quinta-feira, 7 de setembro de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 7 DE SETEMBRO DE 2017

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
O PAÍS SEM RUMO

Nobres:
O Comprometimento das instituições de Estado brasileiro de forma generalizada eleva o constrangimento e ao mesmo tempo perplexidade para sociedade. Neste ‘desentendimento’ o Judiciário partiu para o ataque. O ministro do Supremo Luiz Fux e o procurador geral da República, Rodrigo Janot, fez coro de que o Congresso Legislativo tenta enfraquecer a Justiça, como ocorrera na Itália, na operação Mãos Limpas. Não faltam argumentos para corroborar as afirmações. Fux lembrou que, na votação das medidas contra a corrupção um projeto de iniciativa popular com o Ministério Público, os congressistas batalharam para incluir mecanismos de restrição e punição de juízes e promotores. Agora, na reforma política, são propostos mandatos limitados para integrantes das Cortes superiores. Essa seria uma discussão salutar, não fosse o fato de que, entre as pessoas que querem definir as regras, estão 238 parlamentares que hoje respondem a algum tipo de processo muitos por corrupção no Supremo. Mas igualmente verdade é que o Judiciário vem perdendo apoio da população. O Índice de Confiança da Justiça, da Fundação Getulio Vargas, mostra que a instituição tem o apoio de 24% dos entrevistados. No ano passado, eram 30%. Para o Ministério Público, a queda foi maior: de 44%, em 2016, para 28%, agora. Pesam para esse resultado ações como a do ministro Gilmar Mendes, que, por duas vezes, mandou soltar um empresário do setor de transportes do Rio flagrado em gravações ameaçando de morte pessoas que testemunharam contra ele. Não sem motivo, outra pesquisa, do Instituto Ipsos, mostra que Gilmar tem 67% de reprovação. Também não colaborou muito o pedido de reajuste salarial de 16% para procuradores, aprovado e engavetado em meio à crise econômica, e a reação de um juiz de Mato Grosso que recebeu meio milhão de reais no salário de julho: “Não tô nem aí”. A abertura de todos os contracheques pelo portal do Supremo, ontem, já é uma iniciativa para começar a corrigir os problemas. A defesa da Lava Jato e a luta contra a corrupção é essencial ao país, mas o Judiciário precisa, ao mesmo tempo, corrigir suas mazelas e não esquecer de que a Justiça tem que ser isonômica.
Antônio Scarcela Jorge.

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