quinta-feira, 28 de abril de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 28 DE ABRIL DE 2016

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

MORALISMO IMORAL.

Nobres:
O projeto do anarquismo lulista e que certamente Dilma Rousseff, cassada, fecha um ciclo de expansão das esquerdas brasileiras, que tentaram implantar a revolução pelo voto. É preciso dizer que o PT quase conseguiu, faltou apenas o passo decisivo para controlar o Congresso Nacional. Fracassou, todavia. Na tentativa de subjugar o Parlamento, o PT inventou o mensalão e o petrolão, apostou forte na via da corrupção como atalho para o poder total. Diga-se que é preciso muita incompetência para pôr 2/3 do parlamento contra si, sendo o partido governante. O descalabro administrativo foi decisivo. Certo que o PT falhou porque acidentalidades ocorreram, trazendo transparentemente a desfaçatez política. Primeiro, com Roberto Jefferson, um sócio menor do poder petista que por picuinhas resolveu botar a boca no trombone e gostou do palco da denúncia. Derrubou José Dirceu e a cúpula do PT, abrindo o caminho para que a Operação Lava Jato, que nasceu também de um fato fortuito, empreendesse a mais espetacular ação contra a corrupção da história do Brasil. As acidentalidades tiveram o papel catalisador de unir os brasileiros de bem contra as falcatruas petistas. A Justiça fez seu papel, aí incluído o STF, tão sujeito a críticas, mas que, nos momentos decisivos, cumpriu a lei. Um passo decisivo para o isolamento da presidente Dilma Rousseff, foi a forma como ela se comportou após ser reeleita, não percebendo que o País estava dividido e que sua eleição tinha um viés de representação, ou seja, ela não era uma governante legítima porque usou de expedientes repudiados pelos formadores de opinião. Ao contrário de fazer uma realista análise do cenário, ela se comportou como se tivesse ganhado o mandato para cumprir a sua plataforma revolucionária. Erro colossal cometeu ao tentar fazer presidente da Câmara dos Deputados um camarada seu, contra a força objetiva que representava o PMDB naquela Casa, que acabou por eleger Eduardo Cunha. Este, empossado, arquivou a agenda revolucionária da presidente. A beligerância se intensificou entre os poderes. Dilma Rousseff não percebeu que precisava recuar para administrar o dia a dia. A crise econômica, nascida da imperícia e da incompetência dos gestores do PT, bem como da farta irresponsabilidade fiscal praticada para pagar a sua reeleição, agravou-se veloz, levando a presidente a amargar as mais baixas taxas de popularidades de um governante da história da República. Ela foi o motor que levou as multidões às ruas contra o seu governo, juntamente com a crescente indignação provocada pelas revelações paulatinas da devastadora indústria de corrupção. Crise econômica e crise moral de mãos dadas foram construir a maioria que cristalizou a possibilidade de impeachment. Dilma Rousseff e o PT voltaram ao gueto originário de minoria ativista perigosa, que tentava impor aos brasileiros sua visão de mundo estreita, nela moldando as leis e as instituições. A repulsa se converteu na vontade majoritária do Parlamento. A aliança que sustentou o PT no poder incluía o Centrão patrimonialista que, saciado em suas demandas, deixou o projeto de poder prosperar sem maior preocupação. Esse mesmo Centrão corrige agora o seu erro ao impor ele mesmo a saída da presidente, dando voz e expressão política à maioria da Nação.
Antônio Scarcela Jorge.

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