terça-feira, 12 de setembro de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2017

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
COMO SEMPRE É SÓ ENCENAÇÃO

Nobres:
Não é hilariante e que se transforma em comédia pelos atuais (Deus seja passageiros) ao querer a reforma política, desde que ela entre em vigor somente em 2040, quando todos já terão deixado a política. Em outras palavras, ninguém quer, de fato, mudar um sistema pelo qual foi eleito. Sem consenso, a reforma política está emperrada no Congresso. Os motivos são vários, mas podem ser sintetizados na declaração dada por um desses parlamentares e ao que parece formam consenso nas suas opiniões. É uma pena se isto de fato ocorrer porque o Brasil estará dando uma sobrevida a um sistema político que não representa ninguém. Os partidos estão desacreditados e os seus integrantes são rejeitados e acusados de corrupção. O sistema eleitoral elege candidatos com poucos votos enquanto derrotam outros que tiveram o dobro da votação. E o que se vê são alguns defendendo esta deformação com necessária à renovação. As esdrúxulas coligações nas eleições para os cargos legislativos enganam o eleitor ao levá-lo a eleger candidatos com quem não tem a menor afinidade. Ou seja, o eleitor vota em um candidato de um partido contrário à pena de morte e acaba elegendo alguém de outro partido que defende a medida. E são tantos os partidos, trinta e cinco no total que ninguém é capaz de dizer o nome de um terço deles. E, acreditem: nos próximos dias, será autorizado a funcionar o 36º partido político brasileiro, o Muda Brasil, que, na verdade, não mudará nada, já que tem como um dos líderes um ex-deputado condenado no mensalão e há 67 outras legendas em processo de formação. O que motiva a formação de tantos partidos é o acesso ao fundo partidário – uma bolada de R$ 819 milhões e o tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV dentro e fora do período eleitoral. É evidente que essas deformações dos sistemas político e eleitoral deveriam ser expurgadas de nossa legislação. Mas, o que está prevalecendo é o interesse de cada um: os partidos nanicos rejeitam a cláusula de barreira que exigiria uma votação mínima para o acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e TV; os deputados sem-votos não querem acabar com as coligações nas eleições proporcionais e lutam contra a criação de distritos; e há até quem só aceita mudanças se for criado outro fundo de recursos públicos para financiar as campanhas. No meio de tantos desencontros, fica a esperança de que o Congresso tenha pelo menos o bom senso de aprovar uma cláusula de barreira que reduza a fragmentação partidária, a proibição das coligações nas eleições proporcionais e alguma forma de reduzir os gastos com as campanhas eleitorais, mas é praticamente uma ‘exibição’.
Antônio Scarcela Jorge.

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