COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
ESQUERDA VOLVER
Nobres:
Para iniciar não
somos ideologicamente esquerdistas, estamos observando cada “conceito”
ideológico vulnerável em que o nosso País deriva de acordo com os seus
interesses. Para os “esquerdistas” a desordem e a anarquia fere os princípios
da verdadeira democracia e não aquela “democracia que o então líder Fidel
Castro deixou um legado de inverdades que religiosamente segue Lula e seus
abnegados aqui no Brasil e os satélites na América do Sul. Como agremiação
de suposta ideologia o PT tentou e agora insistentemente “força” passar a
mensagem de que os problemas do país são apenas a perseguição aos pobres
realizada pelas elites, o que não contribui para a formação de consensos
sociais e é uma visão simplista e razoavelmente enganadora. Além disso, essa
postura só leva a mais divisão social e menos definição de estratégias
factíveis para a superação dos problemas essenciais. Mais da metade do período
de discussões eleitorais, incluindo-se aí um longo período de pré-campanha, foi
gasto com uma dicotomia que tergiversa os verdadeiros problemas nacionais. A
consequência foi a ruptura do pacto democrático no país, o que seguramente terá
impacto profundo na governabilidade do país nos próximos anos. A postura do PT
para acobertar crimes de seu líder maior foi tentar desmoralizar as
instituições com vistas a forçar a absolvição de Lula dos seus crimes contra a
democracia (corrupção). Com isso, toda a luta da esquerda nos últimos 54 anos
para estabelecer instituições sólidas, confiáveis e justas no país foi
desmoralizada na cabeça de muitos esquerdistas e simpatizantes. A democracia
deixou de ser prioridade para proporção relevante da sociedade. Isso afastou os
segmentos sociais mais preocupados com um conceito mais profundo de democracia,
que vê na transparência, estabilidade e equilíbrio das instituições fatores
fundamentais para promover a justiça na sociedade. Ou seja, o PT afastou-se da
esquerda moderna e mais verdadeira, além de também expelir qualquer simpatia e
aliança social com os segmentos mais de centro esquerda. Além disso, ele
associou-se de forma mais forte aos movimentos sociais de raízes golpistas, que
não respeitam a ordem institucional, como MST, PSTU, PCdoB e outras
organizações de cunho autoritário. Com essa estratégia do PT, grupos sociais
com ideias democráticas menos consolidadas, mas que viviam sob a influência
ideológica da esquerda institucionalista e seus associados, se desgarraram dos
seus líderes e assumiram postura menos democrática. Sem a preocupação de
corresponder a expectativas dos seus aliados e líderes democratas, muitos
aderiram à proposta voluntariosa e autoritária de Bolsonaro, desde que fosse
moralizadora. O apego menor à democracia, até mesmo por utilizar menos recursos
analíticos nas suas formulações, fez com que esses segmentos não repelissem a
postura autoritária do candidato do PSL, desde que trouxesse mais segurança e
ordem, como promete. Isso significa que a força de Bolsonaro nessas eleições é
resultado da postura do PT e seus aliados autoritários, cujo objetivo único
tornou-se livrar Lula da cadeia, mesmo que para isso tivessem que desmoralizar
as instituições democráticas do país e fomentassem apoio a ideologias
autoritárias. Ou seja, a herança da insistência do PT em manter a discussão
sobre a legitimidade de uma candidatura de Lula foi a ascensão de Bolsonaro e
poder realmente se tornar presidente. Depois do desastre Dilma e da
liberalização da corrupção desenfreada, essa é mais uma dívida que o PT fica
com a verdadeira esquerda brasileira. Não adianta insistir.
Antônio Scarcela
Jorge.
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