MUDANÇAS
NA PROPOSTA DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.
O
desejo do governo, manifestado desde o início da discussão, foi o de aprovar a
reforma da Previdência Social tal como foi enviada ao Congresso Nacional, sem
qualquer alteração.
Mas isso está se mostrando impossível diante da
pressão que vem de todos os lados.
Agora, algumas
modificações começam a ser discutidas entre parlamentares da base aliada. A
ideia é manter a nova idade mínima de 65 anos o que, segundo eles, seria uma
mudança que representaria um grande avanço para equilibrar as contas da Previdência.
As discussões
continuam no Congresso e ainda faltam 13 audiências públicas, o que deve se
estender até 23 de março. Em seguida, o relator, o deputado Artur Maia (PPS-BA)
pretende apresentar o seu relatório.
1- Nova regra de transição
Pela proposta do
governo, o contribuinte que tem mais 50 anos de idade, mas não atingiu a idade
mínima e tem 34 anos de contribuição terá de pagar um “pedágio” de 50% do tempo
a mais que terá de contribuir.
Ou seja, ele
precisaria contribuir por mais um ano pelas regras atuais, e pelas novas regras
iria para um ano e meio. Já o contribuinte que tem menos de 50 anos cairia nas
novas regras.
Em lugar de
fazer o cálculo com o “pedágio”, que é o tempo a mais para alcançar a
aposentadoria, este contribuinte teria de contribuir por mais 16 anos, até
atingir os 65 anos da idade mínima para aposentadoria.
No Congresso deve haver
nova regra de transição, escalonada, de modo a diminuir o acréscimo do tempo
para contribuição.
2- Aposentadorias
rurais
Hoje o
trabalhador rural não recolhe para a Previdência. Se a reforma for aprovada
como foi enviada para o Legislativo, esses trabalhadores passariam a contribuir
pelo período mínimo de 25 anos com base na mesma contribuição do MEI, o Micro
Empreendedor Individual, que é de 5% do salário mínimo.
Este é o
contingente que produz o maior déficit nas contas da Previdência, da ordem de
R$ 100 bilhões.
Há propostas para reduzir ou até mesmo extinguir essa
obrigatoriedade de contribuição. Os que contribuem, hoje, o fazem por 15 anos
e, a reforma propõe que a contribuição mínima seja de 25 anos para todos. Para
esses, valeria a idade mínima de 65 anos para buscar a aposentadoria.
3-
Aposentadorias para policiais
Pelas regras
atuais, policiais têm um regime especial de aposentadoria. A idéia é eliminar
isso para que prevaleça a regra geral. Há proposta para que os policiais que
trabalhem em situação de risco continuem com o regime especial, e os demais
não.
Uma proposta que vai provocar enorme discussão
é a que busca eliminar as isenções que hoje são concedidas às igrejas,
corporações educacionais e entidades de saúde, como as santas casas.
O relator da
reforma da Previdência, deputado Artur Maia (PPS-BA), diz que vai defender o
fim do benefício da isenção a esses três setores, mas sabe que vai enfrentar
pressão. Ele se diz convicto a isso e, por isso, pretende enfrentar a discussão
“com muita veemência”.
Para o deputado
do PPS, as corporações da área de educação são grandes beneficiárias, mas, na
visão dele, não têm argumentos para se beneficiar do certificado de
filantropia, uma vez que não concedem o número de bolsas de 20% do total de
alunos.
Nesta
sexta-feira (3), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai se reunir
com o secretário de Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo
Caetano, para ouvir explicações sobre o impacto de cada medida no sistema
previdenciário, assim como fez com a PEC do teto de gastos.
Fonte: G1 – DF.
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