Com plebiscito, reforma política pode valer em
2014, diz Renan Calheiros.
Pela lei atual, mudanças
aprovadas a menos de um ano do pleito não valem.
Senador defende que eleitor também decida se prefere adiantar mudanças.
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quinta-feira
(27) que a reforma política
preparada por governo e Congresso para ser submetida a plebiscito poderá valer
para as eleições de 2014, caso aprovada. O senador considera ainda que as novas
regras poderão ter eficácia mesmo se forem aprovadas a menos de um ano para o
próximo pleito, o que, em tese, contraria a legislação eleitoral e o
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Pela lei, qualquer alteração no
processo eleitoral deve entrar em vigor ao menos 12 meses antes de ser
aplicada. Tal entendimento foi confirmado em março de 2011, quando o STF
impediu que a lei da Ficha Limpa, promulgada em junho de 2010, fosse aplicada
nas eleições de outubro daquele ano.As eleições do ano que vem estão marcadas
para 5 de outubro; para valer em 2014, portanto, qualquer reforma deveria ser
aprovada até 5 de outubro deste ano. Mas para Renan Calheiros, o plebiscito
pode também mudar essa regra.
De acordo com o presidente do
Senado, a proposta que define a validade das novas regras para as eleições de
2014 deverá ser incluída nas perguntas do plebiscito. “Certamente vai ser
incluída, ou então respondida antes. Mas se a população consultada pelo
plebiscito entende que não deva respeitar o prazo de um ano para estabelecer a
regra eleitoral, isso será feito pelo Congresso”, disse Renan.
Entre os temas que podem
ser incluídos na reforma estão o financiamento público de campanha eleitoral e
o voto distrital, no qual as regiões são divididas em distritos e os candidatos
eleitos conforme os distritos que representam. O sistema funcionaria em
oposição ao atual sistema de voto proporcional, em que o candidato é eleito com
base no voto do partido ou da coligação.
Outra possível mudança em debate é o financiamento exclusivamente público de campanha ou o fim das doações por empresas.
Outra possível mudança em debate é o financiamento exclusivamente público de campanha ou o fim das doações por empresas.
Renan Calheiros falou com a
imprensa após reunião no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff e
líderes da base aliada no Senado. Ele informou que os líderes apoiaram,
por unanimidade, a intenção do governo federal de realizar plebiscito sobre a
reforma política.
Fonte: G1, em Brasília.
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