quarta-feira, 20 de março de 2013

COMENTÁRIO - 20 DE MARÇO DE 2013



COMENTÁRIO
Scarcela Jorge

TECNOCRACIA POPULISTA E SEUS EFEITOS INFLACIONÁRIOS
Nobres:                                                                                   
                                                                                                            O modelo tecnocrata do “petismo” no sentido de enganar o povão, (alias, o povo gosta muito dessa premissa) estabeleceu “um pouco de inflação com crescimento” passou a ser o mantra de muitos de seus candidatos e, aos poucos, boa parte da sociedade passou a acreditar que isso fazia sentido. Ou seja, inflação demais era ruim, mas um pouco dela podia não ser prejudicial. Quem ousasse dizer o contrário e afirmasse que toda inflação é um mal era logo tachado de “conservador” e “de direita”, como se isso fosse uma praga a ser evitada. Após o Plano Real, com a adoção da política de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário nas contas do governo, a taxa de inflação buscada passou a ser fixada por resolução do Banco Central (BC). Nos últimos anos, o BC tem fixado a meta de inflação em 4,5% ao ano, taxa essa que o governo federal passou a utilizar na elaboração da proposta orçamentária que anualmente envia ao Congresso Nacional. Essa taxa é chamada de “centro da meta”, admitindo-se uma variação de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, ou seja, uma tolerância de até 6,5% de inflação anual. Tudo isso parecia normal e, desde que a inflação não passasse dos 6,5%, o governo nada teria de fazer para puxá-la para baixo. E, assim, o Brasil seguiu tolerante com a inflação, à moda da tolerância ao álcool no sangue dos motoristas, acreditando que ela não faria mal nem iria ultrapassar o limite superior. Muitos economistas tentaram alertar o governo que nem mesmo uma inflação de 4,5% deve ser tolerada eternamente e, muito menos, deve-se aceitar com sossego uma taxa de 6,5% no ano. Eles foram, de novo, tachados de “monetaristas” e “inimigos do desenvolvimento econômico”. Mas, da mesma forma como o país percebeu ser preciso acabar com a tolerância ao álcool no trânsito, descobriu-se agora que nenhum bafômetro econômico é capaz de definir uma taxa de inflação que pode ser tolerada. A razão é simples: assim como o álcool, qualquer inflação é ruim, e 4,5% é uma inflação alta para padrões civilizados. Ademais, o Brasil não tem conseguido manter a inflação no centro da meta. No ano passado, o IPCA ficou em 5,8%. Outros índices importantes ficaram mais altos. O IGP-M, que é usado para reajuste de aluguéis, tarifas públicas, planos de saúde e financiamentos imobiliários, ficou em 7,82%. A consequência foi que, neste início de 2013, a inflação começou a subir puxada por diversos fatores – alguns vindos do exterior, portanto, sem culpas internas, o que não justifica o fato de o governo estar sendo tolerante demais com a elevação dos preços. À semelhança da lei de trânsito, inflação é mal com o qual se deve ter tolerância zero, como meio de mantê-la em níveis civilizados e não prejudiciais ao desenvolvimento do país. Ninguém pode ser ingênuo de pensar em inflação zero para o Brasil. Mas também não se pode aceitar uma inflação acima do limite superior da meta de 6,5%. Mesmo porque, daí em diante, ninguém sabe aonde o mal vai parar. Não se sabe quanto perdurará o conto petista, que se diziam infalíveis neste aspecto. - Somos forçados a conviver com normas que tenham projeção de efeito populista para o governo e de prejuízos da população-.                                                                              
Antônio Scarcela Jorge

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