Missa de inauguração
Papa abre pontificado com
apelo a líderes por pobres e meio ambiente
Cerca de 200 mil pessoas enchiam
a Praça São Pedro e ruas vizinhas para ouvir o sucessor de Bento XVI
O papa Francisco quebrou o protocolo e preferiu desfilar em jipe aberto saudando os fiéis de várias nacionalidades que o esperavam.
O papa Francisco quebrou o protocolo e preferiu desfilar em jipe aberto saudando os fiéis de várias nacionalidades que o esperavam.
Cidade do Vaticano. O papa Francisco fez um apelo, ontem, na homilia da missa
de inauguração de seu pontificado, aos cristãos e a todas as pessoas que ocupam
cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político e social, para que
cuidem dos bens da natureza, do meio ambiente e de todos os seus irmãos,
especialmente os que são mais pobres.
"Não devemos ter medo da bondade nem da ternura", advertiu o papa, ao recomendar vigilância sobre os sentimentos e o coração, "porque é dele que saem as boas intenções e as más, aquelas que edificam e as que destroem".
Francisco falou durante 15 minutos, lendo um texto em italiano, diante de representantes de 132 países e instituições mundiais - incluindo 6 monarcas, 44 chefes de Estado, 3 príncipes herdeiros e 12 chefes de governo.
Ao convidar essa audiência seleta e cerca de 200 mil pessoas que enchiam a Praça São Pedro e ruas vizinhas, numa manhã ensolarada e temperatura de 10 graus, Francisco incluiu-se entre aqueles que devem se comprometer a proteger a humanidade e a criação, com particular atenção aos pobres.
"Eis um serviço que o bispo de Roma (ele, como papa) está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança", enfatizou.
O exemplo a seguir é São José, santo de sua devoção, cuja festa se comemorou ontem, dia 19 de março. Francisco comentou o trecho do Evangelho que narra como Deus escolheu José para proteger Maria e seu filho Jesus. A missa durou uma hora e 20 minutos, rigorosamente dentro do ritual previsto.
O papa Francisco disse ainda que os pontífices devem usar o poder para servir ao próximo de forma "humilde e concreta". Ele reforçou a mensagem ao dispensar o papamóvel blindado, que era usado pelo antecessor Bento XVI, e optar por um jipe aberto para circular mais próximo aos fiéis na Praça de São Pedro.
"Não devemos ter medo da bondade nem da ternura", advertiu o papa, ao recomendar vigilância sobre os sentimentos e o coração, "porque é dele que saem as boas intenções e as más, aquelas que edificam e as que destroem".
Francisco falou durante 15 minutos, lendo um texto em italiano, diante de representantes de 132 países e instituições mundiais - incluindo 6 monarcas, 44 chefes de Estado, 3 príncipes herdeiros e 12 chefes de governo.
Ao convidar essa audiência seleta e cerca de 200 mil pessoas que enchiam a Praça São Pedro e ruas vizinhas, numa manhã ensolarada e temperatura de 10 graus, Francisco incluiu-se entre aqueles que devem se comprometer a proteger a humanidade e a criação, com particular atenção aos pobres.
"Eis um serviço que o bispo de Roma (ele, como papa) está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança", enfatizou.
O exemplo a seguir é São José, santo de sua devoção, cuja festa se comemorou ontem, dia 19 de março. Francisco comentou o trecho do Evangelho que narra como Deus escolheu José para proteger Maria e seu filho Jesus. A missa durou uma hora e 20 minutos, rigorosamente dentro do ritual previsto.
O papa Francisco disse ainda que os pontífices devem usar o poder para servir ao próximo de forma "humilde e concreta". Ele reforçou a mensagem ao dispensar o papamóvel blindado, que era usado pelo antecessor Bento XVI, e optar por um jipe aberto para circular mais próximo aos fiéis na Praça de São Pedro.
Missa de entronização: Escolhido
há uma semana, Francisco recebeu o anel de pescador, símbolo do papado, às 5h46
de Brasília. O ato foi saudado com gritos de "Viva il papa!". Houve
outros rituais, como a oração diante do mausoléu de São Pedro, e a entrega do
pálio, acessório usado sobre as vestes do papa.
No trajeto, voltou a quebrar o protocolo e surpreendeu a segurança ao descer do veículo para beijar um deficiente. O gesto foi aplaudido pelo público. "Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio papa, para exercê-lo, (...) deve se mirar no serviço humilde, concreto e rico de fé de São José", disse o papa argentino, na homilia.
Cerimônia
O povo já enchia a praça quando Francisco chegou no papamóvel às 8h50 (4h50 no horário de Brasília) e deu várias voltas entre a multidão, antes de se dirigir à sacristia, ao lado da capela da Pietá, para então vestir os paramentos litúrgicos.
