COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
INCONSTÂN-
CIA MORAL
CIA MORAL
Nobres:
Na explícita veracidade, é que
Lula seria a única chance de a elite brasileira livrar-se da cólera popular que
vai tomando forma diante da violência diária e arbitrária promovida pelo
estado. Não se iludam: o povão brasileiro são simulacros estimulados por nossas
elites atrasadas, compostas em grande medida por falsos intelectuais. Simulacros
que muita gente supostamente esclarecida compra sem questionar-lhes as cifras
mais evidentes. Neste aspecto é que a corrupção no Brasil migrou do executivo
para os demais poderes. Se continuar acontecendo desta forma o sustentáculo
corrupto no Brasil, certamente, não será mais o político que transporta mala de
dinheiro no nariz da imprensa. Há muito ocorre nas esquinas e botecos, que é
onde nasce a opinião pública real. O legislativo dominado por organizações
delituosas se “deitou em berço esplêndido” se enraizou e se acomodou entre seus
membros aproveitou permanentemente. O judiciário em alguns de seus segmentos se
contaminou. Não precisa perceber a dura realidade, alguns têm até dificuldade
psicológica de sair às ruas. Transitam com medo porque sabem que usufruem de benefícios
amorais para suas pretensões de imunidade ética. Outro fator é a grande mídia
rendida aos interesses políticos, eleitorais e econômicos. O que esperar de um
país que construiu sua identidade vulgo democrática através de uma única
emissora de televisão por 50 anos seguidos, num monopólio midiático sem
precedentes no mundo enunciando uma estrutura política que permitiu a expansão
de um grupo de mídia dessa natureza e com essas características. Por outro
lado, poderá está provocando a falência moral por si mesma, sendo
simbolicamente devastada por um falso pressuposto que diz que todo político é
corrupto, suposição gestado e veiculado justamente por essa famigerada
emissora. O fato de parte considerável de a população aceitar essa pressuposição
não significa, por sua vez, que este segmento aparentemente prepotente também
seja racional. No período da era lulista o tecido jornalístico da leitura
aplicada e detida, já era esperado em que os dados estatísticos fossem sempre
bons e positivos. O país rumava rapidamente a uma posição consolidada no
cenário internacional das conquistas sociais e econômicas. Tudo tão
previsivelmente óbvio e alvissareiro, que o que se comentava nas redes e nas
mídias alternativas era como a imprensa hegemônica iria tratar a divulgação dos
dados positivos daquela vez. Porque esse era um ponto a se considerar: a
imprensa minimizava e diminuía os dados apresentados. Podia ser a posição
ascendente no IDH, a diminuição da mortalidade infantil, a queda do
desmatamento na Amazônia ou o pleno emprego no país que, aliás, durou até 2014,
a despeito de toda a crise alardeada pela imprensa dia e noite, anos a fio. Os
dados positivos, portanto, eram vítimas retóricas da imprensa que se recusava a
reconhecer os avanços da sociedade brasileira e preferia entender que o
reconhecimento destas conquistas seria apenas uma propaganda não remunerada a
um governo que ademais não lhe era íntima. Ao manipular o evidente parcializo
nos debates dos quatro presidenciáveis vê-se a incomodar-se em posições
comprometedoras no atual estágio político. Por outro lado resta à sociedade
produzir efetivamente discorrer e resistir, denota apenas, que nós enquanto
sociedade não está tendo a capacidade de construir uma resposta a tudo isso
diante dessa instabilidade moral que ora vivenciamos neste Brasil.
Antônio Scarcela Jorge.
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