quinta-feira, 30 de junho de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 30 DE JUNHO DE 2016

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

POR AÇÃO DA NOSSA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA.

Nobres:
São dois enfoques unidimensionais em que o cotidiano brasileiro vivencia: política – corrupção também geradora da violência que se percorrem e até se interatuam.  A violência e a criminalidade estejam entre os assuntos mais divulgados pela mídia brasileira. Alguns atribuem isso ao número reduzido de policiais, comparado ao aumento populacional. Já outros preferem creditar a culpa ao Judiciário. É lógico que um efetivo adequado de policiais na prevenção e no combate direto da criminalidade é imprescindível. Coerente igualmente é afirmar que a disparidade entre o efetivo policial e a população vem aumentando de tal forma, que será quase impossível chegar algum dia a uma relação aceitável. Mas enquanto o efetivo não se adequar ao crescimento da população, as instituições de segurança devem continuar se aprimorando. Ao Judiciário, por sua vez, compete apressurar os processos sob sua alçada, para que não paire no ar nenhuma sensação de impunidade aos transgressores da lei. E finalmente aos nossos representantes políticos no Congresso, cabe o dever de acompanhar e se adequar ao crescimento e à configuração da violência, fazendo leis que verdadeiramente endureçam o jogo com os maus-caracteres. Portanto, atribuímos a maior parte da culpabilidade, na escala das responsabilidades sobre a violência, aos deputados federais e senadores, pois são eles que devem legislar a favor da população de bem e não ficar de conchavos com a marginalidade fazendo graça para o diabo rir. Onde já se viu num mundo civilizado, reduzir a pena ou liberar para saídas temporárias da prisão, alguém que estuprou ou matou seu semelhante? Ou ainda liberar da cadeia, para festejar o Dia das Mães, uma criminosa que planejou e ainda auxiliou na morte dos seus próprios pais? Pois isso só acontece no Brasil, porque os politiqueiros de plantão legislam e aprovam essas aberrações que ampliam cada vez mais a criminalidade, justamente porque nunca houve, em contrapartida, uma cobrança firme da sociedade a respeito dessa triste realidade. E assim não faltam e nunca faltarão caras de pau para colocar a culpa da insegurança reinante nestas terras aos policias (que prendem) e aos juízes (que por vezes soltam), mesmo agindo sob o manto das leis vigentes, deixando de fora justamente os legisladores, propositadamente ou por desconhecimento de suas responsabilidades. Está na hora, ou melhor, já passou da hora de acordarmos para a realidade e exigirmos dos nossos representantes políticos as adequações necessárias das leis, sempre que a evolução da criminalidade exigir. Violência só pode ser combatida com leis fortes e capazes de inibir o seu cometimento por quem quer que seja. Portanto a solução, no ao nosso modo de ver, está nas mãos dos parlamentares do Congresso Nacional.
Antônio Scarcela Jorge.

GOVERNO TEMER REAJUSTA BOLSA FAMÍLIA

 GOVERNO ANUNCIA REAJUSTE MÉDIO DE 12,5% NO BOLSA FAMÍLIA.


Anúncio foi feito por Michel Temer e pelo ministro do Desenvolvimento Social.
Reajuste vale a partir de julho e gera impacto de R$ 2,5 bilhões na folha.


O presidente em exercício Michel Temer e o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, anunciaram nesta quarta-feira (29) um reajuste médio de 12,5% nos benefícios do Bolsa Família. O reajuste vai ser pago a partir de 17 de julho.

<O decreto do reajuste assinado por Temer prevê também aumento da linha de extrema pobreza, que passa de R$ 77 para R$ 85. Também aumenta a linha de pobreza, que sobe de R$ 154 para R$ 170.

O aumento do benefício vai causar impacto de R$ 2,5 bilhões por mês na folha de pagamento. 

Ainda de acordo com o Desenvolvimento Social, o governo reservou recursos do orçamento para garantir o reajuste.

No discurso, Temer disse que o governo não "desmoraliza" o passado e dá prosseguimento a programas que, na opinião dele, são "exitosos". 

Segundo o presidente em exercício, o Brasil precisa atualmente do Bolsa Família, mas o ideal é o programa passar a ser desnecessário no futuro.

"No Brasil, tem gente rica, de classe média, gente pobre e na extrema pobreza. Enquanto houver extrema pobreza, é preciso ter programas dessa natureza. 

Mas o objetivo é, num dado momento, ser desnecessário o Bolsa Família, essa é a intenção", afirmou Temer.

O presidente em exercício disse ainda que o primeiro direito social do cidadão é o emprego. 

Ele ressaltou que o governo tem que trabalhar "ativamente" para reduzir o número de desempregados no país.

"O primeiro direito social é o direito ao emprego e  temos que trabalhar ativamente para que ao longo do período possamos reduzir o número de desempregados. 

E, ao mesmo tempo, não podemos descuidar dos temas sociais, sempre muito urgentes no nosso país, que são o tema da educação e da pobreza absoluta", afirmou Temer.

No trimestre fechado em maio, o desemprego ficou em 11,2%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa 11,4 milhões de pessoas desocupadas.

Conforme a assessoria do ministério, cerca de 14 milhões de famílias recebem atualmente o Bolsa Família. 

Ainda de acordo com a pasta, o pagamento médio do programa é de R$ 164 mensais por família.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o último reajuste do Bolsa Família foi em 1º de maio de 2014.

Reajuste prometido por Dilma.

No Dia do Trabalho deste ano, 10 dias antes de ser afastada do cargo, a então presidente Dilma Rousseff havia anunciado, em evento em São Paulo, um reajuste médio de 9% para o Bolsa Família, que seria pago já a partir de junho. 

