COMENTÁRIO
MERCADOLOGIA NO
ENSINO
Nobres:
O
povo deve se acender para os programas implantados pelo MEC sob a direção do
competente técnico político o economista Aloizio Mercadante que vocacionou os
pleitos em execução, tendo suportes universalizados e federalizados em essência.
Quase que a totalidade dos projetos despertou atenção para realização de tracejas
que na realidade tem apenas novas denominações instituídas no final da década
de 90. É inegável descrever uma Pasta que supostamente seria essencialmente
técnica: mas virtualmente não é. Remonta a tradição! O Ministério da Educação
foi durante muito tempo simples peça no tabuleiro de alianças políticas. Mesmo
no regime militar quando se fazia política nas sombras desta. Não processo de
redemocratização o problema educacional se impôs: e a partir de FHC formou-se
um consenso sobre a importância estratégica do setor. Atingindo este patamar o
MEC, em alguns momentos, - mais e em outros menos-, passou a ser gerido de
forma implícita dentro de uma visão de Estado por sobre governos. O ex-ministro
da Pasta Paulo Renato Sousa, no governo de FHC criou o Provão: exame para
mensurar a qualidade de ensino universitário. A mesma linha de trabalho foi
estendida, depois de 2003 com Lula e o PT em Brasília. Transfigurou idêntico
processo com novos “apelidos”. – Começando pelo o Enade nova sigla do Provão-.
Saeb, Enem, são testes cuja filosofia se origina na década de 90, com a chegada
dos tucanos ao poder. - Se com Paulo Renato a meta era quantitativa e universalizar
a matricula no ensino fundamental, ela foi atingida. No final do segundo
mandato de FHC ficava visível a imperiosidade de os esforços serem dirigidos à
melhoria de qualidade do ensino. No primeiro mandato de Lula o governo caiu no
desvio da prioridade ao ensino superior. Felizmente, no segundo, a bússola do
Planalto mudou de direção e foi lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação
(PDE), marco zero do imprescindível envolvimento do governo federal no ensino básico
de responsabilidade legal de estados e municípios. Naquele momento voltado para
uma visão para o modernismo que estava sendo imposto de forma natural o
economista Aloizio Mercadante recebeu o MEC de Fernando Haddad (atual prefeito
de São Paulo) para dar continuidade à missão de Estado de colocar a qualidade
na escola pública até prevista em 2020 no mesmo nível dos países da OCDE em
2003. As metas em número de vinte, pactuadas entre governo e sociedade por meio
de organizações sociais. Mas foi preciso aumentar a velocidade dos avanços. Mercadante
defendeu a concessão de bônus em dinheiro com a fixação de metas para escolas
eficientes na alfabetização. Seria uma boa política e contraponto para que os sindicatos
corporativistas reclamem. O que é de suma importância entre todas as metas é a
questão dos gastos: - O ministro precisa escapar das armadilhas de despesas
vistosas boas para estratégia de mercado, entretanto ineficazes de ponto de
vista pedagógico. É o caso da compra dentro do programa - “Um Computador por
Aluno” - (UCA). Por ele foram adquiridos mais de dez mil laptops distribuídos em
cinco cidades-piloto. Todavia fez ressoar o alarme no gabinete de Mercadante: a
maior parte dos computadores não foi entregue a tempo e não há ainda
infraestrutura em muitas escolas para os equipamentos não há suporte técnico
inexistente e treinamento de professores deficiente. Mais uma vez o dinheiro foi jogado fora (neste
caso por puro desleixe – uma exceção na regra corrupta), mas na mesma direção -
esvaecendo o erário público. Aliam-se a suposição de que não houve desvios, mas
imperada pelo péssimo gerenciamento das ações, continuando a cultura negligente
e da irresponsabilidade. Resta como sempre a lição para o ministro é que não
caia no discurso fácil de só pedir mais recursos ao Tesouro: e não cuidar da
qualidade dos gastos. Somente de tal modo programas e metas serão consolidadas.
Antônio Scarcela Jorge
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