terça-feira, 12 de junho de 2018

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - TERÇA-FEIRA, 12 DE JUNHO DE 2018

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge

O BRASIL PROCURA A SAÍDA

Nobres:
O desleixo no atendimento aos cidadãos, quando investido em funções públicas. A busca da vantagem de Gérson, nas mais diversas atividades. O pendor pelos atalhos, ainda que às vezes inconfessáveis. A mania de jogar a culpa sempre para os outros. Principalmente para os políticos, como se eles não fossem escolhidos por nós mesmos e viessem de Marte. O descaso com a própria formação e a dos filhos. A aversão ao estudo e à leitura. A falsa ideia de que o prazer só se encontra na festa, na farra e no barulho. O exibicionismo e a futilidade nas redes sociais. A complacência que parece traço onipresente da personalidade do brasileiro. Que tal reconhecermos que temos essas culpas? A mudança não começa por um bom diagnóstico? O senso comum, potencializado pelos marqueteiros nas campanhas eleitorais, diz que a comunicação eficiente é a que fala o que o povo quer ouvir. Nada mais fácil do que o apelo populista. A 'solidariedade' a todos os deserdados. Que deveria ser genuína. Mas que, no discurso dos marqueteiros, deve ser combinada com a explicação simplista: 'Estamos na miséria por culpa deles. Nós, os puros e bem-intencionados, contra eles, os sujos e malvados'. Essa lógica binária tem apelo comunicativo. Mas é de duvidável eficiência para enfrentar os problemas nacionais. Que tal ousar rompê-la? Tendo a política e o país chegado ao fundo do poço, que tal experimentar um outro debate nessas próximas eleições? Que tal confiar um pouco mais na inteligência dos eleitores? Que tal convidá-los para mergulhar nas causas estruturais e culturais dos nossos problemas? Que tal elevar o nível do debate?
Vamos transformar esta utopia em realidade. A mesma simplificação demagógica também aprisionou o País. Combatiam medidas reformistas no campo econômico, político e social, se fazem necessárias para atingir cada um desses objetivos. Quando criticados por se oporem a medidas que serão justas, mas as esquerdas sempre botam defeitos como a dizer que, se as aprovarem, irão facilitar a vida dos adversários políticos. É um comendo os outros, pratica comum no mundo da corrupção e, portanto os ajudariam a se manter no poder. A confissão implícita: priorizavam a ocupação do poder em detrimento do mérito das soluções. Não lhes importa se as políticas em debate eram boas. Haverá combatê-las, ou então seus adversários podem ficar no poder. Para esses que assim pensam, mais vale estar no poder do que ajudar (ou pelo menos não atrapalhar) as reformas requeridas em cada conjuntura. A política e direccionalmente os políticos que estão aí agem desta forma.
Antônio Scarcela Jorge.

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