sábado, 8 de julho de 2017

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SÁBADO 8 DE JULHO DE 2017

COMENTÁRIO­
Scarcela Jorge
O POLÍTICO INCORRETO.

Nobres:
Não se concebe tanta insensatez partindo de grupos ideológicos raciais aliados ao lulismo. Não se deve falar algo que esta corja ameaça processá-los e, entretanto na prática se calam quando o assunto interessa e guarda enorme preconceito. Só num país da vagabundagem, onde não tem o que se fazer, instituíram o Ministério da Igualdade Racial, é graça! Se todos nós somos livres de preconceito, cor ou raça tem-se enorme contradição e elegem um ministério para dar “cabide de emprego” e outras regras semelhantes a algumas pastas. Todo é igual e, somos qualificados pelo caráter de cada um. A Constituição referenda isso. Talvez devêssemos questionar se a fidelidade partidária, ou ideológica, deve ser prevalente em relação a princípios. Temos dúvidas se esses personagens se manteriam inertes, impávidos, fosse outro a fazer aquelas comparações. Os direitos das minorias acabam com essa atitude subserviente dos que aplaudem, reduzidos na sua significação. E no seu valor. Tudo a depender de quem fale. Se um adversário, cão danado, todos a ele. Se alguém do mesmo credo, do mesmo lado, palmas. Assim é, meus senhores. Mas peçamos vênia para tratar, aqui, não desse alinhamento automático e tão pouco enobrecedor. E, sim, da praga do politicamente correto e se trata de uma forma de mau-caratismo. Mas, simplesmente, não consigamos acreditar que a tese do politicamente correto possa fazer sentido a quem pense com amplidão. Escusas por expor essa visão, talvez, para muitos, politicamente incorreta. É como primeiro valor de uma democracia, a liberdade de consciência. O que traz algumas limitações óbvias. Uma retrospectiva. Que é não se poder aceitar censura. Nenhuma consciência livre se forma num ambiente de censura. E, outra, prospectiva. Que é o direito de se poderem dizer tudo que se quiser. Quando e onde se quiser. Mesmo se ética ou politicamente incorreto. Fora disso, temos só um puritanismo repaginado. Uma nova inquisição, a serviço de certas convenções sociais cômodas. Quando a questão central, assim considero, é outra. É saber até onde vai o direito de pensar livremente. Qual seria o sentido de ser assim, livre, se não pudermos exprimir, sem limites, essa liberdade de consciência? Enquanto poderíamos dizer, à vontade, o que quiséssemos. Poderemos, então, dizer o que nos der na veneta. O que quisermos. Tudo o que pensarmos. Até mesmo aquilo, hoje, considerado politicamente incorreto. Pena que só no futuro. Por não ser ainda tempo de exercer, sem limites, essa liberdade. As resistências permanecem grandes. Mas que essa mudança será inevitável. E vai mudar porque é preciso mudar por ser importante, para a democracia.
Antônio Scarcela Jorge.

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