quarta-feira, 14 de novembro de 2012

OPINIÃO




Ideias

CORRUPÇÃO E PODER

O Ministério Público Federal denunciou que o mensalão teria sido abastecido com cinquenta e cinco milhões de reais originários dos bancos Rural e BMG, somados a setenta e quatro milhões desviados do fundo da Visanet, controlado pelo Banco do Brasil. Agora que o julgamento do Mensalão se encaminha para o seu final com a definição das penas, Marcos Valério, sem dúvida um dos cérebros do mensalão, diz à imprensa que este valor foi subestimado; na verdade o valor real é de R$ 350 milhões. Valério se sente traído e revoltado por ter acreditado demais na proteção que seus amigos do PT lhe prometeram e que não poderiam dar. Agora tenta trazer o ex-presidente Lula para dentro desta barafunda, alegando que "não podem condenar apenas os mequetrefes". Enquanto isso, o revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, queixa-se, "perplexo", das críticas que seu colega Joaquim Barbosa lhe fez, quando o ministro revisor se empenhou em aliviar a pena para Valério.
Para o leigo em Direito, fica patente o esforço que os ministros Lewandowski e Dias Toffoli, ambos indicados para o Supremo por amizade pessoal, fazem para deixar dúvidas sobre a existência do Mensalão. Devem seguir a máxima bíblica: "A quem muito se deu, muito se exigirá" (Lc 12,48), já que outros ministros que também foram indicados pelo governo do PT não fazem aquela mobilização tão intensa. Esperava-se que Toffoli se declarasse impedido de participar do julgamento, já que ele trabalhou para o PT e foi assessor da Casa Civil, talvez seu maior título, quando Dirceu, principal réu, era ministro.

Francisco Braga Andrade.
Professor universitário e membro da ACM

Fonte: - extraída de - “Opinião” DN



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