COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
CAMINHADA
NATURAL
Nobres:
A campanha eleitoral, não há
dúvidas ganhou novos contornos com o atentado a faca sofrida pelo deputado Jair
Bolsonaro, do PSL. Se, mesmo na liderança, das pesquisas de intenção de votos
para a Presidência da República, ele enfrentava um momento complicado pelo
pequeno tempo de propaganda na tevê apenas oito segundos, sofrendo fortes
ataques dos principais concorrentes, agora ele passou a dominar a atenção do
eleitorado, 24 horas por dia. Não se sabe se tamanha exposição será suficiente
para Bolsonaro, vítima de um ato violento inaceitável, agregar votos que lhe
garantam a vitória. O certo, porém, é que o capitão reformado do Exército criou
um grande problema para os oponentes, sobretudo para os da esquerda e para
Geraldo Alckmin, do PSDB, que vinha com uma campanha pesada contra o
representante do PSL. Ciro e Marina, que aparecem empatados em segundo lugar
nas pesquisas de intenção de votos, terão que redobrar os esforços para se mantiver
no debate. O PT, por sua vez, será obrigado a decidir logo pelo lançamento da
candidatura de Fernando Haddad, uma vez que o esforço midiático executado por
Lula, que está preso em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro,
perderá eficiência. Mais importante, contudo, do que as estratégias dos
candidatos param se mantiver com chances na disputa marcada para sete de
outubro, será a postura que os presidenciáveis adotarão nem mesmo para o
populismo barato, cujas consequências são devastadoras. Terá que prevalecerem,
nos próximos 28 dias, o bom senso. Os postulantes à Presidência da República
terão que apresentar propostas para o país, que sofre para sair do atoleiro da
recessão e precisa urgente, criar empregos para mais de 13 milhões de
brasileiros. Até a facada que atingiu Bolsonaro, poucos foram os momentos em
que os presidenciáveis se preocuparam em apresentar seus projetos de governo. A
eleição não deve se pautar por questões pessoais. Escolher um presidente da
República exige um conjunto de fatores, a começar pela competência e pela
responsabilidade de comandar um país. Quase 210 milhões de brasileiros serão
afetados pelas decisões que o vencedor das urnas tomar. Portanto, deve
prevalecer o pragmatismo. O Brasil já fez escolhas erradas demais. Em 2014, por
meio de propagandas enganosas, Dilma Rousseff acabou reeleita. A desastrosa
gestão empurrou o Brasil para uma das mais severas recessões da história. A
destruição das contas públicas impede, até hoje, o governo de executar
políticas fundamentais nas áreas de saúde, educação e segurança. Lembramos ao
eleitor que votar com o coração de princípio tem seu charme, e o pior vender
seu voto é atitude de pessoa sem escrúpulo que não cabe expressar tamanha
estupidez causada por si mesmo. Infelizmente é o que aconteceu nas eleições
anteriores. Basta deixar a porta entreaberta na madrugada é norma aqui há
décadas. Esperamos que a sensatez do eleitor veja na época em que momentos
difíceis empurrem para o próximo governo seja capaz de cumprir o que todos os
segmentos de cidadania sem o comprometimento das organizações que estão
enfraquecendo sob a sociedade ética.
Antônio Scarcela Jorge.
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