A assessoria do Desenvolvimento Social explicou que o reajuste prometido por Dilma não foi pago porque o governo da presidente afastada não havia indicado no orçamento de onde sairiam os recursos.

O G1 entrou em contato com a assessoria da presidente afastada e aguarda uma resposta.

O ministro Osmar Terra disse que o Desenvolvimento Social precisou fazer uma "reprogramação" orçamentária para garantir o reajuste. 

Ele não soube detalhar, contudo, quais foram as áreas que perderam recursos para garantir o aumento do Bolsa Família.

Ainda de acordo Osmar Terra, o orçamento da pasta já previa reajustes no pagamento, mas o governo Dilma contingenciou esses recursos e, após Temer assumir como presidente em exercício, o Executivo "descontingenciou" a verba.

"Temos no conjunto de recursos do ministério a possibilidade, sem emitir valor extra orçamentário, de dar reajustes. 

Fomos ao máximo que poderíamos dar e temos condições de garantir o reajuste até o fim deste ano. 

O aumento não mexe no ajuste fiscal e estamos trabalhando dentro das possibilidades financeiras do ministério", declarou Terra.

Educação básica.

Na cerimônia desta quarta o governo também anunciou o desbloqueio de R$ 742 milhões para a educação básica, por meio de alguns programas, como o Dinheiro Direto na Escola.

Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, os R$ 742 milhões anunciados nesta quarta-feira para a educação básica já estavam previstos no orçamento da pasta, mas integravam um montante de R$ 6,5 bilhões que, segundo ele, foram contingenciados no governo da presidente afastada Dilma Rousseff.

Ainda de acordo com Mendonça Filho, recentemente, o governo Temer descontingenciou R$ 4,7 bilhões e esses R$ 740 milhões fazem parte desse montante. 

"Por isso foi possível fazermos este anúncio hoje e o de 15 dias atrás, quando autorizamos 75 mil vagas para o Fies", declarou.
Fonte: G1 – DF.

AQUI É BRASIL; DECISÃO DA CORTE SUPREMA - 'LINGUAJAR POPULAR" - PRESO, E SOLTO

 TOFFOLI MANDA SOLTAR PAULO BERNARDO APONTANDO 'CONSTRANGIMENTO ILEGAL'

Na decisão, ministro do STF manteve inquérito na primeira instância de SP.
Petista foi preso na semana passada pela Operação Custo Brasil, da PF.


O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu nesta quarta-feira (29) pedido do ex-ministro Paulo Bernardo e revogou a prisão dele, mas recusou outra solicitação da defesa do petista para que o caso fosse encaminhado da Justiça Federal de São Paulo para a Suprema Corte. 

<Ex-ministro dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Paulo Bernardo foi preso na última quinta (23) pela Operação Custo Brasil, da Polícia Federal (PF), um desdobramento da Lava Jato.

O ex-titular dos ministérios do Planejamento e das Comunicações é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é investigada pela Lava Jato. 

Ao cumprirem o mandado de prisão na semana passada, os policiais federais entraram no apartamento funcional da parlamentar petista em Brasília.

A defesa do petista alegava que a prisão dele era ilegal e que o ex-ministro não tinha envolvimento com as eventuais irregularidades identificadas no Ministério do Planejamento. 

Apesar do apelo dos advogados, a Justiça Federal de São Paulo havia mantido na segunda-feira (27) a prisão preventiva (sem prazo determinado) de Paulo Bernardo.

Nesta quarta, após ser divulgado o despacho de Toffoli, os advogados do petista afirmaram, por meio de nota, que a decisão do Supremo mostra que a ordem de prisão tinha "motivos genéricos e que não havia requisitos legais para a detenção.

"A decisão do ministro Dias Toffoli, acolhendo pedido da defesa técnica, desconstruiu todos os fundamentos da prisão de Paulo Bernardo. 

Deixou claro que os fundamentos eram genéricos e que os requisitos legais e constitucionais não estavam presentes", observaram os defensores.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro foi um dos principais beneficiados do esquema de propina que teria desviado R$ 100 milhões dos funcionários públicos federais que fizeram empréstimos consignados.

A Grupo Consist – empresa contratada pelo Ministério do Planejamento na gestão de Paulo Bernardo para operar os empréstimos consignados a funcionários públicos – cobrava mais do que deveria e repassava 70% do seu faturamento para o PT e para políticos. 

A propina paga entre 2009 e 2015 teria chegado a cerca de R$ 100 milhões.

No despacho no qual determinou a soltura de Paulo Bernardo, Toffoli afirmou que houve um "flagrante constrangimento ilegal" na prisão do ex-ministro. 

Na visão do magistrado, a decisão do juiz federal de primeira instância de mandar prender o petista se baseia, "de modo frágil", na conclusão pessoal de que, em razão de ser ex-ministro e ter ligação com outros investigados e com a empresa suspeita de ter cometido as irregularidades, Paulo Bernardo "poderia interferir na produção de provas".

Toffoli ressaltou na decisão que o magistrado da Justiça Federal de São Paulo não indicou no mandado de prisão "um único elemento fático concreto que pudesse amparar essa ilação".

"Vislumbro, na espécie, flagrante constrangimento ilegal passível de ser reparado mediante a concessão de habeas corpus de ofício", destacou o ministro do STF em trecho da decisão.

"A prisão preventiva para garantia da ordem pública seria cabível, em tese, caso houvesse demonstração de que o reclamante estaria transferindo recursos para o exterior, conduta que implicaria em risco concreto da prática de novos crimes de lavagem de ativos. Disso, todavia, por ora, não há notícia", complementou Toffoli.

