Dólar opera acima de R$ 2,14 mesmo após atuação
do BC
Após desacelerar no começo da tarde, moeda voltou a operar em forte
alta. - BC voltou a intervir no mercado pela 1ª vez desde o final de março.
O dólar operava em forte ontem a
tarde, acima do patamar de R$ 2,14, maior nível intradia em mais de quatro
anos, apesar de o Banco Central ter voltado a intervir no mercado pela primeira
vez desde o final de março. Segundo analistas, a ação do BC visou frear um
movimento especulativo impulsionado pela formação da Ptax e que sinaliza
desconforto com o alto patamar, mas que ainda é cedo para estabelecer novo teto
para a divisa norte-americana. Perto das 16h25, a moeda norte-americana subia
1,69%, para R$ 2,1494 na venda, nível não visto desde maio de 2009, quando o
mundo passava por uma crítica crise financeira. Minutos após a intervenção do
BC, o dólar desacelerou para o nível de R$ 2,11, mas depois voltou a subir
novamente. "Ainda é cedo para
estabelecer em qual nível o BC quer o dólar... Mas já sinaliza que não vai
deixar o dólar rolar muito mais do que isso", afirmou o operador da
Intercam Corretora Glauber Romano. Antes de anunciar o leilão de swap cambial
tradicional - equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro - no início
da tarde, o BC fez pesquisa de demanda para a operação. O Banco central vendeu
17.600 contratos, da oferta de 30 mil, que somaram US$ 876,7 milhões
respondendo por 59% do volume ofertado. A última vez que a autoridade monetária
interveio no mercado de câmbio foi no final de março deste ano, quando o dólar
se aproximava de R$ 2,03 no intradia. A alta da moeda foi impulsionada nesta
sessão com a briga pela formação da Ptax de maio, cujo fechamento foi por volta
das 13h, e com a valorização da divisa no exterior, o que ofuscava a alta da
taxa básica de juros do país para 8 por cento ao ano, que tende a elevar a
atratividade do país para investidores estrangeiros. Mais cedo, o dólar avançou
de forma generalizada no exterior diante do movimento de aversão a risco. A
divisa vem se valorizando recentemente devido a preocupações de que o
Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, diminua seu programa de
estímulo monetário - o que reduziria a oferta de dólares no mercado. Analistas
destacavam que recentes declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega,
colocavam dúvidas sobre possível novo nível de intervenção do BC, uma vez que o
ministro disse que o câmbio não será usado como ferramenta de combate à
inflação.
Fonte: G1.
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