COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
O QUE DIZEM AS PESQUISAS
Nobres:
Além das
preferências dos eleitores por candidatos específicos, as pesquisas eleitorais
têm demonstrado três tendências importantes. A população está irritada com a
política; descrente nas instituições do país e os políticos não mais possuem
credibilidade de que vão resolver os problemas do país. Obviamente as
palhaçadas protagonizadas pelo Supremo Tribunal Federal e pelos novos aloprados
do PT recentemente acentuam ainda mais essas tendências observadas. Tal postura
da população vai ser muito importante na determinação dos resultados das
eleições e pode causar ainda grandes mudanças nos resultados a serem obtidos em
outubro, não só a nível nacional como também nos diversos estados. Ou seja, o
Brasil está em uma situação de incertezas muito grandes, e pode caminhar por
trilhas muito incertas mesmo depois das eleições. A irritação com a política,
particularmente, se revela pela declaração de voto nulo ou branco diante das
opções e pela escolha de candidatos que têm assumido postura contra o
establishment político. A falta de credibilidade dos políticos é revelada
quando nenhum dos que são já bem conhecidos empolga muito, mesmo quando possui
imagem de sério e honesto, como é o caso de Henrique Meirelles, atrelado a um
partido cuja imagem não é boa, por ter alguns de seus expoentes participados de
várias ações de saque aos cofres públicos, segundo denúncias veiculadas na
imprensa. A descrença nas instituições, por sua vez, é revelada quando o
candidato com maior suporte entre os eleitores é Lula um político que claramente
afronta a ordem institucional vigente. Lula, é hoje um condenado em segunda
instância e um réu em vários outros processos de corrupção, que claramente
indicam que houve excessos de benefícios do ex-presidente em agradecimento a
favores concedidos a empresas privadas na relação com o Governo Federal. Apesar
da argumentação para a militância de que a condenação é incorreta, a população
adere ao voto a ele porque na verdade está pouco se lixando para as
instituições, não porque acredite nos argumentos que geralmente são válidos apenas
para militantes fanáticos. Essa tendência tem levado a certo desinteresse da
população pela política, além de revolta em vários segmentos da sociedade. Por
consequência, a maior parte dos eleitores tem se colocado à margem dos seus
desdobramentos e deverá tomar suas decisões de voto muito próximas às eleições.
Ou seja, os resultados atuais das pesquisas, por mais angústia e ansiedade que
possam trazer aos políticos, ainda podem estar muito longes do que serão as
preferências efetivas dos eleitores no momento do sufrágio. No entanto, uma
definição óbvia até então é que os eleitores querem mudanças. Em nível de
estados isso pode ser muito importante para as estratégias políticas. A
economia tem sofrido muito em decorrência dessas indefinições, principalmente
porque o seu desempenho futuro dependerá bastante da atuação do governo para
controlar os gastos públicos, que estão fora de controle e ameaçam a
estabilidade de nossa moeda e as perspectivas de crescimento econômico para os
próximos anos. Para completar, o Congresso Nacional ainda tem tido a cara de
pau de aprovar alguns projetos que comprometem ainda mais as contas públicas
para o ano que vem, legislando na contramão do que o Brasil efetivamente
precisa. Nestes termos ficou estabelecida uma desordem institucional.
Antônio Scarcela Jorge.
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