Primeira instância.

Na mesma decisão, Toffoli negou o pedido da defesa para que o caso de Paulo Bernardo fosse encaminhado para o Supremo Tribunal Federal

O ministro determinou no despacho que as investigações sobre o ex-ministro permanecesse na primeira instância. 

O magistrado destacou que, "à primeira vista", os argumentos dos advogados do petista, de que o inquérito deveria ser enviado ao STF para ser anexado às investigações do suposto envolvimento de Gleisi no esquema criminoso. 

A senadora está sendo investigada no tribunal superior por ter foro privilegiado como parlamentar.

Toffoli também afirmou que os defensores de Paulo Bernardo não apontaram indícios concretos de que o ex-ministro pudesse ter prejuízo em sua defesa se o caso permanecer na primeira instância.

"Diante dessas circunstâncias, não vislumbro, neste juízo de estrita delibação, situação de violação da competência prevista no art. 102, inciso I, alínea l, da Constituição Federal, para justificar a liminar pleiteada", completou Toffoli.
Fonte: G1 – DF.


quarta-feira, 29 de junho de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA, 29 DE JUNHO DE 2016

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

ELEIÇÕES MUNICIPAIS DESTE ANO.

Nobres:
Controvertíamos por tese que as eleições deste ano será um teste para as novas regras, principalmente o fundo partidário, sem doações de empresas, espaço de campanha mais curto prazos apertados para julgamentos, materiais de candidatos quase invisíveis. Enfim, tudo novo em um ambiente enorme para eleições municipais. Neste contexto desde que se iniciou neste ano, estão sendo proferidos “congressos” por diversas entidades, inclusos tribunais.   Nenhum contato com a nova lei deve ter saído de lá com muitas pulgas por todo o corpo e não só atrás das orelhas. De fato, a grande maioria dos palestrantes trouxe mais dúvidas do que certezas. O balão de ensaio em uma eleição que envolve mais de 5 mil municípios ou estoura ou não sai do chão. Essas as mais imagináveis proteções que possam vir do texto elaborado por deputados são questionáveis, a começar pela própria lisura do extermínio do Caixa 2. Em contrapartida, advogados estudiosos do direito eleitoral acreditam que esse tipo de ardil vai continuar. Em primeiro lugar, pela falta de profissionais para fazer um pente-fino em jantares organizados para arrecadar fundos, em gráficas que elaboram materiais, nos CPFs de doadores. Será uma atuação por amostragem ou por denúncia. O que pode levar tempo e até promover a possibilidade de uma nova eleição, passado um mês da data de 2 de outubro. Dentro de uma expectativa otimista, partidos e candidatos serão extremamente honestos e vão usar tão somente os valores permitidos (70% do valor máximo despedido na eleição de 2012), de recursos oriundos apenas de doadores pessoas físicos, sem “esquentar” nada com laranjas de outras plagas distantes, e ainda com documentação on-line de onde o recurso veio e como e onde será aplicado. Alguém acredita? O que parece que vai sobrar será a conclusão de que nada é perfeito, muito menos a decisão de mudar o que deveria ser mudado, sim, mas com um regramento que não possa funcionar, dando mostras de que tudo o que já foi poderá voltar. Nas eleições as regras serão continuadas que poderá dar um melhor “dinamismo” a corrupção, eterna e imortal neste Brasil. Desde que foram iniciadas o processo concernentes ao ano de eleições a justiça, convoca servidores municipais em quase todos os municípios brasileiros  visando suprir deficiências generalizada onde as estrutura dos tribunais eleitorais é precária permanentemente, onde a fiscalização em “todos os méritos” e, se tornou um circulo defeituoso que certamente será corrigido em que tempo? 
Antônio Scarcela Jorge.


EM TEMPO:

*SOMENTE TEXTOS inseridos SÃO ORGINÁRIOS DA FONTE: OS TÍTULOS SÃO DA RESPONSABILIDADE DO BLOGUEIRO. – FIRMO-ME E DIGITO. (Por está impedido assinar) – ANTÔNIO SCARCELA JORGE.

AÍ ESTÁ A FINALIDADE DA RECRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DA CULTURA - PROTESTOS POR RENOMADOS ARTISTAS ACOSTOMADOS NA CORRUPÇÃO


POLÍCIA FEDERAL PRENDE 14 POR FRAUDE DE R$ 180 MILHÕES NA LEI ROUANET.


<Grupo atuou por 20 anos no Minc e desviou cerca de R$ 180 milhões.14 pessoas foram presas, entra elas um produtor cultural. (que safadeza!)


A Polícia Federal prendeu 14 pessoas na manhã desta terça-feira (28) em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, durante operação que apura desvios de recursos federais em projetos culturais com benefícios de isenção fiscal previstos na Lei Rouanet.

Segundo as investigações da Operação Boca Livre, um grupo criminoso atuou por quase 20 anos no Ministério da Cultura e conseguiu aprovação de R$ 180 milhões em projetos fraudulentos. Boca Livre é uma expressão que significa festa onde se come e bebe às custas de outras pessoas.

O desvio ocorria por meio de diversas fraudes, como superfaturamento, apresentação de notas fiscais relativas a serviços e produtos fictícios, projetos duplicados e contrapartidas ilícitas realizadas às incentivadoras.

Os donos da produtora Bellini Cultural e o produtor cultural Fábio Ralston estão entre os presos já levados para a sede da Polícia Federal de São Paulo, na Zona Oeste da capital paulista.

Os presos devem responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, estelionato contra União, crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica, cujas penas chegam a doze anos de prisão.

