COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
SOBRE AS PESQUISAS ELEITORAIS
Nobres:
Nas manobras que
se situa a mídia como aliada a “indicar” o próximo presidente da República e
outros postulantes aos devidos cargos eletivos, como sempre acontece; esta
eleição é singular para quem mudou os costumes, o conceito da família onde o
absurdo é regra. Nas eleições que se aproximam é regra no que o segmento
majoritário da aculturada população brasileira, mesmo aqueles que têm formação
superior onde a didática e a verdadeira cultura se embaraça. Neste aspecto
diante da evolução tecnológica, as pesquisas tornaram-se complexas, e, não
raro, deixam o eleitor atônito com a divulgação massiva e frenética de uma
miríade de simulações e cenários que, a nosso ver, em nada contribuem para um
legítimo processo democrático. Seu protagonismo é notadamente deletério. Só
serve para confundir o eleitor desavisado, induzindo-o ao malsinado voto útil,
materializando um vetor de cooptação de votos, direcionados aos candidatos de
interesse de alguns grupos de pressão, vinculados as correntes ideológicas de
partidos políticos que pretendem chegar ao poder. Contestamos a real
importância dessa ferramenta, que atua com base em dados estatísticos e
amostragem, supostamente, com o objetivo de melhor instruir a convicção do
eleitor na escolha dos seus candidatos. A primeira pesquisa eleitoral foi feita
pelo Ibope em 1945, junto a 1000 eleitores de São Paulo sobre a disputa
presidencial entre Eduardo Gomes e Gaspar Dutra. O objetivo foi as principais
funções das pesquisas eleitorais seria mapear o contexto social e político do
embate e medir a oscilação da preferência do eleitor na disputa eleitoral. Há
controvérsias sobre o nível de influência da divulgação das pesquisas
divulgadas pela mídia na decisão do eleitor sobre em quem votar. Certamente as
pesquisas provocam um “vácuo de representatividade”, resultando em que as
“posições ideológicas e a disputa eleitoral” sejam substituídas por “vantagens
percentuais nas pesquisas e rostos fotogênicos ou tele gênicos”. As pesquisas
influem sobre os eleitores, mas somente naqueles que, por um exótico sentimento
de vaidade política “gostam de votar em candidatos que estão à frente”. A divulgação
de pesquisas de votos sempre será tema polêmico entre jornalistas, cientistas
políticos e políticos. As discussões continuam por segmentos neutros sobre a
definição do período mínimo para divulgação das pesquisas e transparência das
informações para a compreensão correta dos resultados divulgados e se a
divulgação das pesquisas em período pré-eleitoral influencia a decisão do
eleitor. Passados quatro anos da última eleição, este segmento racional que não
preza por interesses bem a vista da população continua com a mesma opinião: as
pesquisas são toleráveis até determinado ponto da corrida eleitoral. Ao que não
interessa aos políticos, principalmente aqueles que primam pela safadeza, ausência de caráter e a corrupção dizem que não deveria ser proibida sua
divulgação pela mídia, pelo menos uns vinte dias antes do primeiro turno. Desta
forma, o resultado do pleito não seria produto de más influências, nocivas à
consciência do eleitor. Afinal, que benefício os teria em saber antecipadamente
quem serão os prováveis vencedores do pleito. Resta como “salvação” do processo
ético que o Brasil está impondo: tocar e acordar o eleitor e ouvir a voz das
ruas e das suas consciências antes de votar seria um alento para o Brasil.
Antônio Scarcela Jorge.