COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
A VELHA RETÓRICA DO ‘ROUBA MAIS FAZ’Nobres:
Ficamos a nos perguntar: precisamos mesmo tolerar a permanência de um
suspeito de corrupção no mais alto cargo da nação caso seu desempenho em outras
áreas, especialmente a economia, hipoteticamente seja notável? Não seria essa
uma versão mais refinada do “rouba, mas faz”? Se acreditarmos que o exemplo
também vem de cima, não deveríamos lutar para que o cargo mais alto do país
fosse ocupado por gente ilibada? A convicção de que nenhuma corrupção pode ser
tolerada foi justificativa mais que suficiente para um voto “não” na quarta-feira.
Isso não significa igualar ladroagens; como já dissemos, é fundamental saber
distinguir entre os que roubam em proveito próprio e os que roubam para fraudar
a democracia e instalar um projeto de poder total, mas nem por isso aqueles
merecem mais tolerância. Quem pensa assim e votou guiado por esta convicção na
quarta-feira também merece toda a consideração. Os
deputados que votaram “sim” alegaram que Michel Temer pode responder pelas
acusações lançadas contra ele pela PGR quando deixar o Planalto, em 2019. Essa
linha de raciocínio parece admitir que a denúncia tenha lá sua consistência,
mas que no momento é mais importante seguir adiante com as reformas que são,
sim, algumas necessárias e que nenhum outro governo até o momento teve a
coragem de propor com o pretexto de recuperar a economia. E, por mais que o PT
esteja hoje acuado pela condenação de Lula e escancare sua face autoritária ao
defender o regime venezuelano, o partido ainda não está morto, isso será
formalizado após as eleições de 2018 e o eleitor em sua maioria, imbecil e sem
raciocínio e que vota pelo dinheiro que ironizou o corrupto Lula e que aprendeu
tudo o que não presta e teve o mérito de enganar o povo junto a seus compassas,
pelegos e aproveitadores muito pelo contrário, se não mudar pode ressuscitar o
Partido. Neste aspecto o temor de que a esquerda anarquista volte ao poder e
coloque a perder todo esse esforço reformista e de estabilização, que em muito
pouco acrescenta para melhorias em função dos privilégios de corporativismo
desta gente. Portanto, entre o mal de um presidente suspeito e o mal de uma
sucessão em que tudo pode acontecer, aí é uma lastima para o país que pretende
expulsar os maus políticos isto seja referendado pela sociedade ética brasileira.
Antônio Scarcela Jorge.
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