Festas particulares.

A Polícia Federal concluiu que diversos projetos de teatro itinerante voltados para crianças e adolescentes carentes deixaram de ser executados, assim como livros deixaram de ser doados a escolas e bibliotecas públicas.

Os suspeitos usaram o dinheiro público para fazer shows com artistas famosos em festas privadas para grande empresas, livros institucionais e até a festa de casamento de um dos investigados na Praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina. A festa de casamento era de Carolina Monteiro e Felipe Amorim e teve a presença de um cantor sertanejo.


Mandados judiciais,

Além das 14 prisões temporárias, 124 policiais federais cumpriram 37 mandados de busca e apreensão, em sete cidades no estado de São Paulo, Rio de Janeiro e
Brasília.

O inquérito policial foi instaurado em 2014, após a PF receber documentação da Controladoria-Geral da União sobre desvios de recursos relacionados a projetos aprovados com o benefício fiscal.

A Justiça Federal inabilitou algumas pessoas jurídicas para impedi-las de apresentar projetos culturais no MinC e na Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Também foi realizado o bloqueio de contas bancárias e o sequestro de bens como imóveis e veículos de luxo.

Entre os alvos da operação, estão o Ministério da Cultura,o escritório Demarest Advogados, a empresas Scania, Roldão, Intermédica Notre Dame, Laboratório Cristalia, KPMG, Lojas CEM, Nycomed Produtos Farmacêuticos e Cecil.
O que dizem os suspeitos.

O escritório Demarest Advogados informou por meio de nota, que o objetivo da visita dos policiais "foi a solicitação de documentos e informações relacionados a empresas de marketing de eventos que prestaram serviços ao escritório no âmbito da Lei Rouanet". 

"O escritório enfatiza que não cometeu qualquer irregularidade, e informa que colaborou e continuará a colaborar com a investigação", diz a nota.

A empresa Roldão disse que contratou "a Bellini Eventos Culturais para a realização de dois projetos culturais e que, na manhã desta terça-feira (28), teve que apresentar à Polícia Federal documentação referente a esses serviços".

"A empresa informa que não é alvo da operação e que já entregou à força-tarefa todos os documentos solicitados. 

Por fim, reforça que está colaborando com a investigação, à disposição de todas as autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos e que não admite qualquer tipo de irregularidade ou ilegalidade em suas atuações", diz a nota.

A Scania informou que tomou conhecimento pela manhã da operação Boca Livre e "que está colaborando integralmente com a investigação e à disposição das autoridades".

A KPMG no Brasil disse que não é objeto de investigação. "O fato da PF comparecer ao nosso escritório se deu pelo cumprimento de diligência para coletar documentos referentes a contratos com empresas de publicidade e propaganda (alvos da investigação) e que prestaram serviços para a KPMG no apoio a projetos culturais", diz nota.

"A KPMG, certa de que não cometeu qualquer ato ilícito, está e continuará a contribuir com as autoridades de maneira transparente para o fornecimento das informações necessárias".

A empresa Lojas CEM afirmou que "deu todo o apoio ao bom andamento da diligência e comprometeu-se a prestar toda a colaboração necessária para o esclarecimento dos fatos. Informamos que os projetos culturais nos quais investimos foram feitos, de nossa parte, dentro da mais absoluta regularidade. Como sempre, a postura da Lojas CEM com todas as pessoas e instituições com as quais se relaciona é de total transparência e completa lisura."

As demais empresas foram procuradas nesta manhã pelo G1, mas até a última atualização desta reportagem não haviam comentado.

Entenda a lei;

A Lei Rouanet foi criada em 1991, durante o governo Fernando Collor (PTC/AL). A legislação permite a captação de recursos para projetos culturais por meio de incentivos fiscais para as empresas e pessoas físicas. 

A Lei Rouanet permite, por exemplo, que uma empresa destine parte do dinheiro que iria gastar com impostos para financiar propostas aprovadas pelo Ministério da Cultura.

Até abril deste ano, cerca de 100 mil projetos obtiveram autorização para captar via Lei Rouanet, ou 83% dos que foram apresentados, segundo o Ministério da Cultura. Desses, 47 mil fizeram captação efetivamente, totalizando quase R$ 15 bilhões investidos.

Laboratório.

Segundo a PF, a Operação Boca Livre foi a primeira a utilizar o Laboratório de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro de São Paulo, que cruza milhares de dados e informações. 

O laboratório será utilizado também na análise do material apreendido pela Polícia Federal.
Fonte: G1 – DF.

FORÇA NACIONAL DE SEGURANÇA NACIONAL VEIO AO CEARÁ, 'NÃO VIU' E VOLTOU!

 FORÇA NACIONAL DEIXA O CEARÁ E PM VAI REFORÇAR SEGURANÇA EM PRESÍDIOS.

Força reforçava segurança após rebeliões em presídios com 14 mortes.
Servidores deixam o Ceará para atuar na segurança da Olimpíada do Rio.

A Força Nacional de Segurança deixou o Ceará nesta segunda-feira (27), 33 dias após a chegada para atuar nos presídios do Estado. Os servidores atuavam nas unidades onde houve rebeliões, que resultaram na destruição dos presídios e assassinato de 14 internos. Os 106 servidores que estavam no Ceará foram deslocados para o Rio de Janeiro, onde vão atuar na Olimpíada.

Os presídios passam atualmente por reforma e, segundo o governador do Ceará, Camilo Santana, terão reforço de policiais militares até a conclusão das obras.

