COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
USURPAR OS DIREITOS SÓ ALGUNS DELICIAM
Nobres:
Permitam-me
discorrer vários assuntos que se afunilam e se consolidam neste estado
deprimente que regra a cultura do povo até os poderes e instituições do País. Abaixando
a ladeira da prática formal me emplaco em quase todos os aspectos, aqui e
alhures que desenvolvem o estado primitivo cultural de nossa gente. Transgredir
é norma que a nossa gente se delicia no tocante ao atendimento usando o permanente
vício para o eleitor como se tivesse eleições a todo dia. O costume do Brasil é
isonômico são categorias diversas para instar a todo tempo, como os direitos
que estão formatados na Lei – constitucional e institucional. O bom pra eles é
apenas interesse no atender pessoas que
aparentemente usam ao prestígio a quem foi do pretérito. Anda desde aos direitos
dos idosos-, especificamente no nosso habitar, na cidade que vivemos. Todos os
aspectos se coligam tão direcionais de um atendimento que eles priorizam são
tão comuns e prejudiciais para outrem, se resvala até, sobre a reforma da
previdência em que tanto necessita o sistema político no Brasil parece ser tão
aberrante ao instar esse conceito. Dentro delas, os idosos não estão recebendo
a devida atenção. Pelo Estatuto, são idosas as pessoas a partir de sessenta
anos de idade. A legislação prevê algumas “perfumarias”, priorizar as filas,
estacionamentos, e outros ditos “benefícios”, “aqui nesta aldeia” em quase todo
o caso, “atropela” o atendimento a algumas personalidades “por cara” em atenção
ao eleitor, fazem protagonismo político eleitoreiro. O pior são alguns
servidores públicos não se enquadram e utilizam como se estivesse em palanque
eleitoral. Aproveitando que a lei menciona, mas são “letras mortas” em sua
maioria na devida aplicação, o Estatuto do Idoso não contempla as reais
necessidades das pessoas dessa faixa etária por razões dos vícios ou
transgressões tantas vezes expostas neste contexto. Um incentivo em cadeia
estimula o contrassenso, não há qualquer previsão de obrigatoriedade de
descontos na aquisição de medicamentos, e os planos de saúde, após se atingir
determinada idade, praticamente dobram seu valor, fazendo com que a maioria dos
idosos desista desse tipo de assistência. O principal problema está política de
tratamento dos idosos em geral na profundidade que o tema requer. Mas a maior
dificuldade ainda está na aposentadoria, frente à PEC da Previdência, que prevê
uma idade bem mais alta do que o Estatuto, além de um acréscimo no tempo de
contribuição. Ora, o Brasil possui “oficialmente” mais de treze milhões de
desempregados e outro tanto de desalentados. Uma enorme parcela desses grupos é
formada de pessoas na faixa dos sessenta anos. Com as mudanças que se
apresentam, e mais um mercado de trabalho onde até os jovens têm dificuldade de
obter colocação, como o idoso vai completar o necessário tempo de contribuição
para uma possível aposentadoria? É uma questão que ninguém está falando ou
reportando. Os idosos foram olimpicamente esquecidos e sequer foram chamados a
opinar. Essas pessoas, na faixa dos sessenta anos ou mais, já ofereceram sua
contribuição ao País e, no momento em que mais precisam, são literalmente
abandonados pelo Executivo e Legislativo. É nessa altura da vida que têm mais
dificuldades, que mais precisam de remédios e atenção, além de uma, mesmo que modesta
aposentadoria. Um grande número de idosos, diante das novas proposições, pode
cair num limbo e nunca obter qualquer aposentadoria. As autoridades afirmam que
a PEC é para todos, mas há exceções como os militares, professores,
agricultores. Por que não incluir essa faixa tão sofrida da população
brasileira nessas exceções? Talvez a solução esteja em promover a
aposentadoria, mesmo que provisoriamente, aos sessenta anos de idade, durante
cinco anos, nas disposições transitórias, ou na chamada transição. A medida
daria certo equilíbrio e uma mínima condição de vida ao grupo. Também iria
aliviar o agressivo mercado de trabalho, dando mais espaço aos jovens. Mas,
resta uma dúvida: por qual motivo ninguém aborda este triste aspecto. É “celeradamente”
uma questão do jeitinho cultural de que “gerencia” os métodos empregados, aqui,
no Ceará e neste País.
Antônio
Scarcela Jorge.
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