COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
O OUTRO LADO DO LULISMO
Nobres:
Caiu por terra a infâmia do ex-presidente Lula, que a todo custo
procurou enganar a população apresentando fatos incabíveis para racionalidade
dos brasileiros. Reiteramos as nossas observações de cunho imparcial uma norma
do caráter ético para se instar. Sobre a primeira sentença judicial das
inúmeras ações respondidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
desnudou com provas cabais um ato de corrupção e lavagem de dinheiro por ele
cometido. Em pouco mais de 200 páginas, o juiz Sergio Moro refutou o questionamento
que a defesa do ex-presidente fazia sobre o julgamento, descartou seus álibis
apresentados à Justiça e o condenou a nove anos e meio de prisão. Olhando-se o
conjunto de fatos trazidos na sentença no contexto do que já veio à tona na
Operação Lava Jato fica cada dia mais claro que Lula era de fato o líder de uma
organização criminosa. Embora esse não fosse o objeto dessa ação, fica patente
que o ex-presidente tinha uma posição de liderança diante de outros membros de
seu partido e diretores da Petrobras que orquestraram o desvio de recursos da
estatal. A sentença está calcada em provas documentais e depoimentos que
permitiram à Justiça reconstituir de forma detalhada e inquestionável a
narrativa da prática criminosa cometida por Lula. Era ele quem mantinha nomeada
de políticos que faziam a intermediação do pagamento de propina entre empresas
e partidos políticos. E ele depois se beneficiou do dinheiro desviado. O delito
pelo qual Lula foi condenado ocorreu na Petrobras e a propina foi paga pela
empreiteira OAS. Ela fazia parte de um cartel de construtoras que pagava para
conseguir contratos com a estatal. O dinheiro era repartido entre executivos, os
partidos – entre eles o PT e membros das cúpulas partidárias. Parte do dinheiro
ia para uma “conta” do PT, da qual foram abatidos R$ 2,2 milhões referentes à
transferência e reforma de um triplex no Guarujá para o ex-presidente Lula. As
provas são robustas. Documentos apreendidos na casa de Lula, na cooperativa que
iniciou as obras (a Bancoop) e na empresa que a sucedeu, a OAS Empreendimentos,
mostram que o triplex estava “reservado” ao ex-presidente. Depois que o
Condomínio Solaris ficou pronto, o triplex foi reformado a pedido do
ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro. Mensagens encontradas nos celulares dos
envolvidos na obra demonstram que ela foi planejada para atender aos desejos de
Lula e de sua falecida esposa, Marisa Letícia. Os depoimentos de ex-executivos
da empreiteira confirmaram como o apartamento e as reformas foram pagas: com o
uso da propina reservada ao PT. Durante o andamento do processo contra Lula,
houve muitos questionamentos sobre a politização do julgamento e a competência
do juiz Sergio Moro para julgar Lula. Eram apenas parte da estratégia da defesa
e, como a substância da sentença demonstra também o receio da condenação
iminente. A existência do esquema de corrupção na Petrobras já foi fartamente
documentada, gerando inclusive dezenas de condenações. A sentença sobre o
triplex adiciona à trama da Operação Lava Jato a punição do responsável pelas
indicações políticas que mantiveram o esquema de desvio de dinheiro funcionando
por uma década. O fato de Lula ter negociado vantagens para si comprova que o
Petrolão não foi uma ação isolada de diretores e funcionários corruptos, mas um
esquema de financiamento de um projeto político. Apesar da existência de provas
incontestáveis para a condenação, muita gente ainda vai questionar a decisão da
Justiça. Lula foi um presidente popular e sua gestão não foi desprovido de
mérito que se somam ao seu papel de liderança para uma parcela significativa da
população. Já passa da hora, no entanto, de Lula ser visto como é realmente: um
político que usou sua função pública para desviar dinheiro e se beneficiar da
corrupção. Isso deveria ser suficiente para afastá-lo para sempre da vida
pública e para ser rejeitado pelo eleitorado. Lula responde a mais três ações,
com grandes chances de condenação. A Justiça ainda poderá acolher uma quinta
ação, a respeito de um sítio em Atibaia, que também seria fruto da corrupção. É
certo que o ex-presidente ainda tem o direito de recorrer e tentar provar sua
inocência. Mas a cada fase processual, em cada uma das ações, sua figura fica
menos defensável. É uma realidade e só não cabe entre os adeptos do Lula.
Antônio Scarcela Jorge.
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