sábado, 14 de julho de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO, 14 DE JULHO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

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Nobres:
Num país onde a corrupção tornou-se padronizada e dominada pelos políticos da atualidade se criam artifícios para vossas sobrevivências em função da “vitaliciedade” do poder que na prática imperialista ultraja aos sistemas do Estado Brasileiro desde sua independência. Outros estão moldados no contexto eleitoral. Presentemente é encontrar a perfeição para discorrer os laboratórios maquiavélicos é premissa, tanto é, que foi o tempo em que todos os partidos políticos tinham como ambição máxima eleger o presidente da República, além de governadores e senadores. Com o financiamento público das campanhas, a grande meta dos partidos médios é eleger o maior número de deputados federais, pois do tamanho da bancada dependerá a verba que cada um receberá do fundo eleitoral nas próximas eleições. Isso explica, em grande parte na costura das alianças, que aumenta a incerteza sobre a eleição presidencial. A Presidência e os governos estaduais tornaram-se secundários, a não ser que o partido tenha um ás na manga, um nome com grandes chances de vitória. Lançar candidatos com poucas chances a estes cargos tornou-se desperdício. Campanhas majoritárias consomem muito dinheiro e energia política. O MDB só engoliu Meirelles depois que ele resolveu bancar a própria campanha. Pela mesma razão, com a desistência de Joaquim Barbosa o PSB optou por não ter candidato. O tamanho das bancadas já era importante para garantir o poder de barganha dos partidos com o presidente eleito. Ele determinava também o tempo de televisão e a cota do fundo partidário (financiador da atividade partidária, não das eleições, embora o dinheiro acabe se misturando). Com o financiamento das campanhas pelo fundo eleitoral, o sucesso na eleição de deputados tornou-se questão de sobrevivência. Quem não fizer uma boa bancada agora terá menos dinheiro nas eleições de 2020 (municipais) e 2022 (gerais), podendo entrar em rota de extinção, risco que se agrava com a vigência inicial da cláusula de barreira. Essa nova prioridade afetou o eixo da disputa e das alianças. Elas estão atrasadas porque os partidos médios vão esperar o quanto puderem por um quadro mais claro. E farão a escolha levando mais em conta os ganhos que teriam na eleição parlamentar do que as afinidades ideológicas com o candidato. O outro impacto será sobre a composição da Câmara. Como os atuais deputados já são conhecidos, já tendo serviços prestados aos eleitores de seus redutos via emendas orçamentárias, levam vantagem na disputa com os estreantes. E para acentuar esta tendência, os partidos reservaram para eles o maior quinhão da cota financeira destinada à eleição parlamentar. Assim a taxa de renovação da Câmara deve ser baixíssima, apesar de tantos encrencados na Lava Jato e do desprezo dos eleitores mais exigentes.
Antônio Scarcela Jorge.

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