator diz ainda que "a continuidade e a magnitude da prática", assim como a "notoriedade e a repercussão" desde as primeiras discussões no âmbito do Tribunal de Contas da União, "podem caracterizar o dolo da sua conduta, assim como a prática de crime de responsabilidade, no decurso do atual mandato". Segundo o deputado, os atrasos são empréstimos à União, o que pode, sim, configurar crime de responsabilidade.
Em outro trecho do documento, o relator afirma que o Poder Legislativo "não permitirá a usurpação de sua função mais importante" que é o de fazer o controle político das finanças públicas.
"As condutas da Denunciada, a princípio, violentam exatamente essa missão constitucional do Poder Legislativo, em grave ruptura do basilar princípio constitucional da separação dos Poderes, além de por em risco o equilíbrio das contas públicas e a saúde financeira do País, com prejuízos irreparáveis para a economia e para os direitos mais fundamentais dos cidadãos brasileiros", diz o deputado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário