GIM ARGELLO É
ACUSADO DE RECEBER DINHEIRO PARA BLINDAR EMPREITEIROS.
28ª
fase da operação Lava Jato é deflagrada nesta terça (12).
UTC pagou R$ 5 milhões ao ex-senador em 2014.
O alvo principal da 28ª fase da operação Lava Jato é o
ex-senador Gim Argello do PTB do Distrito Federal, acusado de receber propina para
blindar empreiteiros nas CPIS da Petrobrás no Congresso.
O ex-senador foi preso em casa, em um bairro nobre de
Brasília. O local também foi alvo de busca e apreensão - os policiais chamaram
um chaveiro para abrir o cofre. A prisão de Gim Argello é preventiva, ou seja,
por tempo indeterminado.
Outras duas pessoas ligadas ao ex-senador também foram
presas em Brasília: Paulo Cesar Roxo Ramos e Valério Neves, que era
secretário-geral da presidência da Câmara Legislativa
do Distrito Federal e foi exonerado por causa da operação. A prisão deles é
temporária, ou seja, tem prazo inicial de cinco dias.
A 28ª fase da Lava Jato cumpriu, ao todo, 23 mandados
judiciais, além da prisão preventiva, duas temporárias e cinco mandados de
condução coercitiva, entre elas a do filho do ex-senador, Jorge Argello Júnior,
e 15 de busca e apreensão no rio de janeiro, Taguatinga Brasília e São Paulo.
Em São Paulo, os policiais estiveram no escritório da
AOS. Entre os crimes apurados nesta fase da lava jato estão corrupção ativa,
associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O ex-senador Gim Argello é um personagem conhecido da política em Brasília. É conhecido também da Polícia Federal em outras investigações além da Lava Jato.
O ex-senador Gim Argello é um personagem conhecido da política em Brasília. É conhecido também da Polícia Federal em outras investigações além da Lava Jato.
Segundo as investigações, a UTC pagou R$ 5 milhões a
Gim Argello entre julho e outubro de 2014. O dinheiro foi indicado para
repassar a quatro partidos que, junto com o PTB, formaram a coligação da
campanha de Gim ao senado em 2014.
Já a OAS repassou R$ 350 mil em maio de 2014, quando a
CPI foi instalada no Senado. Leo Pinheiro mandou mensagem no celular de
executivos da OAS pedindo o pagamento. O depósito teria que ser feito na conta
de uma paróquia, em Brasília.
O dinheiro sairia da obra da refinaria de Abreu e
Lima, em Pernambuco, segundo as mensagens. O pagamento é para
"alcoólico", identificado como Gim Argello, em trocadilho com o nome
da bebida.
Segundo as investigações, Argello é freqüentador da
paróquia e manteve contatos freqüentes com executivos da empresa. Segundo os
procuradores, não há evidências de que a paróquia tenha participado ou tivesse
conhecimento do esquema.
A atuação política de Gim favorável aos empreiteiros
em troca de propina foi revelada nas delações do senador Delcídio do Amaral que
era do PT e do dono da UTC, Ricardo Pessoa, na Lava Jato.
A operação concluiu que a CPI da Petrobrás foi usada
pelo ex-senador não para combater, mas para praticar a corrupção.
Carreira
política.
Gim Argello é personagem conhecido em Brasília -
começou a carreira na Câmara Legislativa, onde foi deputado distrital por dois
mandatos, e chegou ao Congresso por circunstância política, não pelo voto.
Gim era suplente e assumiu em 2007 a vaga deixada pelo
ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, que renunciou depois de ser
acusado de participar de desvios em um banco de Brasília.
Foi dessa maneira que a carreira de Gim ganhou
projeção nacional, sempre ligada ao Governo Federal e ao
presidente do senado Renan Calheiros do PMDB.
O governo e Renan patrocinaram sua indicação ao cargo
vitalício de ministro do Tribunal de
Contas da União, órgão de investigação ligado ao congresso.
Por causa das resistências da oposição e de
funcionários do Tribunal, Gim teve que desistir da indicação em abril de 2014.
Houve até protestos dos servidores na ocasião.
Gim também é investigado em outra operação da Polícia
Federal, a Zelotes, que apura a suposta compra de medidas provisórias para
beneficiar montadoras com incentivos fiscais.
O consultor João Batista Gruginski, investigado na
operação Zelotes, disse ter ouvido do lobista Alexandre Paes dos Santos um
pedido de R$ 45 milhões.
O pedido, segundo ele, partiu de Gim Argello, Renan
Calheiros e Romero Jucá - R$
15 milhões para cada um deles em troca de uma emenda que beneficiaria
montadoras.
Defesa.
O advogado de Gim Argello e de seu filho, Jorge
Argello Júnior, disse que não teve acesso aos autos do processo e, por
enquanto, não vai se pronunciar.
A Câmera Legislativa do Distrito Federal informou que
Valério Campos Neves foi exonerado na manhã desta terça-feira (12).
A OAS informou que está colaborando com as investigações
da Polícia Federal e prestando todos os esclarecimentos necessários.
A defesa de Ricardo Pessoa não vai comentar o caso. O
Jornal Hoje ainda não recebeu resposta da UTC e da defesa de Leo Pinheiro.
Fonte: Agência Brasil.
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