quarta-feira, 13 de setembro de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUARTA-FEIRA, 13 DE SETEMBRO DE 2017

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
APTIDÃO CLÁSSICA DO NOSSO PAÍS

Nobres:
O insuperável jeitinho brasileiro o indicador genético de nosso povo mostra a cara novamente: até na delação o brasileiro busca uma forma de contornar a realidade ao seu favor. Depois de estremecido o país, liquidarem um presidente, entregarem esquemas e quase saírem impunes do maior esquema de corrupção do mundo, os irmãos “Esley” lançaram, agora, uma nova modalidade criminal: a delação à brasileira. “Nós não ‘vai’ ser preso”, afirmou Joesley convicto. Considerando-se um gênio do empresariado, JB orgulhava-se por saber os caminhos dos bastidores e os segredos do enriquecimento criminoso. Após fazer fortuna, restava-lhe, apenas, salvar sua cabeça e o império Batista. E arquitetando uma gigantesca conspiração para entregar os nomes mais preciosos embora nefastos da República, Joesley grampeou-se e foi ao abate! Gravou ministros, deputados, senadores, governadores e o presidente. O problema, porém, é que JB estava tão disposto a grampear bandidos que se esqueceu de que, dentro de si, havia um dos maiores criminosos do esquema: aquele que ostenta a veia do empreendedorismo para encobrir sua farsa e lavar as mãos. E foi assim que o Senhor Friboi gravou a si mesmo e entregou de bandeja, a própria cabeça. Joesley tentou enganar a Procuradoria Geral, o Supremo e a Polícia Federal omitindo informações numa delação incompleta e seletiva. Sem limites, JB diz ter influência com cinco ministros da suprema corte e um fechado ao seu lado. Em suma, a corrupção comprou os três poderes! O jeitinho brasileiro mostra a cara novamente: até mesmo na delação o brasileiro busca uma forma de contornar a realidade ao seu favor. E o melhor: acredita-se que os áudios recentes tenham sido entregues por engano à PGR. Ou seja, a negligência típica de quem faz da vida um improviso leva, pois, ao fim da linha; crendo que o mundo é dos espertos, Joesley rifou-se. Os irmãos Batista eram, até então, os símbolos máximos da impunidade, o rótulo clássico de que o crime compensa. A mentira, contudo, não permite falhas. Em verdade, a gafe mortal dos “Esley” é a prova viva de que a corrupção consome até mesmo o próprio corrupto principalmente a “corrupção a brasileira” que sempre tardou, mas chega como o ímpeto da própria justiça em puni-los.
Antônio Scarcela Jorge.

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