segunda-feira, 26 de agosto de 2019

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEGUNDA-FEIRA 26 DE AGOSTO DE 2019

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
USURPAR OS DIREITOS SÓ ALGUNS DELICIAM

Nobres:
Permitam-me discorrer vários assuntos que se afunilam e se consolidam neste estado deprimente que regra a cultura do povo até os poderes e instituições do País. Abaixando a ladeira da prática formal me emplaco em quase todos os aspectos, aqui e alhures que desenvolvem o estado primitivo cultural de nossa gente. Transgredir é norma que a nossa gente se delicia no tocante ao atendimento usando o permanente vício para o eleitor como se tivesse eleições a todo dia. O costume do Brasil é isonômico são categorias diversas para instar a todo tempo, como os direitos que estão formatados na Lei – constitucional e institucional. O bom pra eles é apenas  interesse no atender pessoas que aparentemente usam ao prestígio a quem foi do pretérito. Anda desde aos direitos dos idosos-, especificamente no nosso habitar, na cidade que vivemos. Todos os aspectos se coligam tão direcionais de um atendimento que eles priorizam são tão comuns e prejudiciais para outrem, se resvala até, sobre a reforma da previdência em que tanto necessita o sistema político no Brasil parece ser tão aberrante ao instar esse conceito. Dentro delas, os idosos não estão recebendo a devida atenção. Pelo Estatuto, são idosas as pessoas a partir de sessenta anos de idade. A legislação prevê algumas “perfumarias”, priorizar as filas, estacionamentos, e outros ditos “benefícios”, “aqui nesta aldeia” em quase todo o caso, “atropela” o atendimento a algumas personalidades “por cara” em atenção ao eleitor, fazem protagonismo político eleitoreiro. O pior são alguns servidores públicos não se enquadram e utilizam como se estivesse em palanque eleitoral. Aproveitando que a lei menciona, mas são “letras mortas” em sua maioria na devida aplicação, o Estatuto do Idoso não contempla as reais necessidades das pessoas dessa faixa etária por razões dos vícios ou transgressões tantas vezes expostas neste contexto. Um incentivo em cadeia estimula o contrassenso, não há qualquer previsão de obrigatoriedade de descontos na aquisição de medicamentos, e os planos de saúde, após se atingir determinada idade, praticamente dobram seu valor, fazendo com que a maioria dos idosos desista desse tipo de assistência. O principal problema está política de tratamento dos idosos em geral na profundidade que o tema requer. Mas a maior dificuldade ainda está na aposentadoria, frente à PEC da Previdência, que prevê uma idade bem mais alta do que o Estatuto, além de um acréscimo no tempo de contribuição. Ora, o Brasil possui “oficialmente” mais de treze milhões de desempregados e outro tanto de desalentados. Uma enorme parcela desses grupos é formada de pessoas na faixa dos sessenta anos. Com as mudanças que se apresentam, e mais um mercado de trabalho onde até os jovens têm dificuldade de obter colocação, como o idoso vai completar o necessário tempo de contribuição para uma possível aposentadoria? É uma questão que ninguém está falando ou reportando. Os idosos foram olimpicamente esquecidos e sequer foram chamados a opinar. Essas pessoas, na faixa dos sessenta anos ou mais, já ofereceram sua contribuição ao País e, no momento em que mais precisam, são literalmente abandonados pelo Executivo e Legislativo. É nessa altura da vida que têm mais dificuldades, que mais precisam de remédios e atenção, além de uma, mesmo que modesta aposentadoria. Um grande número de idosos, diante das novas proposições, pode cair num limbo e nunca obter qualquer aposentadoria. As autoridades afirmam que a PEC é para todos, mas há exceções como os militares, professores, agricultores. Por que não incluir essa faixa tão sofrida da população brasileira nessas exceções? Talvez a solução esteja em promover a aposentadoria, mesmo que provisoriamente, aos sessenta anos de idade, durante cinco anos, nas disposições transitórias, ou na chamada transição. A medida daria certo equilíbrio e uma mínima condição de vida ao grupo. Também iria aliviar o agressivo mercado de trabalho, dando mais espaço aos jovens. Mas, resta uma dúvida: por qual motivo ninguém aborda este triste aspecto. É “celeradamente” uma questão do jeitinho cultural de que “gerencia” os métodos empregados, aqui, no Ceará e neste País.
Antônio Scarcela Jorge.

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