quinta-feira, 17 de agosto de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - QUINTA-FEIRA, 17 DE AGOSTO DE 2017








COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
OBJETIVO É ESTANCAR A LAVA JATO

Nobres:
Alguns senhores integrantes dos três poderes constituídos vergonhosamente e descaradamente, cumprindo o ímpeto de tomar ações de corporativismo e de seus interesses contrariados tentam usurpar o que tem de mais elementar a Constituição não importando mostrar para o país a falta de caráter. Este é o quadro desolador que toma conta o cenário   que momentaneamente causa incertezas enquanto durar. Neste contexto por exagero em exagero, de provocação em provocação de presunçoso em arrogante, assume contornos lamentáveis a contenda que opõe o presidente Michel Temer (PMDB) e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot no crepúsculo de seu ‘mandato’ a frente da PGR. Por certo, não esteve sempre isento de reparos o comportamento de Janot na sua desassombrada e necessária atuação para levar a julgamento altas autoridades políticas suspeitas de corrupção. Tem sido exagerado, por exemplo, o entendimento corrente na Procuradoria-Geral da República quanto ao conceito de obstrução de Justiça. Por vezes o Procurador-Geral necessariamente vem cumprindo a sua disposição inerente as funções do cargo que está formatado na Constituição. Porém nada justifica, entretanto, as destemperadas manifestações que Gilmar Mendes tem prodigalizado nos últimos tempos. Talvez estimulada por esse clima, em que a caça às bruxas parece agora se dar com papéis invertidos, a defesa de o presidente Temer toma a iniciativa de pedir a suspeição de Janot ao Supremo Tribunal Federal, por alegada "obsessiva conduta persecutória". Impressiona que os protagonistas dessa ofensiva não se tenham dado conta de que com isso reproduziam o que no mínimo constitui equívoco sob o prisma político as ineficazes providências intentadas contra o juiz Sergio Moro pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto isso se noticia encontros entre Temer e Gilmar Mendes, ou entre o presidente da República e a futura procuradora-geral, Raquel Dodge. A discrição de tais conversas se alia aos excessos públicos para produzir um mesmo efeito: caiu nas “graças dos aliados corruptos” o sentimento de que, mais uma vez, pretende-se "estancar a sangria" iniciada com a Lava Jato este é o objetivo.
Antônio Scarcela Jorge.

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