"Continuamos com apoio de mais de 60 agentes de outros estados que têm experiência nesse tipo de atuação e vamos utilizar o reforço que foi aprovado na Assembleia que permite contratar força de segurança e vamos utilizar servidores de folga para reforçar a atuação", afirmou o governador Camilo Santana, nesta terça-feira (28).

Camilo participou do evento que criou a Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo, órgão que vai administrar abrigos para adolescentes em conflito com a lei.

De acordo com o Ministério da Justiça, a Força Nacional deixou os presídios do Ceará para atuar na Olimpíada, no Rio de Janeiro, que começa em 5 de agosto. Eles vão fazer a segurança do público e dos atletas nas instalações olímpicas.

Greve e rebeliões.

As rebeliões ocorreram durante e após a greve dos agentes penitenciários. Segundo a Secretaria da Justiça, a motivação dos conflitos foi a suspensão das visitas nas unidades prisionais. De acordo com a Polícia Militar, os detentos quebraram cadeiras, grades, armários e queimaram colchões em diversos presídios.

A rebelião mais recente ocorreu na noite de segunda-feira, na Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza. No local foram registradas três mortes e nenhum ferido. Policiais militares e agentes penitenciários entraram na unidade para fazer a contenção dos detentos. Segundo os agentes, o local teve grades arrancadas e parte das alas destruídas.

Os agentes penitenciários fizeram greve em 21 de maio e retornaram ao trabalho no sábado, após cerca de 12h de paralisação. 

A categoria aceitou a proposta de reajuste na Gratificação por Atividades e Riscos (Gaer), que era de 60%, para 100%. O reajuste será pago de forma escalonada: 10% em fevereiro de 2017, 10% em janeiro de 2018 e 20% em novembro de 2018.
Fonte: G1 – CE.

LITÍGIOS TERRITORIAIS ENTRE MUNICÍPIOS NO CEARÁ

 128 MUNICÍPIOS DO CEARÁ JÁ ESTÃO COM OS LIMITES DEFINIDOS, SEGUNDO IBGE.

Acordos quanto a limites dependem de votação na Assembléia.
Georreferenciamento dos 184 municípios deve estar pronto em 2017.


Cento e vinte e oito municípios cearenses já estão com suas áreas georreferenciadas à espera de votação pela Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), de acordo com o chefe do escritório no Ceará do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Francisco José Lopes Moreira. 

O IBGE e o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) estão concluindo o "Atlas de Divisas Municipais Georreferenciadas do Estado do Ceará" que está definindo os limites de cada município cearense.

Segundo ele, com a finalização do Atlas, os novos limites serão reconhecidos e transformados em lei pela Assembleia Legislativa. “A maioria dos municípios do Ceará deverá fazer pequenos ajustes nos seus limites, resultado de acordos entre os administradores desses municípios”, explica. 

Os documentos e mapas do georreferenciamento  dos 128 municípios foram encaminhados à Assembleia Legislativa ainda em 2015.

Como exemplo, é possível citar os municípios de Limoeiro do Norte e Quixeré, na Região do Jaguaribe. Com o Georreferenciamento, o distrito de Tomé pertencia a Quixeré  passou a fazer parte da região administrativa de Limoeiro do Norte. O mesmo ocorreu nos municípios de Tejuçuoca e Itapajé, na Região Norte. 

Neste caso, a localidade de Venâncio que fazia parte de Tejuçuoca, passou a ser administrada por Itapajé com o ajuste cartográfico.

Moreira ressalta que as indefinições acerca dos limites territoriais causam problemas para os administradores, prefeitos e para os órgãos técnicos, uma vez que “municípios que administram fora de suas fronteiras efetuam despesas e não recebem os devidos recursos”.

Outras audiências públicas estão marcadas para dar continuidade ao processo de georreferenciamento dos municípios cearenses.  

As próximas ocorrerão nos municípios de Itapipoca e Camocim, a fim de tratar dos limites das cidades do Litoral Norte. Em seguida, nos dias 18 e 19 de julho, será a vez da discussão se realizar em Sobral e Guaraciaba do Norte, respectivamente, quando serão discutidos os limites da Região da Ibiapaba.

Atlas de Divisas.

O projeto “Atlas de Divisas Municipais Georreferenciadas do Estado do Ceará” objetivo a elaboração de uma nova legislação para os limites municipais com o Georreferenciamento dos elementos cartográficos e, conseqüentemente, com a atualização cartográfica, para substituir a citação de elementos não mais existentes no terreno.


Pretende, também, definir onde começa e termina o município, a fim de determinar, com precisão, os limites que permitam uma melhor administração municipal, respeitando a cidadania e a identidade histórico-cultural.

Problemas.

O estudo mostra problemas da não revisão da legislação que rege os limites municipais, a sua maioria datada de 1951, que resulta na indefinição dos limites, no surgimento de áreas de litígios, administração em área legal pertencente a outro município, distorção da arrecadação de impostos, eleitores cadastrados fora da zona eleitoral, imprecisão nos cálculos de Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além de distorções de dados estatísticos.

De acordo com o Ipece, a previsão é a de que o Georreferenciamento dos 184 municípios cearenses seja concluído no segundo semestre de 2017, quando deverão estar finalizados os mapas municipais e os memoriais descritivos de todos os municípios  do Estado. 

O resultado do trabalho será transformado em livro.
Fonte: G1 – CE.

terça-feira, 28 de junho de 2016

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2016

COMENTÁRIO
SCARCELA JORGE

A CORRUPÇÃO INFLEXIBILIZA O POVO.

