COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
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correspondente
Nobres:
Um referencial
dos nossos comentários é prover basicamente assuntos da esfera nacional onde
constitui o espelho da política de governo, fator direcional a vida cotidiana
do cidadão. Neste foco, estimo o senso crítico administrativo do governo do nosso
país começando pelo número de ministérios que existem no governo, ou seja, 39. Acreditamos
ser deveras hilariante! - A presidente Dilma Rousseff governa com meia dúzia de
ministérios. Mas governar por crises é uma sina do Brasil, começando pelos
municípios, passando pelos estados e chegando à União. Estamos às voltas com
novos compromissos públicos, muitos impagáveis pelos seus altos valores. Agora,
a pauta é sobre os royalties do petróleo, os precatórios e as dívidas dos
estados. Assim, os governadores apresentaram ao Congresso uma agenda mínima de
propostas legislativas que poderia, na opinião deles, reequilibrar as contas
públicas e retomar a sua capacidade de investimentos. Eles defendem quatro
pontos principais: a mudança do indexador das dívidas dos estados com a União. O
que é mais importante, a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional
(PEC) que proíbe a criação de novas despesas para estados sem as respectivas
receitas, uma obviedade amazônica, a inclusão das contribuições na base de
cálculo do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e a extinção do pagamento do
PASEP para a União. Atualmente, as dívidas dos estados e municípios com a União
são corrigidas pelo IGP-DI mais juros de 6% a 9% ao ano, o que, para alguns
estados, chegou a ultrapassar 20% de correção anual. O Executivo enviou ao
Congresso uma proposta que prevê juros de 4% ao ano e a atualização monetária
calculada com base no IPCA, mais estável que o IGP-DI. Caso o somatório dos
encargos ultrapasse a variação da taxa básica de juros da economia do mês, a
Selic será usada para a atualização. Está agendada para esta semana, para os
governadores se reunirem com a presidente Dilma Rousseff para conversar sobre questões
de dívidas dos estados federados. O governador do Mato Grosso do Sul, André
Puccinelli, fez o discurso mais alarmista sobre a situação financeira estadual.
Segundo ele, “quase todos os estados estão com dívidas impagáveis”, citando seu
estado, que - por causa dos juros - devia R$ 2,658 bilhões à União, já pagou R$
5,1 bilhões e ainda deve quase R$ 7,4 bilhões. O governador do Paraná, Beto
Richa, afirmou que, na questão das dívidas, a União é mais rigorosa do que um
agiota. Richa disse que o seu estado tinha uma dívida contraída em 1998 de R$ 5
bilhões, pagou R$ 10 bilhões e ainda deve outros R$ 9,5 bilhões. O governador
de Santa Catarina, Raimundo Colombo, cobrou a aprovação de uma proposta que
impede a criação de novas despesas para os estados sem que haja uma
contrapartida das receitas. - Exceção do nordeste que sofre um acentuado grau
de descriminação talvez suas dívidas sejam bem menores, quando se investem, vem
naquela tradicional retórica de - bem a modo de agradar o governo-. Que digam
(ou melhor, não dizer) os seus governadores - partindo do Maranhão até a Bahia.
Pois bem: uma quinta medida é a proposta que aumenta para até 30% da receita
corrente líquida o montante de operações que os estados podem contrair em
empréstimos. Atualmente, o teto é de 16%. A mudança, se aprovada, valeria
apenas para 2013 e 2014. A medida, segundo os governadores, poderia estimular a
retomada dos investimentos ao desafogar, ainda que temporariamente, o
comprometimento dos estados com outros gastos. Em síntese, as dívidas dos
estados, recaem naturalmente na retração de desenvolvimento comprometendo a
capacidade de desenvolver a sociedade.
Antônio Scarcela Jorge
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