COMENTÁRIO
AÇÃO DE LEGITIMIDADE
Nobres: -
O nosso país impera a cultura preconceituosa, é testemunho dessa premissa o
estilo preconceituoso sobre cor, credo religioso, pobre, entre as demais
destacadas. Há um adágio popular aplicado pelo sentimentalismo dos
preconceituosos que: “cadeira só foi feita para pobre; preto e prostituta.” – Por
outro lado contravém da alusão teórica: - pobreza não é causa da criminalidade.
Os pobres honestos e trabalhadores sabem disso muito bem. Mas o argumento que
busca relacionar baixa renda e violência é forte e resistente. Seduz por ser
uma explicação fácil. O cruzamento de estatísticas criminais com as de
economia, porém, revela um evidente descolamento entre pobreza e crime. Tampouco
se pode alegar que a desigualdade é a causa do crescimento da criminalidade. Porém,
a tese de que pobreza causa da violência, ainda que equivocada, justifica
soluções simplistas para o problema. De um lado, há a visão preconceituosa de
promover a repressão policial com mais intensidade nas populações da periferia.
Do outro, se aposta no “social”: bastaria garantir a distribuição de renda que
tudo se resolve.
Não é bem assim.
Há
estudos que indicam que a violência é resultado de uma socialização imperfeita.
Ou seja, o criminoso não internalizou as regras de convívio social e, assim, as
viola sem pudor. Isso pode ocorrer em qualquer camada social: que o digam os
crimes de colarinho branco. Há, portanto, necessidade de coerção dos maus
instintos de pobres, remediados e ricos. Esse papel cabe ao Estado, que detém a
autoridade legítima para usar a força em nome do bem comum por meio da polícia,
da Justiça e do sistema prisional. Mas a negligência estatal retira
legitimidade dos governos e dificulta o combate ao crime. Seja esse descaso
material; falta de estrutura policial ou judiciária.
É só
atentar mais para esta questão.
Antônio Scarcela Jorge
Nenhum comentário:
Postar um comentário