Nobres:
A se referir ao atual estado que infelizmente experimenta o Brasil em termos de corrupção que em recente manifestação no Supremo Tribunal Federal (STF), durante mais um julgamento de caso envolvendo corrupção, o ministro Luís Roberto Barroso chamou a atenção para um aspecto que está cada vez mais na mente da maioria dos brasileiros ao questionar: "Alguém imaginava que os partidos disputavam diretorias de estatais para fazerem coisa boa?". A resposta, apontada pelo próprio ministro, é a óbvia: "O propósito é este mesmo: desviar recursos". O comentário coincidiu com a fase de expansão dos limites das investigações da Lava-Jato para além da Petrobras, com impacto em um número cada vez maior de Estados. E ocorreu na mesma semana em que o Congresso aprovou os limites mais rígidos para as nomeações de diretores e membros de conselhos de estatais. Ambas as medidas atendem a pressões cada vez maiores da sociedade pelo cerco à cultura da propina. A exigência de critérios técnicos para nomeações em empresas públicas e de nomes, preferencialmente, do próprio quadro da empresa pode não ser suficiente como blindagem contra maus servidores. Muitos dos principais envolvidos em irregularidades investigadas pela Lava-Jato eram funcionários de carreira que acabaram se aliando a corruptores, ou sendo cooptados por corporações privadas, interessados nas oportunidades escancaradas de enriquecimento ilícito. Por isso, é positivo que a nova lei se preocupe também com maior rigor nas licitações, além de dar mais ênfase à governança e à transparência. O descaso com esses e outros aspectos ajuda a explicar tantos descalabros registrados hoje no setor público. Em conseqüência da falta de controle e de preocupação com a ética, há cada vez menos políticos e menos partidos imunes a denúncias, o que prenuncia impacto nas próximas eleições e também nas próprias legendas. O mesmo esquema criminoso de desvio de dinheiro público servia para irrigar não apenas as campanhas presidenciais, mas também as de âmbito municipal e estadual, transformando políticos de maneira geral em péssimos exemplos de cidadãos. O alento, diante da roubalheira, é que a sociedade está cada vez menos disposta a aceitar práticas lesivas aos interesses do país, respaldando assim as investigações. É justamente o que leva o ministro Luís Roberto Barroso a concluir que, assim como ocorre em outras áreas casos da intolerância ao racismo e à violência contra a mulher, "estamos vivendo o fim de uma era de aceitação do inaceitável" pelo menos é o que estima a sociedade brasileira.
Antônio Scarcela Jorge.

SENADORA PETISTA: IDEOLOGIA DA ARROGÂNCIA, PREPOTENTE, 'DONA DE TUDO: PORÉM MAGNIFICAMENTE CORRUPTA


GLEISI DIZ QUE AÇÃO DA PF EM SUA CASA TEVE INTENÇÃO DE 'CONSTRANGER'.


Senadora do PT discursou nesta segunda (27) na tribuna no Senado.
Na última quinta (23) marido da petista foi preso na Operação Custo Brasil.


Quatro dias após a Polícia Federal (PF) deflagrar a Operação Custo Brasil – um desdobramento da Lava Jato –, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) usou nesta segunda-feira (27) a tribuna do Senado para comentar a prisão de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. 

Na avaliação da parlamentar petista, a ação dos policiais federais em sua residência para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão teve "a clara intenção de constranger".

Esta foi a primeira declaração pública de Gleisi desde que seu marido foi preso pela PF, em Brasília, na última quinta-feira (23). Paulo Bernardo está detido na superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

"O cerco policial, por terra e ar, de nossa casa e a ordem judicial para entrar em nosso apartamento teve a clara intenção de constranger, não só a mim, mas a todos os moradores, como se a intenção principal fosse mostrar sua onipotência contra cidadãos desarmados", discursou a petista na tribuna do Senado.

Ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Paulo Bernardo é suspeito de ter se beneficiado da contratação da empresa Consist, que cobrava mais do que devia e repassava 70% do seu faturamento para o PT e para políticos. 

De acordo com a investigação, um escritório de advocacia ligado ao ex-ministro recebeu mais de R$ 7,6 milhões de 2010 a 2015 em decorrência do esquema, de acordo com as autoridades.

O cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão na casa de Paulo Bernardo e Gleisi geraram protestos da direção do Senado pelo fato de se tratar de um imóvel funcional de parlamentar com foro privilegiado. 

A Casa chegou a solicitar que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare nulas as provas obtidas pelo Ministério Público Federal no apartamento funcional de Gleisi.

No pedido, a Advocacia-Geral do Senado argumentou à Suprema Corte que o imóvel é de propriedade da Casa e, por isso, está sujeito à mesma imunidade da sede. 

Além disso, o Senado ponderou na petição que seria impossível dissociar a titularidade dos documentos, objetos e bens apreendidos na residência de um casal, ainda que o alvo da operação fosse o marido da senadora do PT.

Diante da reclamação oficial do Senado, o ministro Celso de Mello, do STF, enviou ofício ao juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, que autorizou os mandados da Operação Custo Brasil, questionando detalhes de sua decisão que autorizou a busca e apreensão na casa de Gleisi e Paulo Bernardo.

Família.

Ao longo do discurso de 17 minutos, Gleisi Hoffmann se emocionou e ficou com a voz embargada em duas ocasiões. Um dos momentos foi quando ela falou que, nem “em pesadelo”, imaginaria que um dia precisaria subir à tribuna do Senado para defender o marido.

“Nem em pesadelos eu seria capaz de supor que estaria aqui, nesta tribuna, para defender meu marido, pais dos meus filhos e de caminhada política, de uma prisão. 

Prisão  injusta, ilegal, sem fatos, sem prova, sem processo, estou sentindo na própria pele, o que aflige, diariamente, milhares de pessoas, homens e mulheres atingidos pelo abuso do poder legal e policial", disse a parlamentar do PT.

