COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
SUCESSOR COM REFORMAS
Nobres:
A campanha à
Presidência da República está na rua, mesmo que informalmente, e os candidatos
estão sendo incitados a apresentarem suas propostas para o país. Um tema, no
entanto desperta desconforto entre eles: a reforma da Previdência. Apesar de o
assunto ser urgente, não há nenhum interesse deles em estender a conversa. Por
uma razão simples: na cabeça dos postulantes ao Palácio do Planalto, falar
sobre mudanças no sistema previdenciário tira votos. A população brasileira
está preparadíssima para ouvir e opinar sobre a reforma da Previdência. Em
2017, mesmo com todo bombardeio, o governo conseguiu mostrar o quanto o atual
regime de pensões e aposentadorias é injusto. Da forma como funciona hoje,
privilegia os mais ricos. Pior, permite que aqueles que ganham mais se
aposentem mais cedo. Em média, os privilegiados param de trabalhar aos 55 anos,
recebendo cerca R$ 10 mil por mês. Os que efetivamente “trabalham” em especial
os mais pobres, por sua vez, se aposentam, em grande maioria, por idade 60
anos, no caso das mulheres, e 65, dos homens. Muitas dessas pessoas não
conseguem comprovar o tempo necessário de contribuição ao Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). Assim, têm que esperar a idade mínima para receber um
benefício referente ao salário mínimo, de R$ 954. As disparidades, como se vê,
são grandes, sempre a favor de uma minoria. A proposta que tramitou na Câmara
dos Deputados pode não ser a melhor, mas, neste momento, é vital para o país,
pois permitirá o equacionamento das contas públicas. Diante dos riscos fiscais
diminuídos, não haverá necessidade de se elevar as taxas de juros. Com custo
menor do dinheiro, os investimentos produtivos voltarão, impulsionando o
emprego e a renda. Alguns “acastelam” um período de transição mais longo para
um novo modelo. Por mais esdrúxula que possa ser a posição de um candidato, o
importante é que ele mostre como pretende resolver o déficit da Previdência,
que caminha para os R$ 300 bilhões por ano quando somados os regimes público e
privado. Um país que está envelhecendo tão rápido como o Brasil não pode se dar
ao luxo de protelar as mudanças essenciais para uma das expostas. Em resumo,
ficará para o próximo Presidente da República para proceder todas as reformas
no sentido de desenvolver o país ora emperrado.
Antônio Scarcela Jorge.
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