COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
IMORALIDADE É A REGRA
Nobres:
No país das ‘causas inusitadas em se tratando do atual quando (ou
quadrilhas) de políticos que povoam especialmente o Congresso Nacional
acompanhado por parlamentares dos Estados federalizados e algumas Câmaras
Municipais, estas últimas requer alfabetização funcionam e não sabem o que
estar. Se labutar desta forma e, de modo, o Congresso tenta jogar areia nos
olhos do público desviar a discussão do caso Aécio Neves para um confronto entre o
Supremo Tribunal Federal e o Senado. Não há uma crise institucional, mas uma
profunda crise de caráter de substancial parcela do mundo político. Ao se
retirar a areia da discussão, Aécio Neves teve um diálogo nada republicano com
Joesley Batista que nem ele Aécio nem o
empresário negaram. Eles comprovaram através de ‘filmagens’ e, como estão tais
fatos, houve, no mínimo, uma violação da dignidade funcional por parte do
senador. Nessas circunstâncias, uma pessoa de caráter teria renunciado ao
cargo. Como Aécio não o fez, seus pares deveriam tê-lo expulsado, se tivessem o
caráter que faltou ao envolvido no caso. Tampouco o fizeram. Ao contrário, pretendem agora
salvá-lo sob o
pretexto de que não cabe ao Supremo determinar o seu "recolhimento
noturno" pena, aliás, branda para tanta falta de compostura. É claro que
há margem, do ponto de visto jurídico, para discutir se o STF acertou ou errou.
Tanto há margem que três ministros votaram em uma direção (contra Aécio) e dois
em outra (a favor dele). Mas, do ponto de vista da moralidade pública, essa
margem inexiste. O senador cometeu deslize abominável. Se tivesse tido a
decência básica de renunciar, não se armaria esse confronto Senado/STF. A
compostura que faltou ao ainda presidente do PSDB (embora licenciado) faltou
igualmente a seu partido. Ou, pelo menos, à maioria dele. Comprovados os fatos
acima citados, a única atitude de um partido decente seria expulsar o envolvido
não só da presidência, mas do próprio partido. Não fazê-lo é ser cúmplice de um
atentado à moralidade pública. E os políticos ainda se queixam quando um
ranking, como o do Fórum Econômico Mundial, aponta os brasileiros como os políticos menos
confiáveis do mundo, últimos colocados em confiabilidade entre 137 países. Abrir uma crise
institucional por esse tipo de gente seria uma tremenda aberração. Mas, no
Brasil, não seria uma surpresa. Afinal, nosso mundo político, com meia dúzia de
exceções, é uma aberração e um engodo.
Antônio Scarcela Jorge.
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