COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
REALISMO
PESSIMISTA
Nobres:
Neste momento vivenciando a
realidade quem direciona o Brasil é evidente está pessimista por razões que
transcende a realidade. A decadência da
economia brasileira, iniciada em 2014, está longe de ser superada. Em 2017, o
país entrou, timidamente, em recuperação. Passou a respirar, mas sem fôlego
suficiente para chegar à rota do crescimento exigido. As previsões otimistas
feitas no fim de ano passado não se sustentaram. A frágil situação foi agravada
pela paralisação, por 10 dias, dos caminhoneiros, que se insurgiu contra a
política de reajustes do diesel estabelecida pelo então presidente da
Petrobras, Pedro Parente. As contas mais otimistas apontam que o país amargou
prejuízos de R$ 60 bilhões, mas, certamente, as perdas foram muito maiores.
Como reflexo do impasse entre os transportadores responsável pela movimentação
de quase 75% da produção nacional e a estatal, o governo terá que desembolsar
cerca de R$ 10 bilhões para garantir redução de R$ 0,46 no valor do litro do
diesel cobrado em 21 de maio. Com um rombo fiscal para este ano previsto em R$
159 bilhões, o Palácio não viu outra opção senão o corte orçamentário na
maioria dos programas de investimentos e de projetos sociais, além da desoneração
da folha de salários de vários segmentos produtivos, inclusive, a indústria,
que vem se arrastando nos últimos anos, sem conseguir dar contribuições
robustas à economia. As limitações vão retrair o consumo das famílias
beneficiárias das ações governamentais. Como de fato recorremos as estatísticas
que expressam o fato. No presente momento os brasileiros desempregados ou
subempregados somam 28 milhões, ou quase 30% da população economicamente ativa,
sem perspectivas concretas de retorno ao mercado de trabalho. Em 2016, 5,9
milhões de pessoas ficaram abaixo da linha da pobreza. Pelo segundo ano
consecutivo, a miséria cresceu. O país chegou em 2017 com 22 milhões de
miseráveis. Cenário construído pela recessão dos desastrosos anos de gestão
Dilma. O Brasil segue capengando, com espasmos de crescimento, mas nada que
consolide um roteiro de avanços. Ao fim, percebe-se que a ausência de um
projeto de nação deixa o país sem rumo. As crises políticas impactam a economia
e retraem os investimentos nacionais e estrangeiros. Como apostar em um país
que não sabe aonde quer chegar e cria políticas ao sabor de ideologias ou
pautadas pelo populismo? No Congresso, predomina o “salve-se quem puder”, com a
larga maioria dos legisladores sendo alvo de inquéritos pelos mais diversos
delitos, o mais presente deles, a corrupção. As reformas estruturais,
indispensáveis ao reequilíbrio fiscal e à recuperação da credibilidade e da
confiança no país, foram postergadas pelo Legislativo. A menos de quatro meses
das eleições, o foco de deputados e senadores está concentrado na conquista de
votantes, para que se mantenham protegidos pelo foro privilegiado. Os
postulantes ao Palácio do Planalto têm se dedicado à troca agressões, no
período pré-eleitoral. Nenhum deles faz menção a qualquer proposta concreta
para tirar o país do atoleiro. A responsabilidade pela mudança, mais do que em
outro período da história republicana, está nas mãos dos eleitores. Caberá a
cada brasileiro avaliar e reavaliar os candidatos e dar o seu voto aos que
realmente têm proposições factíveis para que o Brasil se torne uma nação
desenvolvida e com menos desigualdades sociais e econômicas. O Brasil “sem
andar no presente” sobre todos os aspectos como acontece em termos rotineiros à
sociedade instar pessimista.
Antônio Scarcela
Jorge.
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