MORO DETERMINA A EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE DE DONA MARISA LETÍCIA.
Ex-primeira-dama era ré em 2 ações da Lava Jato, por lavagem de dinheiro.
O juiz federal Sérgio Moro reconheceu, nesta sexta-feira (3), a extinção
da punibilidade em relação à ex-primeira-dama Marisa Letícia, que morreu em 3
de fevereiro, na ação penal da Lava Jato que envolve um triplex em Guarujá, no
litoral de São Paulo.
"Não havendo condenação criminal, é evidente que o acusado,
qualquer que seja o motivo, deve ser tido como inocente", diz despacho do
magistrado.
A mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faleceu depois de
ter sofrido um acidente vascular cerebral hemorrágico provocado pelo rompimento
de um aneurisma.
A defesa havia pedido a absolvição sumária da ex-primeira-dama em duas
ações da Lava Jato, nas quais ela respondia pelo crime de lavagem de dinheiro.
O Ministério Público Federal (MPF) se posicionou favorável à extinção de
punibilidade.
A decisão desta sexta, no entanto, só se refere ao processo do triplex.
A decisão.
O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em primeira
instância, declarou a extinção de punibilidade no mesmo despacho em que
determinou o interrogatório dos réus na ação do triplex.
O magistrado afirmou que, diante do óbito, a lei estabelece
"somente o reconhecimento da extinção da punibilidade, sem qualquer
consideração quanto à culpa ou inocência
do acusado falecido em relação à imputação".
Moro ainda esclarece que a presunção de inocência só é superada no caso
de condenação criminal.
- "Não havendo condenação criminal, é evidente que o
acusado, qualquer que seja o motivo, deve ser tido como inocente", diz o
texto.
"Assim, em vista do lamentável óbito, declaro a extinção da
punibilidade de Marisa Letícia Lula da Silva", conclui.
Ações na Lava Jato.
Marisa Letícia era ré em duas ações decorrentes da Operação Lava Jato, que
ainda estão em andamento, nas quais respondia pelo crime de lavagem de
dinheiro.
Um dos processos apura se a Odebrecht pagou propina por meio da compra
do terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e do apartamento
vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo, no ABC Paulista.
Os procuradores afirmam que, na tentativa de dissimular a real
propriedade do apartamento, a ex-primeira-dama chegou a assinar contrato
fictício de locação com Glaucos da Costa Marques.
Entre os réus desta ação estão o ex-presidente da República Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), o ex-presidente da Odebrecht S.A Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antônio Palocci, e Roberto
Teixeira, um dos advogados de Lula.
Fonte: G1 – PR.
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