Gleisi também embargou a voz ao falar dos filhos, que estavam no apartamento no momento da prisão de Paulo Bernardo. Na ocasião, os policiais apreenderam o computador de um dos filhos do casal.

“Tentei impedir que levassem o computador. Falou que iriam devolver o computador no mesmo dia, o que não aconteceu. Foi doloroso olhar para o meu menino, naquele momento. Buscavam achar dinheiro? Cofres? Documentos? Não acharam nada, o que provavelmente deve ter frustrado a operação espetáculo”, reclamou.

Manifestação de apoio.

Ao chegar ao Senado no início da tarde desta segunda-feira, Gleisi foi recepcionada por um grupo de cerca de 15 pessoas que se identificaram como integrantes da entidade Rosas pela Democracia. 

Os manifestantes fizeram um ato de desagravo à parlamentar do PT e gritaram palavras de apoio, como “senadora Gleisi nos representa!” e “golpistas, fascistas, não passarão!”

Os integrantes do ato acompanharam a petista até o momento em que ela entrou no plenário, do Senado para discursar sobre a prisão do marido.

Ao final do discurso, senadores do PT e do PC do B que acompanhavam a sessão aplaudiram Gleisi de pé no plenário e usaram os microfones para prestar solidariedade à senadora.

“Fico muito feliz de vê-la aqui hoje, de cabeça erguida, olhando no olho do povo brasileiro, aberta ao debate, trazendo os seus esclarecimentos. Claro, trazendo sua dor diante das injustiças, mas sem medo da verdade, como é a mulher brasileira”, disse a senadora Fátima Bezerra (PT-RN)
Fonte: G1 – DF.

PEDALADAS


PERÍCIA VÊ AÇÃO DE DILMA EM DECRETOS.


Técnicos do Senado periciaram atos da presidente citados no impeachment.
Relatório afirma que houve irregularidades nos créditos e nas pedaladas.


Uma perícia elaborada por técnicos do Senado, a pedido da defesa de Dilma Rousseff, apontou que há provas de que a presidente afastada agiu diretamente na edição de decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional.

No entanto, segundo os mesmos peritos, não foi identificada uma ação direta da petista na decisão de atrasar os pagamentos da União para bancos públicos, as chamadas "pedaladas fiscais", nos subsídios concedidos a produtores rurais por meio do Plano Safra.

O relatório, elaborado a pedido da defesa de Dilma, foi entregue nesta segunda-feira (27) ao secretário-geral da mesa diretora do Senado, Luiz Fernando Bandeira de Melo. O consultor de orçamento do Senado Diego Prandino Alves – integrante da comissão que realizou a perícia – explicou que os técnicos da casa legislativa não identificaram ato direto da presidente afastada nas "pedaladas" com base nos documentos anexados ao processo de impeachment. Ele, entretanto, ressaltou que "se houve algum ato direto da petista nos atrasos de pagamentos", os peritos não tiveram acesso ou essa prova não foi analisada pelos técnicos.

A edição dos decretos sem autorização do parlamento e as "pedaladas fiscais" embasaram o pedido de impeachment que afastou Dilma do comando do Palácio do Planalto. 

A solicitação de impedimento, apresentada pelo jurista Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaina Paschoal, se concentrou em duas acusações relativas a 2015: decretos de crédito suplementar assinados pela presidente sem autorização do Congresso e os atrasos no repasse de dinheiro para bancos públicos.

O relatório da área técnica do Senado, que tem 223 páginas, destaca que ocorreram irregularidades na liberação dos créditos suplementares sem aval legislativo e nos atrasos de pagamentos de subsídios do Plano Safra aos bancos públicos.

A perícia foi realizada em cima de provas e documentos anexados ao pedido de impeachment que tramita no Congresso. Em um primeiro momento, a comissão de especial encarregada de analisar o afastamento da presidente da República negou a solicitação da defesa para que os técnicos analisassem os documentos. 

Depois, atendendo a recurso dos advogados de Dilma, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, determinou que a perícia fosse realizada.

Créditos suplementares.

Uma das principais denúncias do pedido de afastamento da presidente é a acusação de que ela teria editado, no ano passado, decretos para liberar R$ 2,5 bilhões em crédito extra sem aval do Congresso.

A defesa da presidente afastada vem afirmando, ao longo do processo de impeachment, que não era necessário o aval do parlamento nos casos apontados pelos autores da solicitação de afastamento. Os técnicos do Senado que elaboraram a perícia, contudo, enfatizaram no documento que essa autorização era obrigatória.

Após entregar a perícia ao secretário-geral do Senado, o consultor Diego Prandino Alves observou que, como os créditos suplementares poderiam fazer que o governo não atingisse o resultado primário previsto no orçamento, a decisão de liberar o dinheiro teria de ter sido submetida ao Congresso em forma de um projeto de lei.

A perícia do TCU avalia, porém, que apesar da edição de decretos liberando gastos no Orçamento, houve o cumprimento da meta fiscal do ano passado.

“Concluiu-se que o Poder Executivo cumpriu as metas de resultado fiscal, mesmo com a liberação do limite de empenho e execução financeira promovida pelo Decreto 8581/2015. Logo, os decretos de contingenciamento editados foram suficientes para assegurar o cumprimento das metas de resultado fiscal de 2015”, diz o texto.

Entretanto, a meta só foi cumprida porque o Congresso aprovou, em 2 de dezembro, o projeto de lei do governo que reduziu a meta fiscal de 2015 e autorizou o governo federal a encerrar 2015 com um déficit recorde de R$ 119,9 bilhões.

