COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
COMPAIXÃO GENÉRICA
Nobres:
Sei que
foi me distender neste comentário por considerar “benigna” a ocasião. Deste
modo em lugar da insensatez generalizada e orquestrada pela grande mídia em
oposição ao governo brasileiro transformou-se em achaque, tanto que tem gente
modesta em seus ou nenhum conhecimento comenta o que não sabe e vai até os da
mente poluída dos sábios. Primeiro, sobre as queimadas na periferia de nossa
cidade, um desses “fanáticos do lulismo” pontuou: - “esse cara está acabando
com nós”. – é parte do atraso acentuado, situado entre a
debilidade e a idiotia, que se caracteriza pela incapacidade intelectual deste
indivíduo. Em suma traduzimos esse desleixo: - “O cara” é o Presidente
Bolsonaro segundo ele responsável direcional pelas queimadas até no bairro
Pantanal nesta cidade! – lembrando que ele pode cometer injúria e difamação, e
por ser o Chefe de Estado Brasileiro, poderá ser enquadrado em crime no âmbito
federal, dispensado o juiz singular. Segundo a interpretação que “está numa
democracia e diz tudo o que quer” um interpretativo errôneo, diante do direito
e responsabilidade programa a Constituição. Desconhecer a Lei, não indulta o
dever de cidadania. Porém na prática onde figurões de “colarinho branco” fazem
a exceção no princípio constitucional, tem-se o prático. Exposto neste sentido
vem o mais grave, Ciro Gomes, na sua mente controvertida por razões que só todo
mundo também é sabedor, foi “às redes sociais” para louvar “o legado
inesquecível do maior dos brasileiros, Getúlio Vargas”. Segundo Ciro, o ídolo
maior do “varguismo” foi “o melhor presidente” e “a mais exuberante
personalidade política” de nossa história. Não é uma novidade na política
brasileira. O ex-presidente Lula, em declaração bastante semelhante, chamou
Fidel Castro de “maior de todos os latino-americanos”. Afinal desses usam o
palanque para instar o cenário da esperteza e da linguagem popular. Ambos os
casos são frequentemente discutidos. Mas qual a diferença entre as passadas de
pano de Ciro, e Lula? A essência é a mesma: políticos relativizando o
autoritarismo político em nome de conveniências tribais e ideológicas. Em
termos práticos, Vargas foi um ditador para ninguém botar defeito. Os carniceiros
da ditadura militar tiveram com quem aprender. A
Delegacia Especial de Segurança Política e Social (DESPS) foi criada em 10 de
janeiro de 1933 pelo Decreto n° 22.332 com o objetivo de entrever e coibir
comportamentos políticos divergentes, considerados capazes de comprometer
"a ordem e a segurança pública". Era diretamente subordinada à Chefia
de Polícia do Distrito Federal e possuía uma tropa de elite, a Polícia
Especial. Constava de suas atribuições examinarem publicações nacionais e
estrangeiras e manter dossiês de todas as organizações políticas e indivíduos
considerados suspeitos e também integrava o sistema de
repressão varguista. Getúlio tinha até um Filinto Müller, brutal chefe da
polícia política durante o Estado Novo. Entre 1969 e 1973, os anos que se
seguiram ao Regime Militar como se atribuía o AI-5, a Arena partido de
sustentação da ditadura era presidido pelo mesmo Filinto Müller. A brutalidade
varguista não se limitou ao Estado Novo. Ainda em 1936, Graciliano Ramos foi
preso sem acusação formal. Ciro Gomes gosta de traçar analogias entre Jair
Bolsonaro e o nazi-fascismo, onde este pertenceu de princípio o PDS, partido de
sustentação ao Regime militar. Getúlio
Vargas, por outro lado, se adequa muito melhor à comparação. Na Constituição de
1934, o Estado brasileiro se comprometia a promover a “educação eugênica”,
referindo-se à famosa pseudociência racista. Getúlio, que costumava citar os nazifascistas
europeus como fontes de inspiração, abraçava racismo típico daqueles tempos.
Juntando estes ingredientes com uma boa dose de antissemitismo, a entrega de
Olga Benário nas mãos de Hitler e outros casos mais, o retrato que se forma é
do chefe de Estado mais fascista que o Brasil já teve. É o melhor, segundo Ciro
Gomes. Ciro sabe disso tudo, mas ignora. Leonel Brizola, fundador e símbolo
maior do PDT, era inequívoco na sua visão sobre o período: "às vezes nós
pensamos: bendita ditadura", disse Brizola na sua última campanha
presidencial, em discurso registrado pela Folha de São Paulo. Getúlio era “um
homem bom” e “fez muito bem em ter assumido aquele poder discricionário",
na visão de Brizola. “Ter assumido poder discricionário”, no contexto da frase,
é eufemismo para “comandar um golpe de Estado”. É provável que Ciro, caso
confrontado, diga que Getúlio não pode ser reduzido apenas a violações aos
direitos humanos, pois seu impacto na história do país é muito mais profundo.
Na mesma linha, cabe notar que Stalin é maior do que seus expurgos e
genocídios, pois comandou o Exército que mais danos causaram à Alemanha de
Hitler na Segunda Guerra Mundial. Nenhum feito, econômico ou militar, torna
tolerável a repressão política. Pai dos pobres ou parceiro dos ricos
industriais? Ignoremos, porém, todos os argumentos democráticos e humanitários das
críticas a Getúlio Vargas. O que sobra, então? Os varguistas dirão que sobra o
pai dos pobres, o nacionalista que estruturou um novo país e protegeu os
trabalhadores. É o que diz o próprio Ciro Gomes. Esta visão ressalta, acima de
tudo, o atraso no pensamento econômico de Ciro Gomes e grande parte da esquerda
brasileira. Ciro, precisa se adequar a realidade que em sua mente está
distante. Ciro ainda tem a ilusão de que um pequeno “punhado” de interesseiros da
região se alimenta disso, porém perdeu a oportunidade no cenário político
nacional em termos de pretensão à presidência da República. Compondo os
seguidores de que não tem razão são métodos semelhantes que se insta a razão. Entretanto
tudo pode acontecer, hoje, não somos a Argentina, Amanhã, poderemos ser. Ciro e
parte importante da esquerda estão presos a este populismo econômico. Enquanto
não fizerem uma autocrítica sobre o assunto, ele e seu PDT representam um risco
à estabilidade do Real, pois o populismo econômico latino-americano não combina
com um país moderno.
Antônio
Scarcela Jorge.
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