sábado, 15 de junho de 2013

COMENTÁRIO - SCARCELA JORGE - 15 DE JUNHO DE 2013



COMENTÁRIO
Scarcela Jorge



Nobres:
Como todos nós na prática situamos como “neófitos” em economia, entretanto coloca-se em discussão na forma em que nos atinge diretamente no “bolso” do consumidor; - porisso  não é fácil descobrir a partir de qual porcentual a inflação, isolada, se torna um mal grave, nem a partir de qual porcentual o desemprego, sozinho, se torna uma doença social séria. Também não é tão simples saber qual a inflação e o desemprego que, convivendo simultaneamente, se transformam em um mal social realmente problemático. Acredita-se que, atingindo até 5% da população economicamente ativa (aquela em condições de trabalhar), o desemprego é normal e não causa maiores complicações. Essa taxa refere-se àquelas pessoas momentaneamente desempregadas por estarem mudando de profissão, de cidade ou se transferindo de um trabalho a outro. Os manuais chamam isso de “desemprego fricativo”, pois resulta “roçadura” entre as vagas existentes e os trabalhadores desempregados em cada função e em cada região. Mas acima de 5% o desemprego começa a preocupar, porque não é mais atritivo. Segundo os economistas moldado a especialidade pertinente, até 4% ao ano a inflação é tolerável. Acima disso, ela começa a corroer mais fortemente o poder de compra dos salários e piora o padrão médio de vida. Fazendo combinações com os vários índices. Antevendo a possibilidade de atingir as duas primeiras casas numerais da inflação, o estrago no bem-estar social é grande e suficiente para desorganizar qualquer economia e criar tensões políticas. Porém, quanto maior for o grau de “maquinização” e de tecnologia aplicada à produção, maior é o aumento no produto necessário para reduzir o desemprego. O caso da agricultura é um bom exemplo. A safra agrícola pode ser aumentada de um ano para outro com pouco acréscimo de trabalhadores, pois o mundo tende para uma agricultura sem gente e mecanizada. Segundo os economistas se estimam quanto a taxa de desemprego é baixa e a inflação é alta (mais ou menos o que começa a acontecer no Brasil), os bancos centrais podem aumentar os juros como meio de reduzir a inflação. A sintonia fina tentada pelos bancos centrais é elevar os juros até o ponto em que eles promovam redução da inflação sem aumentar o desemprego. Ao inverso, se o desemprego está alto e a inflação é baixa, a saída é reduzir os juros e os tributos a fim de estimular o investimento e a produção. Quando o desemprego e a inflação estão altos: portanto, atingido o “índice de miséria”, o Banco Central fica sem instrumentos para combater os dois males. Esse é o quadro que, se tiver juízo, a presidente Dilma tentará evitar a todo custo, sob pena de sua popularidade ir para o espaço em curto prazo. O PIB já caiu. A inflação já subiu. Apenas o desemprego não é grave ainda. Os práticos e especialistas, se colimam neste mesmo ponto de vista.
Antônio Scarcela Jorge.


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