COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
VEM DO BERÇO.Nobres:
O recurso à violência como uma forma torta de expressão política não é
exclusividade da esquerda é questão de educação advinda desde nascimento à
formação familiar é conseqüência do desajuste do anarquismo de origem e não
importa a posição social e econômica dessas pessoas que se urge para os fins. O
largo desta questão se ‘programa’ um fenômeno que no Brasil tem se concentrado
majoritariamente nesse lado do espectro político. Diferentemente de vários
países europeus, por exemplo, onde simpatizantes do discurso xenófobo da
extrema direita também apelam regularmente à violência, no Brasil o mais comum
é ver esse tipo de ação nos simpatizantes de uma versão extremista de
socialismo. A violência e a manipulação da verdade também eram o pano de fundo
que levou as senadoras Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) a tomarem a mesa diretora do Senado na última
terça-feira (11). Elas queriam impedir a votação da reforma trabalhista. Apesar
de não entramos no mérito desta questão, seria nada por nada o importante nessa
imundice é ‘bagunçar’. Sem votos em plenário para que não houvesse o que elas
diziam se tratar do “desmonte” dos direitos dos trabalhadores, elas preferiram
impedir o curso da votação seguindo a promessa feita por Gleisi de partir para
a radicalização. Outra característica do extremismo é a vontade de calar os
outros. Foi o que levou delegados do PT a atacarem a colunista Miriam Leitão em
um vôo, chamando-a de terrorista. Como se ela fosse uma inimiga do partido e
não alguém com o direito constitucional de se expressar. Por fim, é comum a
essas manifestações o discurso anticapitalista e de perseguição pelas “elites”,
que sempre fez parte da vida da esquerda brasileira. O que chama a atenção é o
fato de ele ainda ser o combustível para manifestações que extrapolam os
limites, trinta anos depois da volta da democracia. A postura das senadoras que
tomaram conta da mesa diretora do Senado merece especial análise por ter
atacado diretamente o funcionamento de um dos poderes do Estado. Se fizéssemos
uma gradação das manifestações violentas das últimas semanas, esta estaria no
grau máximo: em vez de preservarem a instituição que representam, as senadoras
usaram um estratagema típico do totalitarismo e fecharam o Senado por algumas
horas. As senadoras ultrapassaram seus limites institucionais e posaram como
heroínas, demonstrando seu desprezo pelo estado democrático de direito. Seu ato
precisa ser punido exemplarmente pela Comissão de Ética do Senado. Uma parte da
explicação para a violência nas manifestações de parte da esquerda está na
crença de que o próprio sistema democrático é uma conspiração que coloca o
“capital” no controle para espoliar o “trabalho”. Decorre disso a crítica sem
sentido a qualquer demonstração a dificuldade em aceitarem o poder das
instituições para punir os desmandos de quem os representa. Não é por acaso que
ainda prosperam as idéias de que houve golpe contra a ex-presidente Dilma
Rousseff e de que o ex-presidente e o maior corrupto da história deste país, Lula
é perseguido pelo juiz Sergio Moro. Para complementar a explicação, é preciso
levar em conta que a agenda dessa ala agressiva da esquerda não é flexível, como
se espera no debate democrático. Ela é uma visão fixa da realidade, segundo a
qual vale o “tudo ou nada” na busca de uma igualdade idealizada. Isso leva ao
raciocínio de que, sem apoio popular, é preciso mesmo partir para a ação. O
convencimento é, enfim, substituído pela violência. Não é vontade da maioria
dos brasileiros viver em um país fechado ao empreendedorismo, à iniciativa
privada, e que pune a geração de riqueza da maioria em nome da manutenção de
privilégios ou de um projeto de poder. Sabemos que a sociedade está convicta em
separar os radicais e anarquistas as mesmas ou renovadas figuras do corrupto
Lula & companheiros, camaradas que por ação de facções criminosas, há mais
de um século tumultuam a América latina, mas, o Brasil terá de continuar
acreditando nas instituições democráticas, no valor das liberdades em suas
várias manifestações e no combate à corrupção. Qualquer desvio abrirá a porta
para o que há de pior na política: o totalitarismo e a censura onde os
anarquistas a exemplo dessa senadora discorrem o contrário, em que apregoam “os
santíssimos Lula, Chaves e os Castros; - como não poderia deixar de ser-”
Antônio Scarcela Jorge.
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