COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
INSENSATEZ PRESSUROSA
Nobres:
Neste Brasil onde a maioria da população apóia um safado e ladrão que
nega com ironia e falastrão quando chama o seu “serviçal o ex- ministro e
também corrupto Antonio Palocci, de querer levar vantagem em tudo de mentiroso
e outras coisas que cabe na doentia mente desse marginal, traidor dos camaradas
na época do regime militar considerado “dedo duro” cuja delação ele inaugurou
através do então ministro Golbery de Couto e Silva no sentido de facilitar a
fundação do tal PT no sentido de “rachar” o trabalhismo comandado por Leonel
Brizola. Este Lula o rei do oportunismo que teve o privilégio em chegar a
Presidência da República” graças ao louvor dos anarquistas e desocupados e de
outros segmentos. Tem milhares de brasileiros fanáticos por o rei da corrupção
que por sinal é nato da ideologia marxista.
Como sendo satélite dessa ideologia, que em segunda ‘ordem’ deste
comentário, passamos a delinear a Revolução Russa trepida em muitas almas. É
verdade, o seu epílogo ocorreu no Natal de 1991, ontem. Vista como processo que
duraram 70 anos e não apenas como ato de um único dia em outubro de 1917,
provoca vívidas cisões passionais por falta de distanciamento histórico. Por
isso, as plagas atrasadas presenciam, em 2017, acerbos debates entre quem
pretende reencenar o script revolucionário e os que entendem ter sido apenas
mais uma miragem. Por isso, análises frias, conectadas aos fatos, tendem a ser
repudiadas pelos passionais. Dos muitos aspectos existentes, optamos por
analisar a confusão entre o fim da Guerra Fria, a débâcle da URSS e a perda de élan do marxismo na parte
civilizada do mundo. São três eventos muito próximos no tempo e
correlacionados, mas não é a mesma coisa. A míngua da crença no marxismo
redundou na eleição de Gorbachev para a chefia da União Soviética; a pobreza
econômica da União Soviética a fez perder a capacidade de manter o equilíbrio
do terror nuclear que caracterizava a Guerra Fria; as fragilidades do centro de
poder ensejaram a ressurreição das nacionalidades aprisionadas pela mão imperial
da Rússia, e essas seccionaram o Estado Confederal Soviético. É possível
imaginar situação na qual a URSS ficasse parecida com a China atual e não
sumisse (literalmente) do mapa. O império com maior extensão territorial e
poder militar da história ruiu sem estrondo, apenas com gemidos. Todos os
outros impérios europeus findaram com muito sangue. A França praticou
carnificinas na Indochina e Argélia. O Reino Unido espalhou guerras para manter
colônias. Portugal reteve Angola e Moçambique sob jugo militar até os anos 70.
Bélgica, Holanda, Espanha, Itália, em maior ou menor grau também foram
metrópoles de longínquas colônias tropicais, das quais exauriam a seiva. Nessa perspectiva, a União Soviética era apenas a face
política e jurídica de mais um império europeu. Alcançava as adjacências da
Rússia, sem possessões ultramarinas. Porém, do ponto de vista dos povos
bálticos, dados de brinde pelos nazistas a Stalin, dos ucranianos e da franja
islâmica a sudeste de Moscou, o czar e o secretário-geral do Partido Comunista
da União Soviética tinham o mesmo efeito prático: subordinação. Extinto o
império, os pobres do início perceberam-se pobres no fim. IDH 0,62 do
Tajiquistão e 0,80 da Rússia. Aquele, similar ao IDH dos grotões do Brasil;
esta, semelhante a São Paulo. Os 70 anos de camaradagem comunista não
equalizaram a distribuição da riqueza. A debilidade intelectual do
marxismo-leninismo é tão óbvia que o espanto não ocorre pela perda de adeptos,
mas sim por ter conseguido fiéis. Coisa da natureza humana: idéias que mexem
com emoções tendem a ser atraentes, ainda que sejam racionalmente estúpidas.
Mais hora menos hora essa religião laica, crente na força metassocial do
materialismo histórico, iria se tornar démodé.
A vitória norte-americana na Guerra Fria também foi se desenhando a partir da
aceleração tecnológica dos anos 60. A URSS fazia blindados, mísseis, aviões
fantásticos, mas não gerou a internet, a Microsoft, Google, Apple, IBM etc. A
capacidade militar deixou de ser aferida por tonelada e passou a ser medida em
bytes, sem que isso fosse combinado com os russos. Aí, eles perderam o jogo. A
estupefação, quase incredulidade, persiste ante a implosão da URSS. os últimos dias da União Soviética,
narra e analisa os estertores da federação dos “povos amigos do socialismo”,
dizendo que o Ocidente não almejava o fim do Estado soviético, entre outros
motivos por medo da fragmentação em micro potências nucleares. Todos foram
surpreendidos pela evaporação daquilo que parecia tão sólido. É fator ‘pseudo
ideológico, que especifica a utopia.
Antônio
Scarcela Jorge
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