COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
RETROCES
SOS QUE LEVAM
À MORTE
SOS QUE LEVAM
À MORTE
Nobres:
É
rotineira a irresponsabilidade dos condutores de veículos concernente aos
acidentes de transito. Segundo as estatistas especializadas para tal fim, o
Brasil ainda ocupa a quarta posição em tragédias nas vias urbanas e estradas.
Crianças e jovens entre cinco anos e vinte e nove anos representam a maioria do
total de óbitos. Muitos dos que se salvam ficam incapacitados ou elevam os
custos do poder público com o setor saúde. Eles demandam serviços de
reabilitação e investigação do acidente, com perda ou redução de produtividade.
No Brasil, os sobreviventes de acidentes ou de atropelamentos ocupam 60% dos
leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS). Na maioria dos países, as
tragédias nas rodovias consomem 3% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano
passado, o Seguro DPVAT (danos pessoais causados por veículos automotores)
pagou mais de 320 mil indenizações. Do total, 70% foram para vítimas com algum tipo
de invalidez permanente. No país, 90% das colisões letais entre veículos são
causadas por erro humano: excesso de velocidade, imprudência ou desatenção dos
motoristas, ingestão de álcool, desobediência à sinalização e ultrapassagem
indevida. Nos últimos 20 anos, o poder público, a partir do Código de Trânsito
Brasileiro, vem impondo mais rigor à legislação para salvar vidas. As
iniciativas resultaram em punições mais severas, inclusive com a perda de
habilitação e pesadas multas pecuniárias. As punições são duras, a quem dirige
embriagado, “a cognominada Lei Seca”, não faz uso de cadeirinha para crianças,
ignora a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança e do capacete ao trafegar
em motocicletas. A indústria automobilística também está engajada no esforço de
diminuir os acidentes. Os carros novos saem de fábrica com “airbag” frontal,
motocicletas chegam ao mercado com freios ABS ou CBS, que tornam a frenagem
mais rápida e eficiente. A educação para um trânsito mais seguro e menos
violento tem chegado às escolas, com o intuito de conscientizar os futuros
condutores. Há, portanto, uma grande rede em favor da vida e contra a violência
no trânsito. Qualquer iniciativa ou decisão governamental que trafegue na
contramão da Década de Ação pela Segurança no Trânsito ou que afrouxe a
legislação brasileira implica irresponsabilidade ou conspiração contra a
integridade dos cidadãos. Hoje, cabe ao poder público investir mais na
segurança dos que trafegam nas rodovias nacionais, aumentar a fiscalização,
melhorar da sinalização das vias, manter os redutores de velocidade e
intensificar as campanhas educativas. Exemplos do que ocorria no passado não
condizem com o patamar de desenvolvimento alcançado pelo país, menos ainda com
o padrão civilizatório do século atual.
Antônio Scarcela Jorge.
PINCELADAS
De uma
pérola desmiolada, subproduto da bandidagem.
- “O NORDESTE É MEU PAÍS” – dá até pra rir!
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