sábado, 3 de novembro de 2012

COTIDIANO DO MENSALÃO


MARCOS VALÉRIO


LULA

 

Valério envolve Lula em caso de extorsão

São Paulo. Reportagem da revista "Veja" desta semana informa que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza revelou em depoimento ao Ministério Público Federal ter detalhes envolvendo o PT no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Valério, apontado como o operador do mensalão, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 40 anos de prisão por crimes cometidos no mensalão.

Operador do mensalão, Marcos Valério foi considerado culpado pelo STF por cinco crimes e condenado a mais de 40 anos de prisão.

Segundo a reportagem, Valério disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estavam sendo extorquidos por figuras ligadas ao crime de Santo André. Ronan Maria Pinto, apontado pelo Ministério Público como integrante de um esquema de cobrança de propina na Prefeitura, seria um dos suspeitos de chantagear Lula e Carvalho. A revista diz que Valério foi procurado por petistas para pagar o dinheiro da chantagem, mas que ele teria se recusado. Segundo ele, quem teria ficado com a missão seria um amigo de Lula, que utilizou um banco não citado no mensalão.
Benefício

As declarações de Marcos Valério à Procuradoria foram dados na tentativa de conseguir uma delação premiada, mecanismo jurídico no qual alguém que é investigado pode se beneficiar colaborando com a Justiça. Antes mesmo de ser divulgado, o depoimento, que teria sido feito em setembro, já causava polêmica na imprensa. Valério teria citado nas denúncias o ex-presidente Lula e o ex-ministro Antonio Palocci. O empresário mencionou outras remessas de recursos para o exterior, além das que foram feitas para o publicitário Duda Mendonça, que trabalhou na campanha de Lula em 2002 e foi absolvido pelo Supremo no processo do mensalão.

Desqualificação

A cúpula do PT procurou desqualificar, na quinta-feira, o novo depoimento que o empresário Marcos Valério teria prestado à Procuradoria-Geral da República sobre o esquema. Saindo em defesa do ex-presidente Lula, os petistas disseram que Valério está tentando se livrar da pena imposta pelo STF e por isso não merece credibilidade. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, disse duvidar que Valério tivesse algo a acrescentar ao que já foi dito no julgamento do mensalão. "Se eu fosse condenado a 40 anos de prisão também estaria me mexendo", ironizou. Segundo a reportagem da revista "Veja", Valério afirmou ter mais para contar sobre o esquema, ter como provar que Lula "sabia de tudo" e que passaram pelos caixas do mensalão R$ 350 milhões, mais do que o valor rastreado pelas investigações. Ele também teria o que revelar sobre o "escândalo dos aloprados", ocorrido em 2006, quando militantes petistas foram presos em um hotel de São Paulo com R$ 1,7 milhão em dinheiro, que seria usado para comprar um falso dossiê contra adversários do partido. De acordo com a publicação, o empresário Marcos Valério afirmou saber o nome do empresário que arrumou o dinheiro. Acusado pelo Ministério Público de ser o operador do mensalão, Valério foi considerado culpado pelo Supremo Tribunal Federal por cinco crimes (corrupção ativa, evasão de divisas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato) e condenado a 40 anos, 1 mês e 6 dias de prisão - até o final do julgamento o tamanho da pena pode mudar. As penas de prisão e multa ainda serão ajustadas e podem aumentar ou diminuir a depender da "coerência" e do papel de cada um no esquema, segundo ministros do Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Agência Brasil.


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