COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
SEM CONCEITO É O IMPERATIVO DO BRASIL
Nobres:
Sem o aval da opinião pública, a
instância política tenta, por meio de reformas na legislação eleitoral e
política e conter o avanço da operação Lava Jato. Os sinais são claros, por
exemplo, quando se ensaia uma proposta que amplia, de 15 dias para oito meses,
o prazo – antes das eleições – em que os candidatos não poderão ser presos,
salvo em flagrante delito. Trata-se de uma lei de endereço certo, mas seria
ingênuo definir que o alvo seja apenas o ex-presidente Lula, condenado em
primeira instância pelo juiz Sérgio Moro e principal candidato do PT à
Presidência da República. A mudança alcança também outros players da política,
uma vez que, a essa altura do campeonato, há mais políticos indiciados do que
liberados para a disputa de 2018. Entre os cardeais estão o próprio presidente
da República, Michel Temer, o senador Aécio Neves, um dos próceres do PSDB, e
os dirigentes peemedebistas Renan Calheiros, Romero Jucá e Valdir Raupp, entre
outros. Mas a opinião pública deve ficar atenta também à reforma em curso no
Congresso, que, para valer já no ano que vem, precisa ser aprovada até
setembro. Entre as invencionices de causa própria está a criação do distritão,
modelo pelo qual são eleitos os mais votados. Trata-se de uma aberração sem
limites, por desidratar o papel dos partidos e beneficiar os candidatos mais
ricos, que podem bancar suas próprias campanhas. O discurso nos bastidores é
tratar-se de uma medida de prazo definido, valendo apenas para a próxima
eleição. É um escândalo norma imperativo deste governo e do lulismo.
Antônio Scarcela Jorge.
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