COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
QUE DIREITOS HUMANOS
Nobres:
Nesta imensidão de Brasil se otimiza o desacertos
tornou-se característico em posicionar a contradição principalmente que a
pessoa guarda a honestidade como guardião. Neste sentido as palavras têm
significado e força. Usá-las sem atentar para a mensagem que transmitem é sinal
de desinformação ou astúcia. Trata-se da Desembargadora aposentada, a ministra
dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, conhece a língua, instrumento de
trabalho número um do direito. Sabia, pois, o que dizia ao escrever que
respeitar o teto constitucional “sem sombra de dúvidas se assemelha ao trabalho
escravo, o que é rejeitado, peremptoriamente, pela legislação brasileira desde
os idos de 1888 com a Abolição da Escravatura”. A princesa Isabel, que assinou
a Lei Áurea, deve estar se revolvendo no túmulo. Acompanham-na os milhões de
homens e mulheres que, em condições desumanas, sem direito sequer ao corpo e à
vida, labutaram sob chicote para construir a nação. Tampouco ficaram
indiferentes os trabalhadores que cumprem pesada jornada, dependente,
desconfortável e impontual, sem, contudo, receber salário que se aproxima ao da
ministra. Vale lembrar que o salário mínimo é R$ 937. Luislinda embolsa R$
30.410 mensais de aposentadoria. Para não ultrapassar o limite constitucional,
soma R$ 3.292 a esse valor pelo exercício do cargo na Esplanada dos Ministérios,
montante que considera aviltante. Insatisfeita, pediu ao governo para somar
aposentadoria com vencimento integral de titular da pasta. A adição lhe
garantiria contracheque de R$ 61,4 mil mensais. Com a repercussão negativa,
agravada pelas razões do pleito necessidade de se apresentar dignamente
vestida, penteada e maquiada, a ministra recuou. Não pediu exoneração, o mínimo
esperado de uma autoridade do escalão por ela ocupado que requer afronta à
Constituição. Nas 207 páginas que fundamentam o pedido, solicita privilégio
ilegal. Porque existem os legais, que o país teima em manter. Entre eles, carro
com motorista, cartão corporativo, imóvel funcional, jatinho da FAB à
disposição, foro privilegiado. Roberto Campos costumava dizer que o Brasil não
perde oportunidade de perder oportunidade. Talvez a devastadora crise por que o
país tem passado cuja face mais dramática é os 12,96 milhões de desempregados, desenhem
novo paradigma e lhe ensine a necessidade de fazer a leitura correta do tempo.
Passou da hora de acabar com regalias destinadas a quem delas não necessita. O
trabalhador paga sua casa, seu transporte, sua alimentação e seus luxos com o
salário que recebe. Por que autoridades dos Três Poderes não podem fazer o
mesmo? Os tempos da casa grande e senzala passaram. O país se debate com grave
problema fiscal e sérios problemas sociais. Saúde, educação, segurança e transportes
são exemplos de um Estado cujas forças se exauriram. Manter privilégios tem
nome. É insulto é uma desfaçatez.
Antônio Scarcela Jorge.
Nenhum comentário:
Postar um comentário