COMENTÁRIO
SCARCELA
JORGE
REFORMA
IMPLÍCITA
Nobres: - como
sempre ocorre logo após as eleições municipais de intensa importância na
renovação do quadro político nacional, especialmente em que se refere às
grandes capitais do país onde as alterações se processam diante de resultados
eleitorais naturalmente recai no governo de maior amplitude no sentido se
prever mais uma reforma ministerial no governo da presidente da República. Esta
reforma teoricamente “seria de bom grado” consertar algo que não está
funcionando direito. Na política, reforma também é sinônimo de redistribuição
de cargos. O resultado dela, porém, é bem diferente: ao invés de conquistar
espaço, o responsável pelas trocas acaba cedendo às manejas da presidenta
Dilma, colaboram para uma falsa ideia incrustada na política brasileira de que
quanto maior a coalizão, maior a união e a estabilidade. Na verdade, o que está
em jogo não é a formação de um time disposto a lutar junto por um só programa
de governo. O que há é a partilha de cargos a partir do ideário do “cada um por
si” – e nunca no de “todos por um”. De maneira geral, os partidos com peso
eleitoral topam entrar nas coalizões desde que tenham direito a secretarias ou
ministérios com “porteira fechada”. Ou seja, querem transformar as pastas em
feudos próprios, sem ter de prestar contas. Quando se fala nas tais reformas de
governo, o que está em jogo é quem cuida das porteiras e não exatamente o que
está sendo feito lá dentro. Enquanto essas práticas persistirem, mais risíveis
ficam os bordões sobre o comando da presidenta Dilma Rousseff e seu “choque de
gestão”. Nos próximos dias, as novidades lá e cá serão vendidas como uma
correção de rumos. No fundo, como os nomes envolvidos na dança das cadeiras
expõem, são reformas para muito pouco ou quase nada. Consiste em, não há
inovação tende efetivamente a se acomodar seguindo rumos direcionados aos
costumes políticos.
Antônio
Scarcela Jorge
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