SEM CANDIDATO
FAVORITO, COMEÇA O CONCLAVE QUE VAI ESCOLHER O NOVO PAPA.
A partir de hoje, 115 cardeais
procedentes de 50 países se reunirão a portas fechadas para escolher o 266º
papa da história da Igreja, no segundo conclave do terceiro milênio, que começa
sem um candidato favorito e em meio a uma divisão dos eleitores. Os cardeais
entrarão na Capela Sistina, local da eleição e à qual João Paulo II chamou de
"santuário da teologia do corpo humano", às 16h30 locais (12h30 de
Brasília). Após as litanias e o canto do "Veni Creator Spiritus", com
o qual invocarão a ajuda do Espírito Santo, eles procederão ao juramento pelo
qual se comprometerão a manter o sigilo de tudo o que se diga ou faça, e a
defender fervorosamente os direitos espirituais e temporários da Igreja em caso
de eleição. Depois, o mestre de cerimônias pontifícias, Guido Marini, pronunciará
a frase "extra omnes", e todos os alheios ao conclave sairão da
capela. Antes de começar a votação está prevista uma meditação por parte do
cardeal maltês Prosper Grech sobre os problemas da Igreja e a escolha do papa.
Depois começará a fase de votação, embora não seja obrigatória nesse primeiro
dia de conclave. No entanto, segundo o esquema divulgado pelo Vaticano, amanhã
ocorrerá à primeira votação e a primeira "fumaça", que anuncia ao
mundo se há ou não um novo papa. Se houver pontífice, ela será branca, e caso
contrário, preta. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse nesta
segunda que o que se espera como é normal nessa primeira votação, é que saia
"fumaça preta". Se assim acontecer, para hoje - quarta-feira haverá
duas votações de manhã e outras duas à tarde. Para ser eleito papa é necessário
obter dois terços dos votos dos cardeais eleitores em todas as votações. Como o
total é de 115, será preciso receber 77 votos. Bento XVI foi eleito em 19 de
março de 2005 na quarta votação; João Paulo II, no dia 16 de outubro de 1978,
na oitava, e João Paulo I, em 26 de agosto de 1978, na quarta. Sobre quanto
tempo durará o conclave, nenhum cardeal se atreve a responder, embora uma
grande maioria acredite que ele seja breve. Lombardi ressaltou que os últimos
conclaves duraram dois, três ou quatro dias, ou seja, foram curtos. Um conclave
que durou muito mais dias poria em evidência - ressaltou - "uma situação
bloqueada, uma falta de consenso, embora não haja motivos para pensar que se
possa chegar a essa situação". O conclave acontecerá sem que haja um
candidato forte, embora todos os olhares estejam voltados para os cardeais de
igrejas dinâmicas e jovens, como a africana e a latino-americana e são muitos
os que acreditam que o futuro papa não será italiano, devido ao empecilho
causado pelo escândalo "Vatileaks". Segundo os observadores
vaticanos, há uma forte fragmentação no Colégio Cardinalício, e inclusive
grupos fortes, como tradicionalmente é o italiano, estão divididos. Nos dias
prévios, os "papáveis" considerados favoritos são o italiano Angelo
Scola, de 71 anos, arcebispo de Milão; o brasileiro Odilo Pedro Scherer, de 63
anos, arcebispo de São Paulo; o canadense Marc Ouellet, de 69 anos, e o
arcebispo de Boston, Sean O'Malley. Hoje pela manhã, antes da entrada na Capela
Sistina, os cardeais celebrarão às 10h locais (6h de Brasília), na Basílica de
São Pedro, a missa votiva "Pro eligendo Pontifice". A missa será
oficiada pelo cardeal decano, Angelo Sodano, que por ter 85 anos, não poderá
entrar na capela e também não poderá perguntar ao eleito se aceita ser papa.
Também não poderá fazê-lo o vice-decano, o cardeal francês Roger Etchegary, que
também é octogenário. O próximo a ter a vez é o cardeal Giovanni Battista Re,
que é eleitor. Durante o conclave, os cardeais se hospedarão na Residência
Santa Marta, dentro do Vaticano, da qual serão levados todos os dias de ônibus
até a Capela Sistina. A distância é de um quilômetro, e aqueles que o desejarem
poderão fazê-lo a pé. O Vaticano garantirá que durante o conclave eles ficarão
isolados, e para isso não será permitido a ninguém que se aproxime das áreas
por onde eles vão passar entre elas os acessos ao pátio de São Damásio, que
leva à Capela Sistina. Na Capela Sistina, tudo já está preparado: as 12 mesas
nas quais se sentarão os 115 cardeais, a mesa onde serão recolhidas as cédulas,
o atril com o Evangelho onde os cardeais jurarão e a chaminé da qual sairão as
"fumaças". Para garantir o sigilo, especialistas da Gendarmaria
Vaticana programaram fortes medidas de controle para que na capela não sejam
instalados meios de gravação audiovisuais e transmissão exterior. Pouco antes
do conclave será feita uma "varredura eletrônica" para garantir a
impossibilidade de comunicação dos cardeais com o exterior.
Fonte:-
Extraído em parte desta notícia - Agencia
EFE S/A.
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