COMENTÁRIO
Scarcela
Jorge
MAIS UM JEITINHO CLÁSSICO DO
BRASILEIRO
Nobres:
Não é que sejamos infalíveis nem
mesmo o dono da razão para instar o senso critica em relação aos costumes e o legado
da cultura de nossa gente e mais uma vez se situa o “jeitinho” clássico que o
país se acostumou. Com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, tem 16 mil
quilômetros de fronteira com os países limítrofes. Sem fiscalização adequada,
torna-se convite a descaminhos e contrabandos. Portos e aeroportos não ficam
atrás. Pela água e pelo ar também desembarcam ilegalmente produtos que ganham
aval de circulação graças à negligência ou à conivência. O comércio ilegal não
constitui novidade. Ao contrário. Faz parte do dia a dia. O cidadão compra sem culpa, satisfeito de pagar preço
mais baixo que o cobrado em lojas ou supermercados. Com a mesma despreocupação
relacionada à procedência, adquire cigarros, bebidas, remédios e material de
limpeza. A capa de aparente inocência, porém, esconde realidade que cobra alto
preço à sociedade sonega impostos, deteriora o trabalho formal, aumenta a
violência, financia o crime organizado, gera risco à saúde e à integridade do
consumidor. No ano passado como referência, segundo entidades que estudam o
assunto, o prejuízo com o contrabando atingiu a cifra de R$ 130 bilhões. É
dinheiro roubado da saúde, da educação, da segurança, da habitação popular e se
complementa ainda mais estas cifras com o roubo dos políticos. As conseqüências
trágicas que o comércio criminoso traz à sociedade. Além da evasão fiscal e da
precariedade de acesso a serviços básicos, estimula a explosão da violência,
que exibe números assustadores. Nas cidades mais afetadas pela atividade, os
índices de homicídios representam mais que o dobro dos nacionais. Com a
prática, vem o crime organizado e o embate de facções. A população paga o preço
com a segurança, as possibilidades de ascensão social, a qualidade de vida. Passou
da hora de tomar medidas eficazes, aptas a bater ponto final na cultura do
contrabando. Nos municípios fronteiriços com os países do continente
especialmente o Paraguai necessitam das autoridades pertinentes do nosso país atacar
o mal com firmeza. De um lado, fechar as portas de entrada dos bens. A medida
passa necessariamente pelo trabalho de inteligência nas fronteiras. Significa
investimentos em recursos humanos, financeiros e tecnológicos, sem isso é
difícil sair desta situação.
Antônio Scarcela Jorge.
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