terça-feira, 1 de janeiro de 2013

COMENTÁRIO - 01.01.2013



COMENTÁRIO

PROTAGONISMO EVIDENTE

Nobres: Dezenas de anos paternalismo estatal criaram no brasileiro um conceito manco de cidadania, que se resumiria a dois itens: votar e a cobrar o poder público. A participação nas eleições e a fiscalização dos governantes são importantes, mas a verdadeira cidadania é um tripé: para ser completa, precisa também da participação popular. Dar prioridade à ideia de cidadania como cobrança traz implícita a noção de que tudo, ou quase tudo, precisa vir do Estado, quando na verdade há um sem-número de tarefas que poderiam muito bem estar a cargo dos próprios cidadãos, que se organizariam para identificar necessidades e oportunidades e se juntariam para atingir seus objetivos. Assuntos como o cuidado com o local onde se vive e com as pessoas que dividem o mesmo espaço urbano são mais bem resolvidos por quem convive diariamente com essa realidade. Ao Estado caberia proporcionar as condições para que essa atuação popular seja eficaz, e agir naquelas circunstâncias em que a participação cidadã seja incapaz de resolver determinada situação. A segurança pública, por exemplo, sem dúvida é dever do poder público. Caso a tarefa se mostrasse acima das capacidades dos moradores, aí, sim, o Estado poderia agir, complementando o que os cidadãos iniciaram. Assim, percebe-se que o principal obstáculo ao protagonismo cidadão é cultural e reside na mentalidade estatista e na visão do espaço público como “coisa de ninguém”. É difícil se convencer de que o local onde se vive é “coisa de todos” quando não há envolvimento com o seu cuidado. Que mais pessoas se disponham a segui-lo no ano que se inicia hoje. – “FELIZ ANO NOVO”
Antônio Scarcela Jorge


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