A maioria das autoridades já se encontrava em suas cadeiras, de um lado e de outro do altar, quando os sinos da Basílica de São Pedro começaram a repicar, às 9 horas (5horas no horário de Brasília). A presidente Dilma Rousseff foi com os quatro ministros de sua comitiva. Sentou-se numa cadeira da primeira fila, enquanto os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Aloizio Mercadante (Educação), Helena Chagas (Comunicação Social) e Antônio Patriota (Relações Exteriores) se colocavam a seu lado, um pouco atrás.
A celebração iniciou-se às 9h30 (5h30 no Brasil), quando o papa chegou em procissão com cardeais e os superiores gerais dos frades franciscanos e dos padres jesuítas, depois de ter rezado, em companhia de 10 patriarcas de igrejas orientais católicas, junto à Tumba de São Pedro. A primeira cerimônia foi a imposição do pálio, uma estola de lã de ovelha, lembrando o bom pastor, e a entrega do anel do pescador, com a imagem de São Pedro, carregando nas mãos as chaves que simbolizam o poder de chefe da Igreja.
O cardeal protodiácono Jean-Louis Tauran entregou o pálio, enquanto o cardeal protopresbítero Godfried Danneels fazia uma oração. Protodiácono e protopresbítero são os primeiros cardeais das ordens dos diáconos e dos presbíteros. O cardeal decano Angelo Sodano, da Ordem dos Bispos, entregou o anel.
No trajeto, voltou a quebrar o protocolo e surpreendeu a segurança ao descer do veículo para beijar um deficiente. O gesto foi aplaudido pelo público. "Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio papa, para exercê-lo, (...) deve se mirar no serviço humilde, concreto e rico de fé de São José", disse o papa argentino, na homilia.
Cerimônia
O povo já enchia a praça quando Francisco chegou no papamóvel às 8h50 (4h50 no horário de Brasília) e deu várias voltas entre a multidão, antes de se dirigir à sacristia, ao lado da capela da Pietá, para então vestir os paramentos litúrgicos.
A maioria das autoridades já se encontrava em suas cadeiras, de um lado e de outro do altar, quando os sinos da Basílica de São Pedro começaram a repicar, às 9 horas (5horas no horário de Brasília). A presidente Dilma Rousseff foi com os quatro ministros de sua comitiva. Sentou-se numa cadeira da primeira fila, enquanto os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Aloizio Mercadante (Educação), Helena Chagas (Comunicação Social) e Antônio Patriota (Relações Exteriores) se colocavam a seu lado, um pouco atrás.
A celebração iniciou-se às 9h30 (5h30 no Brasil), quando o papa chegou em procissão com cardeais e os superiores gerais dos frades franciscanos e dos padres jesuítas, depois de ter rezado, em companhia de 10 patriarcas de igrejas orientais católicas, junto à Tumba de São Pedro. A primeira cerimônia foi a imposição do pálio, uma estola de lã de ovelha, lembrando o bom pastor, e a entrega do anel do pescador, com a imagem de São Pedro, carregando nas mãos as chaves que simbolizam o poder de chefe da Igreja.
O cardeal protodiácono Jean-Louis Tauran entregou o pálio, enquanto o cardeal protopresbítero Godfried Danneels fazia uma oração. Protodiácono e protopresbítero são os primeiros cardeais das ordens dos diáconos e dos presbíteros. O cardeal decano Angelo Sodano, da Ordem dos Bispos, entregou o anel.
Praça São Pedro: Líderes
políticos e religiosos e fiéis prestigiaram ontem o início do pontificado de
Francisco. O primeiro Sumo Pontífice latino-americano terá de enfrentar
dificuldades como os escândalos recentes envolvendo a Igreja Católica
relacionados a casos de pedofilia e a problemas na administração do Banco do
Vaticano
Depois seis cardeais, dois de
cada ordem, prestaram obediência ao papa em nome do Colégio Cardinalício.
Sem improviso
O papa não cantou nenhuma vez,
nem mesmo nas invocações curtas, como a da bênção final. Também não improvisou,
fugindo do texto para fazer alguma observação, como ocorreu domingo, na
recitação do Angelus. No Vaticano, ainda não se sabe se é a inauguração de um
novo estilo ou se é apenas uma adaptação de início de pontificado. O papa
argentino age com espontaneidade e parece seguro em sua função. Após a
celebração, que terminou às 11h20 (7h20 no horário de Brasília), Francisco foi
para junto do altar da Tumba de São Pedro, na nave central da Basílica, para
receber os cumprimentos.
O papa emérito Bento XVI foi homenageado no início da homilia, mas não compareceu à missa. Os dois devem almoçar no sábado, em Castel Gandolfo.
O papa emérito Bento XVI foi homenageado no início da homilia, mas não compareceu à missa. Os dois devem almoçar no sábado, em Castel Gandolfo.
Na praça, uma faixa estendida por
fiéis pedia que ele "arrume a casa", em referência aos escândalos de
corrupção e pedofilia que atingiram a Igreja nos últimos anos.
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