COMENTÁRIO
O
ESTILO DA ACADEMIA CIENTÍFICA NA CONTRAFAÇÃO
NOBRES: – Antes de tudo estamos
vocacionados a discorrer assuntos especialmente às questões de ordem política
nacional, por se achar uma temática relevante: porém não desprezamos os setores
em que a racionalidade dos segmentos paroquiais se estimarem necessários,
obviamente dentro de um padrão que isenta a parcialidade dos atos. Por esta
razão sempre delineamos os fatos que autenticamos o que se enseja. Vejamos está
sintonizados as raízes de nossa identidade de cidadania que traz uma sucessão
de discussões “a nível Brasil” passo discorrer assunto que embora seja
“surrado”; não saiu da evidência dada a repercussão. – Bem! - Encerrado o
julgamento do “mensalão” ainda repercute junto à sociedade, em função da
oratória discorrida pelo PT em face do resultado aplicado pelo STF. Por
conseguinte o noticiário, ensinou, constituiria uma tentativa de “golpe das
elites” contra o “governo popular” de Lula. Durante essa trajetória houve a reativação
sua linha de montagem de discursos “científicos” adaptados às conveniências do
lulismo. Dessa vez, para crismar o julgamento do mensalão como “julgamento de
exceção” conduzido por uma corte “pré-democrática”. Ora; o discurso científico
sucumbe no pântano da fraude quando é rebaixado ao estatuto de ferramenta
política de ocasião. Os ministros do STF narraram uma história de apropriação
criminosa de recursos públicos e de fabricação de empréstimos fraudulentos pela
direção do PT, que se utilizou, para tanto, das prerrogativas de quem detém o
poder de Estado. Isso eles se recusam a discutir, como se o que eles estão
julgando não fosse algo comum como se fosse algum projeto maligno. Mas cientistas
“petistas” interpretam os veredictos dos ministros contra os operadores
políticos como frutos de um “desprezo aristocrático” à “política profissional”.
O dinheiro desviado serviu para construir uma coalizão governista destituída de
um mínimo de consenso político, explicou a maioria do STF. Os cientistas,
porém, atribuem o diagnóstico a uma natureza “pré-democrática” de juízes
incapazes de compreender tanto os defeitos da legislação eleitoral brasileira
quanto o funcionamento dos “sistemas de representação proporcional”, que “são
governados por coalizões das mais variadas”. O núcleo do argumento serviria
para a defesa de todo e qualquer “mensalão”. Os acusados tucanos do “mensalão
mineiro” e os acusados do DEM do “mensalão de Brasília” estão tão amparados
quanto os petistas por uma concepção da “política profissional” que invoca a
democracia para justificar a fraude do sistema de representação popular e
qualifica como aristocráticos os esforços para separar a esfera pública da
esfera privada. A teoria política da corrupção formulada pelos intelectuais
deve ser lida como um manifesto em defesa de privilégios de impunidade judicial
do conjunto da elite política brasileira. Mas, obviamente, o argumento perde a
força persuasiva se for lido como aquilo que, de fato, é. A insurreição “aristocrática”
do STF contra a “política democrática” derivaria da rejeição a uma novidade
histórica: a irrupção da “política popular de mobilização”, representada pelo
PT. A corte suprema estaria “reagindo à democracia em ação” por meio de um
“julgamento de exceção”, um evento singular que “jamais vai acontecer de novo”.
É nesse ponto do raciocínio que a teoria política da corrupção se transforma na
corrupção da teoria política. Uma regra inviolável do discurso científico, um
discurso só tem estatuto científico se está aberto a argumentos racionais
contrários. Quando apela à profecia de que os tribunais não julgarão outros
casos com base na jurisprudência estabelecida nos veredictos do mensalão, os
cientistas adentram-se pela vereda da fraude. A sua hipótese sobre o futuro –
que, logicamente, não pode ser confirmada ou falseada Há duas leituras
contrastantes, ambas coerentes, sobre o “mensalão do PT”. A primeira acusa o
partido de agir “como os outros”, entregando-se às práticas convencionais da
tradição patrimonial brasileira e levando-as a consequências extremas. O
diagnóstico, uma “crítica pela esquerda”, interpreta o extenso arco de alianças
organizado pelo lulismo como fonte de corrupção e atestado da falência da
natureza transformadora do PT. A segunda acusa o partido de operar, sob o
impulso de um projeto de poder autoritário, com a finalidade de quebrar os
contrapesos parlamentares ao Executivo e perpetuar-se no governo. A “crítica
pela direita” distingue o “mensalão do PT” de outros casos de corrupção
política, enfatizando o caráter centralizado e as metas de longo prazo do
conjunto da operação. É uma celebração da corrupção inerente à política
patrimonial tradicional, que seria a “política profissional” nos “sistemas de
representação proporcional”. Seu verniz aparente, por outro lado, é um elogio
exclusivo da corrupção petista, que expressaria a “irrupção da política de
mobilização popular” e a “democracia em ação”. Na fronteira onde o pensamento
acadêmico se conecta com a empulhação militante, o paradoxo pode até ser
batizado como dialética. Contudo, mais apropriado é reconhecê-lo como um
reflexo especular da fotografia na qual Paulo Maluf e Lula da Silva reelaboram
os exprimidos dos termos - direita e esquerda-. É extraordinário!
Antônio
Scarcela Jorge
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