A defesa de Dilma argumenta no processo de impeachment que a meta só pode ser considerada descumprida ao fim de um exercício – neste caso o de 2015. E que o parlamento, ao autorizar um rombo de R$ 119,9 bilhões no ano passado, teria convalidado os atos fiscais do Executivo federal.

Todos os anos, o Orçamento da União fixa uma meta de superávit primário, ou seja, de economia que o governo deve fazer para pagar juros da dívida. No ano passado, a meta teve que ser alterada pelo Congresso, a pedido do governo, porque não seria possível cumpri-la.

"Essa autorização para abertura de crédito, ela deveria vir de uma proposta, um projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso Nacional", disse o consultor.

Alves ponderou ainda que, de forma “incontroversa”, Dilma é a autora dos decretos de crédito suplementar. “O que foi verificado, a partir dos autos, é que ela a presidente afastada é a autora dos decretos. A autoria dos decretos é incontroversa."

O documento aponta ainda que a edição de decretos de crédito suplementar amplia a dotação orçamentária e que os valores adicionais “pressionam o atingimento do resultado primário desde sua edição”.

“Em um cenário de retração econômica, com consequente tendência desfavorável de arrecadação de receita, a edição de créditos suplementares eleva o nível de contingenciamento necessário para a manutenção da meta”, argumentaram os técnicos do Senado.

Segundo as perícias, edição de quatro decretos de crédito suplementar impactou a meta de superávit primário em R$ 1,75 bilhão no ano passado.

O entendimento é diferente daquele externado pelo ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que atuou na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff.

Em abril, na comissão de impeachment, ele afirmou que os decretos de crédito suplementar não liberam o pagamento de novas despesas e, deste modo, estariam de acordo com o Orçamento e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

'Pedaladas fiscais'.

Os três juristas que apresentaram ao Congresso Nacional o pedido de impeachment de Dilma afirmam que a petista cometeu crime de responsabilidade ao fazer as chamadas pedaladas fiscais no ano passado

Os atrasos de pagamentos aconteceram também em 2013 e 2014, embora não façam parte da acusação que embasou o afastamento provisório da petista.

Essa maquiagem fiscal consiste em "adiantamentos" de pagamentos realizados por bancos públicos a programas de responsabilidade do governo federal, sendo que a legislação impede que empresas controladas pela própria União emprestem dinheiro ao governo.

Na solicitação de impeachment, os juristas alegaram que, em 2015 – primeiro ano do segundo mandato de Dilma – ela publicou decretos de crédito suplementar sem aval do Congresso e autorizou as pedaladas fiscais, que consistem em atrasos nos repasses de dinheiro para bancos públicos, como o Banco do Brasil no Plano Safra.

Os autores do pedido de impeachment argumentam que "os empréstimos foram concedidos em afronta ao art. 36 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe a tomada de empréstimo pela União de entidade do sistema financeiro por ela controlada".

Na perícia entregue à mesa diretora do Senado, os técnicos corroboram a avaliação dos três juristas de que houve irregularidade no atraso dos pagamentos. Para os peritos, as pedaladas constituem “modalidade de financiamento”, ou seja, operações de crédito, mesma conclusão a que chegou o Tribunal de Contas da União (TCU).

A defesa de Dilma refuta a versão e argumenta que os atrasos decorrem de prestação de serviços.

Os técnicos do Senado ressaltam na perícia, entretanto, que, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal, as operações de crédito “consistem em compromissos financeiros assumidos em razão da abertura de crédito, entre outras operações assemelhadas.”

A perícia cita, inclusive, um entendimento do Manual de Contabilidade do Setor Público, utilizado pelo Tesouro Nacional, pelo qual “as operações de crédito nem sempre envolvem o usual crédito junto a uma instituição financeira, com o conseqüente ingresso de receita orçamentária nos cofres públicos como, por exemplo, nos casos de assunção, reconhecimento ou confissão de dívidas”.

Os técnicos do Senado avaliaram ainda que, em 2015, os passivos do Tesouro Nacional junto ao Banco do Brasil por conta do “Plano Safra” não foram registrados na dívida pública, o que passou a ser feito somente no final do ano passado.

A perícia também destaca que, por conta disso, até junho do ano passado o superávit primário foi superestimado em R$ 2,09 bilhões. Nos meses seguintes, esse valor caiu, chegando a R$ 700 milhões em novembro.

O documento, contudo, não respondeu ao questionamento da defesa da presidente afastada sobre se existem diferenças entre as pedaladas fiscais dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva com a as da gestão Dilma. 

Os peritos se limitaram a dizer que não analisaram esse ponto porque “versa sobre exercícios financeiros anteriores".

Prazos.

Após o recebimento do laudo pericial, o secretário-geral da Mesa do Senado Federal, Luiz Fernando Bandeira, explicou que a partir de agora a acusação e a defesa têm 24 horas para pedir esclarecimentos. Passado esse prazo, a junta pericial da Comissão terá até esta sexta-feira (1º) para responder aos questionamentos feitos pelas partes.

Após essa fase, os assistentes periciais, tanto da defesa quanto da acusação, terão até segunda-feira (4) da semana que vem para entregar um “laudo acessório” que concorde parcial ou totalmente com o laudo da junta pericial.

"E, finalmente, na terça-feira (5) da semana que vem, sentaremos todos à mesa da comissão, numa audiência pública em que esses laudos serão debatidos: o laudo da junta pericial e os laudos que eventualmente sejam apresentados pelos assistentes periciais de cada uma das partes”, afirmou Bandeira.
Fonte: G1 – DF.