sexta-feira, 4 de agosto de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 4 DE AGOSTO DE 2017

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
CARNAVAL DO GOVERNO

Nobres:
Enquanto fazia concessões apenas na instância política, atendendo aos pedidos sem limites de deputados e senadores, o presidente Michel Temer estava no jogo, como fizeram todos os seus antecessores no perverso presidencialismo de coalizão, mas, ao abrir mão de preceitos econômicos para garantir a rejeição da denúncia formulada pela Procuradoria-Geral da República, ele envereda por caminhos perigosos. A economia tenta se descolar e seguir adiante dado que ele mesmo tem ressaltado nos seus pronunciamentos, mas os recentes processos adotados pelo Planalto, contrariando as metas estabelecidas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apontam para um futuro incerto. Ao mesmo tempo em que faz um plano de demissão voluntária, o Governo é confrontado com um reajuste de 16,7% formulado pelo Ministério Público. Vai bancar? Se o fizer, abrirá a porteira para outros pedidos. Ao dar posse ao ministro da Cultura, Temer o autorizou a anunciar um auxílio de R$ 13 milhões para o Carnaval do Rio de Janeiro, para cobrir o buraco deixado pela decisão do prefeito Marcelo Crivella de reduzir pela metade os incentivos públicos para a festa de Momo. Uma das intermináveis ações deste desgoverno, que se alia a grupos que promove atos escusos e há décadas vem promovendo delitos que são do conhecimento do cidadão. Só que o carnaval, a despeito de ser considerado o maior espetáculo da terra, não é a única manifestação cultural de porte no país. Brasília fará o mesmo com os demais eventos, ou se trata de uma estratégia para agradar o estado, que é base política do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o primeiro na linha de sucessão, ou do ministro Moreira Franco, que entra sem bater no gabinete e é sogro emprestado do próprio presidente da Câmara? Há o risco de novas benesses, mas é fundamental atentar-se para os efeitos colaterais quando envolvem a área econômica. Há previsões de baixa da inflação e de queda dos juros, mas números como dinheiro não aceitam desaforo, e o que menos se espera, agora, é levar para esse campo um jogo jogado no Congresso. É o governo Temer tentar ressuscitar perante a sua base política que também sofre rejeição do povo com ações carnavalescas quem tem solidez vulnerável apesar da sociedade não comungar com o desastrado governo promovido pelo LULA e Dilma.
Antônio Scarcela Jorge.

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