domingo, 27 de janeiro de 2013

COMENTÁRIO - 27 DE JANEIRO DE 2013



COMENTÁRIO                                                    
O ESTILO DA ACADEMIA CIENTÍFICA NA CONTRAFAÇÃO

NOBRES: – Antes de tudo estamos vocacionados a discorrer assuntos especialmente às questões de ordem política nacional, por se achar uma temática relevante: porém não desprezamos os setores em que a racionalidade dos segmentos paroquiais se estimarem necessários, obviamente dentro de um padrão que isenta a parcialidade dos atos. Por esta razão sempre delineamos os fatos que autenticamos o que se enseja. Vejamos está sintonizados as raízes de nossa identidade de cidadania que traz uma sucessão de discussões “a nível Brasil”    passo discorrer assunto que embora seja “surrado”; não saiu da evidência dada a repercussão. – Bem! - Encerrado o julgamento do “mensalão” ainda repercute junto à sociedade, em função da oratória discorrida pelo PT em face do resultado aplicado pelo STF. Por conseguinte o noticiário, ensinou, constituiria uma tentativa de “golpe das elites” contra o “governo popular” de Lula. Durante essa trajetória houve a reativação sua linha de montagem de discursos “científicos” adaptados às conveniências do lulismo. Dessa vez, para crismar o julgamento do mensalão como “julgamento de exceção” conduzido por uma corte “pré-democrática”. Ora; o discurso científico sucumbe no pântano da fraude quando é rebaixado ao estatuto de ferramenta política de ocasião. Os ministros do STF narraram uma história de apropriação criminosa de recursos públicos e de fabricação de empréstimos fraudulentos pela direção do PT, que se utilizou, para tanto, das prerrogativas de quem detém o poder de Estado. Isso eles se recusam a discutir, como se o que eles estão julgando não fosse algo comum como se fosse algum projeto maligno. Mas cientistas “petistas” interpretam os veredictos dos ministros contra os operadores políticos como frutos de um “desprezo aristocrático” à “política profissional”. O dinheiro desviado serviu para construir uma coalizão governista destituída de um mínimo de consenso político, explicou a maioria do STF. Os cientistas, porém, atribuem o diagnóstico a uma natureza “pré-democrática” de juízes incapazes de compreender tanto os defeitos da legislação eleitoral brasileira quanto o funcionamento dos “sistemas de representação proporcional”, que “são governados por coalizões das mais variadas”. O núcleo do argumento serviria para a defesa de todo e qualquer “mensalão”. Os acusados tucanos do “mensalão mineiro” e os acusados do DEM do “mensalão de Brasília” estão tão amparados quanto os petistas por uma concepção da “política profissional” que invoca a democracia para justificar a fraude do sistema de representação popular e qualifica como aristocráticos os esforços para separar a esfera pública da esfera privada. A teoria política da corrupção formulada pelos intelectuais deve ser lida como um manifesto em defesa de privilégios de impunidade judicial do conjunto da elite política brasileira. Mas, obviamente, o argumento perde a força persuasiva se for lido como aquilo que, de fato, é. A insurreição “aristocrática” do STF contra a “política democrática” derivaria da rejeição a uma novidade histórica: a irrupção da “política popular de mobilização”, representada pelo PT. A corte suprema estaria “reagindo à democracia em ação” por meio de um “julgamento de exceção”, um evento singular que “jamais vai acontecer de novo”. É nesse ponto do raciocínio que a teoria política da corrupção se transforma na corrupção da teoria política. Uma regra inviolável do discurso científico, um discurso só tem estatuto científico se está aberto a argumentos racionais contrários. Quando apela à profecia de que os tribunais não julgarão outros casos com base na jurisprudência estabelecida nos veredictos do mensalão, os cientistas adentram-se pela vereda da fraude. A sua hipótese sobre o futuro – que, logicamente, não pode ser confirmada ou falseada Há duas leituras contrastantes, ambas coerentes, sobre o “mensalão do PT”. A primeira acusa o partido de agir “como os outros”, entregando-se às práticas convencionais da tradição patrimonial brasileira e levando-as a consequências extremas. O diagnóstico, uma “crítica pela esquerda”, interpreta o extenso arco de alianças organizado pelo lulismo como fonte de corrupção e atestado da falência da natureza transformadora do PT. A segunda acusa o partido de operar, sob o impulso de um projeto de poder autoritário, com a finalidade de quebrar os contrapesos parlamentares ao Executivo e perpetuar-se no governo. A “crítica pela direita” distingue o “mensalão do PT” de outros casos de corrupção política, enfatizando o caráter centralizado e as metas de longo prazo do conjunto da operação. É uma celebração da corrupção inerente à política patrimonial tradicional, que seria a “política profissional” nos “sistemas de representação proporcional”. Seu verniz aparente, por outro lado, é um elogio exclusivo da corrupção petista, que expressaria a “irrupção da política de mobilização popular” e a “democracia em ação”. Na fronteira onde o pensamento acadêmico se conecta com a empulhação militante, o paradoxo pode até ser batizado como dialética. Contudo, mais apropriado é reconhecê-lo como um reflexo especular da fotografia na qual Paulo Maluf e Lula da Silva reelaboram os exprimidos dos termos - direita e esquerda-. É extraordinário!
Antônio Scarcela Jorge

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