TEMER DÁ POSSE NESTA TERÇA A ALOYSIO NUNES E A OSMAR SERRAGLIO COMO MINISTROS.
Senador pelo PSDB-SP, Aloysio Nunes substituirá José Serra no Ministério das Relações Exteriores; deputado pelo PMDB-PR, Serraglio assumirá Ministério da Justiça no lugar de Alexandre de Moraes.
O presidente Michel Temer dará posse nesta terça-feira (7), em cerimônia
no Palácio do Planalto, aos novos ministros das Relações Exteriores, Aloysio
Nunes Ferreira (PSDB-SP), e da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
O evento está marcado para as 15h30, e são esperados para a cerimônia
dezenas de convidados, incluindo familiares dos novos ministros, parlamentares
e demais integrantes do primeiro escalão do governo.
Nessas cerimônias, geralmente, o presidente da República fala sobre
desafios dos novos ministros nas pastas, o que foi feito pelos antecessores e
costuma fazer declarações sobre o cenário político e econômico.
No caso de Aloysio Nunes, o senador tucano, que até então ocupava o
cargo de líder do governo, assumirá o Itamaraty no lugar do também senador do
PSDB José Serra, que estava no cargo desde maio do ano passado.
Há cerca de duas semanas, Serra pediu demissão alegando problemas de
saúde.
Já no caso de Osmar Serraglio, o deputado peemedebista passará a
comandar o Ministério da Justiça no lugar de Alexandre de Moraes, indicado pelo
presidente Michel Temer e aprovado pelo Senado para a vaga de Teori Zavascki no
Supremo Tribunal Federal (STF).
Osmar Serraglio
Nascido no Rio Grande do Sul, Osmar Serraglio elegeu-se deputado pelo
estado do Paraná e está no quinto mandato parlamentar. O peemedebista ficou
conhecido nacionalmente em 2005, quando assumiu a relatoria da CPI dos
Correios, que investigou o esquema do mensalão do PT.
O deputado do PMDB também ganhou projeção nacional no ano passado,
quando presidiu a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Ao longo da carreira parlamentar, Osmar Serraglio também foi relator da
PEC 215, que transfere do governo federal para o Congresso Nacional a
responsabilidade sobre demarcação de terras indígenas.
Ainda na Câmara, o deputado também foi relator de uma proposta que muda
o modelo atual de indicação para ministros do STF.
À frente do Ministério da Justiça, Osmar Serraglio será responsável, por
exemplo, pela condução do Plano Nacional de Segurança; pela Secretaria Nacional
de Segurança; pelo Departamento Penitenciário Nacional; pela Força Nacional de
Segurança; e pela política de demarcação de terras indígenas.
Nesta segunda, na véspera da posse, Serraglio afirmou em rápida
entrevista à imprensa na Câmara dos Deputados que não vai "mexer em
nada" ao ser questionado sobre se trocará o atual diretor-geral da Polícia
Federal, Leandro Daiello.
Inicialmente, o presidente Michel Temer havia convidado para o
Ministério da Justiça o ex-presidente do STF Carlos Velloso, mas o ministro
aposentado recusou o convite alegando compromissos profissionais e éticos.
Nascido em 1945, Aloysio Nunes é advogado, formado pela Universidade de
São Paulo (USP), com pós-graduação em ciência política e economia política pela
Universidade de Paris.
Em biografia publicada no site oficial, o senador tucano diz que
precisou sair do Brasil "por conta de ações contra a ditadura
militar". O exílio, na França, foi de 1968 a 1979.
Em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, em 2014, o senador falou
sobre o assalto a um trem pagador em 1968, quando integrava a Ação Libertadora
Nacional (ALN). Ele foi responsável por dirigir um carro roubado usado na fuga.
A ação foi parte de uma guerrilha que tentava derrubar o regime militar.
De volta ao Brasil, foi duas vezes deputado estadual em São Paulo, de
1983 a 1991, vice-governador do estado, entre 1991 e 1994, e deputado federal por
três mandatos, entre 1995 e 2007. Em 2011, foi eleito senador.
Durante a presidência de Fernando Henrique Cardoso, foi ministro-chefe
da Secretaria Geral da Presidência da República e ministro da Justiça.
Em 2014, já como senador, Aloysio Nunes concorreu a vice-presidente da
República na chapa formada com Aécio Neves (PSDB-MG). Naquele ano, eles
chegaram a disputar o segundo turno da eleição, mas perderam para a chapa de
Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer.
Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio
Nunes terá de lidar com questões como as relações do Brasil com os Estados
Unidos e as negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União
Europeia.
Em novembro do ano passado, quando ainda era senador, Aloysio Nunes
afirmou que o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "é o que
há de pior, de mais incontrolado, de mais exacerbado" entre os integrantes
do Partido Republicano.
Conselhão
Além da posse dos dois novos ministros, o presidente Michel Temer deverá
participar nesta terça de uma reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico
e Social, o Conselhão, também no Palácio do Planalto.
O conselho é um órgão de assessoramento do presidente da República,
formado por pessoas da sociedade civil de diferentes setores.
No evento, o grupo deverá entregar a Temer uma série de sugestões sobre
cinco áreas: educação, desburocratização, ambiente de negócios, agronegócio e
produtividade.
Fonte: G1 –
DF.
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