^SERGIO MORO O GUARDIÃO DA ÉTICA. ATÉ OS LARÁPIOS POLÍTICOS ESTÃO SE RENDENDO POR FORÇA DA SOCIEDADE |
EX-TESOUREIRO DO PT DELÚBIO SOARES E EMPRESÁRIO SÃO CONDENADOS.
Eles foram condenados a cinco anos de reclusão por
lavagem de dinheiro.
Outras três pessoas foram condenadas na mesma ação,
da Lava Jato.
O ex-tesoureiro do Partido dos
Trabalhadores (PT) Delúbio Soares e o empresário dono do jornal Diário do
Grande ABC Ronan Maria Pinto foram condenados por lavagem de dinheiro em um
processo oriundo da Operação Lava Jato a cinco anos de prisão em regime inicial
fechado.
Esta é a primeira condenação de
Delúbio Soares Lava Jato. Ele ainda responde a mais uma ação penal referente à
operação.
Outras três pessoas também foram
condenadas no ação penal.
Ela e um desdobramento de outro processo que condenou
o pecuarista José Carlos Bumlai e dirigentes do Banco Schahin por um empréstimo
fraudulento de R$ 12 milhões concedido a Bumlai e que teve como real
destinatário o PT, conforme a sentença. A dívida foi formalmente quitada após a
contratação fraudulenta do Grupo Schahin pela Petrobras, para operar o
Navio-sonda Vitória 10.000.
Esta ação apurou a lavagem de
dinheiro envolvendo mais de R$ 6 milhões do empréstimo concedido a Bumlai.
Segundo os procuradores, os R$ 12 milhões foram transferidos para a empresa
Bertin Ltda.
Em seguida, cerca de R$ 6.028.000 foram transferidos para a
empresa Remar Agenciamento e Assessoria Ltda., que repassou mais de R$ 5,6
milhões para a empresa Expresso Nova Santo André, sem apresentação de
documentos que justifiquem os motivos dessas transferências.
A sentença do juiz federal Sérgio
Moro – responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância – é desta
quinta-feira (2) e referente à 27ª fase da operação, deflagrada em abril de
2016.
"Condeno Delúbio Soares de Castro, Enivaldo Quadrado,
Luiz Carlos Casante, Natalino Bertin e Ronan Maria Pinto pelo crime de lavagem
de dinheiro, consistente, no repasse e recebimento, com ocultação e
dissimulação, de produto de crime de gestão fraudulenta de instituição
financeira", diz um trecho da sentença.
O valor mínimo para reparação dos
danos causados à Petrobras foi fixado em R$ 61.846.440,07. A quantia deve ser
corrigida até o pagamento.
Veja a lista de condenados e as
respectivas penas:
- Delúbio Soares de Castro -
ex-tesoureiro do PT - 5 anos de reclusão em regime inicial fechado.
- Ronan Maria Pinto - empresário
dono do jornal Diário do Grande ABC - 5 anos de reclusão em regime inicial
fechado.
- Luiz Carlos Casante - empresário
- 4 anos e seis meses de reclusão em regime inicial semiaberto.
- Enivaldo Quadrado - empresário
condenado na Ação Penal 470, conhecida como mensalão - 5 anos de reclusão em
regime inicial fechado.
- Natalino Bertin - empresário -
4 anos de reclusão em regime aberto, porém, conforme Sérgio Moro, o crime
prescreveu em virtude do tempo entre o último delito e o recebimento da
denúncia.
Neste processo, foram absolvidos:
- Oswaldo Rodrigues Vieira Filho
- empresário dono da Remar.
- Marcos Valério Fernandes de
Souza -publicitário que cumpre pena na Ação Penal 470, conhecida como mensalão.
- Sandro Tordin - ex-presidente
do Banco Schahin.
- Breno Altmann - jornalista
ligado ao PT
De acordo com Sérgio Moro, as
absolvições são decorrentes da falta de prova suficiente para a condenação.
Ronan Maria Pinto foi preso
preventivamente, que é por tempo indeterminado, na 27ª etapa da operação, mas
foi solto três meses depois, mediante pagamento de fiança de R$ 1 milhão.
Ele é monitorado por tornozeleiras
eletrônicas, além de cumprir medidas cautelares.
O outro lado.
O advogado Pedro Paulo de
Medeiros, responsável pela defesa de Delúbio Soares, informou, em nota, que
ainda não teve acesso à sentença. “Contudo, pode afirmar que em momento algum
Delúbio Soares solicitou ou anuiu com empréstimo de valores junto ao Banco
Schain”, diz o texto.
A defesa afirmou ainda que continue
confiante na Justiça brasileira, em juízes independentes e imparciais, para que
a absolvição dos responsáveis pelo Banco Schahin se estenda a Delúbio Soares,
durante o julgamento do recurso que será apresentado.
Investigação.
Ronan Pinto foi investigado pelo
recebimento de R$ 6 milhões do empréstimo realizado entre o pecuarista José
Carlos Bumlai – também preso pela Lava Jato – e o Banco Schahin, que acabou
sendo fraudado.
A denúncia do Ministério Público
Federal (MPF) envolvendo o empresário também atingiu o ex-tesoureiro do PT
Delúbio Soares e mais sete pessoas.
Os procuradores do MPF pediram para que o
grupo repare o erário em R$ 6 milhões.
De acordo com o Ministério
Público Federal, o empréstimo foi pago por meio da contratação do Grupo Schahin
como operador do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo
de US$ 1,6 bilhão.
Ainda conforme as investigações,
em depoimento ao Ministério Público Federal, Marcos Valério, operador do
mensalão, afirmou que parte do empréstimo obtido por Bumlai era destinada a Ronan
Maria Pinto, que extorquia dirigentes do PT. À época da denúncia, o MPF afirmou
não ter provas, até aquele momento, que explicassem os motivos da extorsão.
O dinheiro, segundo o procurador
Diogo Castro de Mattos, seria para comprar ações do jornal "Diário do
Grande ABC". Mattos diz que o objetivo de comprar ações era, segundo
Marcos Valério, porque o jornal estava ligando Ronan Maria Pinto a denúncias da
morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.
Fonte: G1 – PR.
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