COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
Nobres:
Torna-se evidente a tentativa de retomada ao poder pelas esquerdas desde a Tucanada nos áureos tempos de globalização estável da economia no Brasil e afora a sistematização do continente em controvérsia as crises de instabilidade da economia nos países vizinhos. Alertado para que não adentre no nosso país, o então presidente Lula, os tranquilizou, como prevenção, entre seus “companheiros” do continente teria dito e foi devidamente confirmado, no ar de sua arrogância e no canalhismo originário de sua espécie; emendou: - “Ora, não passa de uma marola”. Com este estrago de concepção, voltamos para alertar insistentemente a forma de se instar uma âncora que mantém permanentemente na América Latina presa a seu passado mais recente. Um olhar retroativo põe em evidência como é difícil para a região virar a página, que não tem a ver com esquerda ou direita. O roteiro é, se não repetitivo, muito familiar. Quando a maré rosa, dos anglo-saxões, aquele socialismo do século XXI, emergiu com força na primeira década de 2000, parecia que as forças progressistas haviam enterrado para sempre o neoliberalismo dos anos 90. Mas, quando este, com uma narrativa mais moderna, retomou o poder anos depois, houve a sensação de que os sonhos progressistas estavam se desvanecendo. E volta a começar, como se fosse uma versão latino-americana Muito se falou sobre um pêndulo que se movia da esquerda para a direita quando o que está em disputa é um campo de 650 milhões de pessoas em que os líderes e os libretos se repetem. Uma inércia que se choca com a necessidade de enfrentar problemas globais, como o papel das novas tecnologias ou políticas verdes para encarar as mudanças climáticas, e com uma pandemia que agravou os motivos que desencadearam os protestos sociais há dois anos. Esse olhar para o passado se reflete em ambos os lados do espectro político. No início do século, a região virou para a esquerda. No melhor momento deste ciclo, com a garantia dos altos preços das matérias-primas e um firme compromisso dos Governos da vez, a pobreza foi reduzida, repetimos do modo transcendental em que vivenciamos. Em 10 anos (2002-2012), 60 milhões de latino-americanos deixaram sua condição de pobres, de 44% a 28%. Anos depois, ainda é evidente a presença, senão a sombra, das lideranças esquerdistas que então emergiram, embora de formas muito distintas: na Argentina, Cristina Fernández optou por ficar em segundo plano. Evo Morales foi impedido de ser candidato na Bolívia após seu exílio forçado pelos militares, mas poucos acreditam que, após a vitória de seu ex-ministro da Economia, Luís Arce, ele vá renunciar a optar por algum cargo no futuro e que não tente voltar a ser presidente. Estas hipóteses que não sejam nem consolidadas por mais uma tentativa das esquerdas, tem seu espelho maior a Venezuela como referência.
Antônio
Scarcela Jorge.
Scarcela Jorge
RETOMADA DA AMÉRICA SOCIALISTA
Nobres:
Torna-se evidente a tentativa de retomada ao poder pelas esquerdas desde a Tucanada nos áureos tempos de globalização estável da economia no Brasil e afora a sistematização do continente em controvérsia as crises de instabilidade da economia nos países vizinhos. Alertado para que não adentre no nosso país, o então presidente Lula, os tranquilizou, como prevenção, entre seus “companheiros” do continente teria dito e foi devidamente confirmado, no ar de sua arrogância e no canalhismo originário de sua espécie; emendou: - “Ora, não passa de uma marola”. Com este estrago de concepção, voltamos para alertar insistentemente a forma de se instar uma âncora que mantém permanentemente na América Latina presa a seu passado mais recente. Um olhar retroativo põe em evidência como é difícil para a região virar a página, que não tem a ver com esquerda ou direita. O roteiro é, se não repetitivo, muito familiar. Quando a maré rosa, dos anglo-saxões, aquele socialismo do século XXI, emergiu com força na primeira década de 2000, parecia que as forças progressistas haviam enterrado para sempre o neoliberalismo dos anos 90. Mas, quando este, com uma narrativa mais moderna, retomou o poder anos depois, houve a sensação de que os sonhos progressistas estavam se desvanecendo. E volta a começar, como se fosse uma versão latino-americana Muito se falou sobre um pêndulo que se movia da esquerda para a direita quando o que está em disputa é um campo de 650 milhões de pessoas em que os líderes e os libretos se repetem. Uma inércia que se choca com a necessidade de enfrentar problemas globais, como o papel das novas tecnologias ou políticas verdes para encarar as mudanças climáticas, e com uma pandemia que agravou os motivos que desencadearam os protestos sociais há dois anos. Esse olhar para o passado se reflete em ambos os lados do espectro político. No início do século, a região virou para a esquerda. No melhor momento deste ciclo, com a garantia dos altos preços das matérias-primas e um firme compromisso dos Governos da vez, a pobreza foi reduzida, repetimos do modo transcendental em que vivenciamos. Em 10 anos (2002-2012), 60 milhões de latino-americanos deixaram sua condição de pobres, de 44% a 28%. Anos depois, ainda é evidente a presença, senão a sombra, das lideranças esquerdistas que então emergiram, embora de formas muito distintas: na Argentina, Cristina Fernández optou por ficar em segundo plano. Evo Morales foi impedido de ser candidato na Bolívia após seu exílio forçado pelos militares, mas poucos acreditam que, após a vitória de seu ex-ministro da Economia, Luís Arce, ele vá renunciar a optar por algum cargo no futuro e que não tente voltar a ser presidente. Estas hipóteses que não sejam nem consolidadas por mais uma tentativa das esquerdas, tem seu espelho maior a Venezuela como referência.
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