COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
CARNAVAL DO GOVERNO
Nobres:
Enquanto fazia concessões apenas
na instância política, atendendo aos pedidos sem limites de deputados e
senadores, o presidente Michel Temer estava no jogo, como fizeram todos os seus
antecessores no perverso presidencialismo de coalizão, mas, ao abrir mão de
preceitos econômicos para garantir a rejeição da denúncia formulada pela
Procuradoria-Geral da República, ele envereda por caminhos perigosos. A
economia tenta se descolar e seguir adiante dado que ele mesmo tem ressaltado
nos seus pronunciamentos, mas os recentes processos adotados pelo Planalto,
contrariando as metas estabelecidas pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, apontam para um futuro incerto. Ao mesmo tempo em que faz um plano
de demissão voluntária, o Governo é confrontado com um reajuste de 16,7%
formulado pelo Ministério Público. Vai bancar? Se o fizer, abrirá a porteira
para outros pedidos. Ao dar posse ao ministro da Cultura, Temer o autorizou a
anunciar um auxílio de R$ 13 milhões para o Carnaval do Rio de Janeiro, para
cobrir o buraco deixado pela decisão do prefeito Marcelo Crivella de reduzir
pela metade os incentivos públicos para a festa de Momo. Uma das intermináveis
ações deste desgoverno, que se alia a grupos que promove atos escusos e há
décadas vem promovendo delitos que são do conhecimento do cidadão. Só que o
carnaval, a despeito de ser considerado o maior espetáculo da terra, não é a
única manifestação cultural de porte no país. Brasília fará o mesmo com os
demais eventos, ou se trata de uma estratégia para agradar o estado, que é base
política do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o primeiro na linha de
sucessão, ou do ministro Moreira Franco, que entra sem bater no gabinete e é
sogro emprestado do próprio presidente da Câmara? Há o risco de novas benesses,
mas é fundamental atentar-se para os efeitos colaterais quando envolvem a área
econômica. Há previsões de baixa da inflação e de queda dos juros, mas números
como dinheiro não aceitam desaforo, e o que menos se espera, agora, é levar
para esse campo um jogo jogado no Congresso. É o governo Temer tentar
ressuscitar perante a sua base política que também sofre rejeição do povo com
ações carnavalescas quem tem solidez vulnerável apesar da sociedade não
comungar com o desastrado governo promovido pelo LULA e Dilma.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário