sexta-feira, 25 de junho de 2021

COMENTÁRIO SCARCELA JORGE - SEXTA-FEIRA, 25 DE JUNHO DE 2021 (POSTADO ÀS 10:06 H)

COMENTÁRIO
Scarcela Jorge
PERPETUA CONSPIRAÇÃO
 
Nobres:
Circunstanciado no momento que levamos a comentar, foi à morte de Marco Maciel que primou pela discrição, virtude rara entre os vices que em geral, não se julgam suficientemente distinguida no papel de uma suplência à mercê dos caprichos do destino. Reiteramos são fatos, recentíssimos, levam a uma reflexão sobre o papel dos vice-presidentes nas páginas da história política brasileira, metade das quais vividas e escritas por eles, muitas vezes recheadas de conspiração e traições como o país é cheio de contradições em muitos casos de traições é um desempenho negativo que não vai encontrar semelhança no resto do mundo. No governo Fernando Henrique foi presidente por 324 dias, e com isso haveria de liderar a permanência de um vice na cadeira do presidente, só desbancado, mais tarde, por José Sarney, abençoado pela tragédia de Tancredo Neves, de quem herdou os cinco anos de mandato. No oposto das durações, ganhamos outro recorde mundial, quando, na crise de 1955, Carlos Luz foi presidente por apenas três dias. Vem dos primórdios republicanos. Manuel Vitorino, que se queixava muito, mas infernizou a vida de Prudente de Moraes, ao ponto de preparar-lhe solenes exéquias; não se nivela à impertinência conspiratória de um Café Filho, nem à impaciência de Aureliano Chaves, que mal cumprimentava João Figueiredo. Mas, neste estilo conspiratório fica evidenciado em que os vices também permanecem na história dos governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, tem um só estilo “atracar-se” pelas oligarquias a convivência pode atingir o momento em que antigos companheiros de chapa não mais cruzam os projetos, rompem as tênues linhas de pensamento que os identificavam na campanha eleitoral. Aconteceu aqui, com o vice de um dos FGs onde o Vice-governador se proclama sucessor e conspirava acintosamente, mas, perdeu a tampa, perdeu o cargo de no TCM e o pior extinguiu o Tribunal de Contas dos Municípios onde todo mundo sabe o que aconteceu. Agora retorna como aliado que jamais terá a confiança de quem impera ainda neste Estado. As prefeituras, pior, no descaracterizar a interferência do Vice-Prefeito, antes mesmo de completar o cargo de expectativa, veio o rompimento, ou será que esqueceram! –. Não; nas eleições gerais, gerado pelo potencial eleitoral em quase todo Estado, conseguiu eleger-se e daí procurou restabelecer a convivência setorial prontamente atendida pelo antigo rompimento, eles não são bestas! -. No melhor dos resultados, instala-se um clima de cordialidade gelada, para onde possivelmente estejam caminhando os atores de hoje. A necessidade, ou mesmo a conveniência da figura do vice, nunca deixou de ser questionada, principalmente pelos que veem nos incontáveis estremecimentos com o titular um largo ensejo para crises políticas. Em nível dos entes federalizados, sobretudo, questiona-se a necessidade e esta, entre outras razões, tanto que inspirou o senador amazonense Jefferson Peres (1932-2008) a sugerir, em projeto, a extinção da figura do vice, ou, se muito, que seja apenas o sucessor, no caso de falecimento ou impedimento definitivo do governante. (Por morte, assumiram Nilo Peçanha, Delfim Moreira, Café Filho e José Sarney; por impedimento definitivo, Itamar Franco, no lugar de Fernando Collor). O vice não mais seria admitido como “substituto presidente” por algumas horas ou poucos dias. Hoje, com os modernos recursos de comunicação, o titular decide e assina, em qualquer lugar do mundo onde estiver. Enquanto não for assim, ficamos com a singular impropriedade de dois presidentes despachando simultaneamente, um aqui e o outro além das fronteiras. Ora, se um costuma ser problema demais, imagine-se a cópia de dois.
Antônio Scarcela Jorge.

 

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