COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
O
POLÍTICO INCORRETO.
Nobres:
Não se concebe tanta insensatez
partindo de grupos ideológicos raciais aliados ao lulismo. Não se deve falar
algo que esta corja ameaça processá-los e, entretanto na prática se calam
quando o assunto interessa e guarda enorme preconceito. Só num país da
vagabundagem, onde não tem o que se fazer, instituíram o Ministério da
Igualdade Racial, é graça! Se todos nós somos livres de preconceito, cor ou
raça tem-se enorme contradição e elegem um ministério para dar “cabide de
emprego” e outras regras semelhantes a algumas pastas. Todo é igual e, somos
qualificados pelo caráter de cada um. A Constituição referenda isso. Talvez
devêssemos questionar se a fidelidade partidária, ou ideológica, deve ser
prevalente em relação a princípios. Temos dúvidas se esses personagens se
manteriam inertes, impávidos, fosse outro a fazer aquelas comparações. Os
direitos das minorias acabam com essa atitude subserviente dos que aplaudem,
reduzidos na sua significação. E no seu valor. Tudo a depender de quem fale. Se
um adversário, cão danado, todos a ele. Se alguém do mesmo credo, do mesmo
lado, palmas. Assim é, meus senhores. Mas peçamos vênia para tratar, aqui, não
desse alinhamento automático e tão pouco enobrecedor. E, sim, da praga do
politicamente correto e se trata de uma forma de mau-caratismo. Mas,
simplesmente, não consigamos acreditar que a tese do politicamente correto
possa fazer sentido a quem pense com amplidão. Escusas por expor essa visão, talvez,
para muitos, politicamente incorreta. É como primeiro valor de uma democracia,
a liberdade de consciência. O que traz algumas limitações óbvias. Uma
retrospectiva. Que é não se poder aceitar censura. Nenhuma consciência livre se
forma num ambiente de censura. E, outra, prospectiva. Que é o direito de se poderem
dizer tudo que se quiser. Quando e onde se quiser. Mesmo se ética ou
politicamente incorreto. Fora disso, temos só um puritanismo repaginado. Uma
nova inquisição, a serviço de certas convenções sociais cômodas. Quando a
questão central, assim considero, é outra. É saber até onde vai o direito de
pensar livremente. Qual seria o sentido de ser assim, livre, se não pudermos
exprimir, sem limites, essa liberdade de consciência? Enquanto poderíamos
dizer, à vontade, o que quiséssemos. Poderemos, então, dizer o que nos der na
veneta. O que quisermos. Tudo o que pensarmos. Até mesmo aquilo, hoje,
considerado politicamente incorreto. Pena que só no futuro. Por não ser ainda
tempo de exercer, sem limites, essa liberdade. As resistências permanecem grandes.
Mas que essa mudança será inevitável. E vai mudar porque é preciso mudar por
ser importante, para a democracia.
Antônio Scarcela Jorge.
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